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Natiruts: música contra a 'bad vibe' cotidiana
Publicado em 15/01/2019

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Oitavo álbum da banda, “One Love” promove encontro do tradicional reggae do grupo com ritmos como xaxado, ijexá, dancehall e R&B

Por Gilberto Porcidonio, do Rio

Foto de Carlos Müller

Na numerologia, o número 8 está associado aos bens materiais. No caso do “reggae power” dos brasilienses do Natiruts, que chegaram ao seu oitavo disco, “One Love”, lançado no início de dezembro, essa materialidade dá as graças no encontro sonoro que é feito com diversas culturas musicais do mundo. Bem mais próximo da world music do que os seus antecessores, o reggae do grupo presta uma homenagem ao amor e se declara para ritmos como o xaxado, o ijexá, o dancehall e o R&B americano. 

Assim com o reggae que tem na Jamaica do fim da década de 1960 o seu berço, todos esses também são sons nascidos da diáspora negra contemporânea.

Formado por Alexandre Carlo (vocal), Luís Maurício (baixo e backing vocal), Kiko Peres (guitarrista) e mais oito músicos de apoio, o grupo que já consagrou hinos do pop reggae brasileiro, como “Presente de Um Beija-flor”, “O Carcará e a Rosa”, “Liberdade Pra Dentro da Cabeça” e “Natiruts Reggae Power” tem uma forma bem natural de trabalhar.

“Vivemos um dia de cada vez, e com muita humildade. Nosso trabalho sempre foi focado nas canções. Essa é a nossa principal preocupação: fazer boas músicas. Sinto que estamos colhendo os frutos disso agora, com uma carreira sólida e um grande respeito por parte de todas as categorias, da crítica especializada ao público de um modo geral”, diz Luís Maurício.

E os convidados especiais também são bem cosmopolitas. A faixa de abertura, “Serei Luz”, tem a parceria do samba e do pagode de Thiaguinho. Já o grupo neozelandês Katchafire é o “feat.” da vez em “Mergulhei nos Seus Olhos”.

"O nosso papel transcende a política. Temos consciência de que as nossas canções transformam vidas, e é essa a nossa missão: mudar a frequência vibratória das pessoas."

Luís Maurício, baixista e cantor

“Desde o início da nossa banda, buscamos explorar novos estilos e mesclá-los com o reggae e a nossa MPB, e Alexandre Carlo é um artista completo e um dos maiores compositores do nosso país. Sempre tem muitas músicas e ideias de arranjos. Nosso processo como banda é interpretar da forma mais fiel a sua ideia original. O mais importante é que conseguimos criar uma identidade. Mesmo com todas as nossas experimentações, as pessoas escutam poucos segundos das nossas canções e já nos identificam como sendo Natiruts”, explica Luís Maurício. “Vejo que um diferencial do nosso reggae está na riqueza harmônica e na liberdade em incorporar novos estilos ao nosso som. Creio que isso eleva muito o nível das canções.”

Os americanos do quinteto Morgan Heritage chegam em “Deriram” e na faixa-título, “I Love”. Já Gilberto Gil, o grande convidado especial, brilha na faixa “Verde do Mar de Angola”, toda permeada pela sonoridade africana.

“Gil é um dos maiores artistas do mundo. Tê-lo no nosso álbum foi um presente para nós. Creio que, ao lado de Bob Marley, é a nossa maior referência musical”, se derrete o músico.

Para Luís, a bad vibeque a polarização política causou ao Brasil nestes últimos dois anos não foi capaz de contaminá-los. De acordo com ele, a missão da banda é, justamente, remar contra tudo isso.

“O nosso papel transcende a política. Temos consciência de que as nossas canções transformam vidas, e é essa a nossa missão: mudar a frequência vibratória das pessoas para que tenham forças para encarar os desafios do dia a dia.”

 

 


 

 



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