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Cinco perguntas para o criador do Mundo Bita
Publicado em 21/08/2019

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Um dos projetos infantis mais bem-sucedidos do país, com 3,5 bilhões de visualizações no YouTube e presente em diversas mídias, lança novo disco e inicia turnê em setembro 

Do Rio 

Um dos projetos audiovisuais, teatrais, musicais e lúdicos mais bem-sucedidos do país nos últimos anos deve muito do seu êxito ao universo digital. Afinal, são 3,5 bilhões de visualizações no YouTube, posição de destaque nas plataformas sob demanda Netflix e Amazon Prime e coisa de 240 mil ouvintes mensais no Spotify. Mesmo assim, Chaps Melo, criador do Mundo Bita, quer tirar as crianças da frente da tela e levá-las ao mundo real. No próximo lançamento do senhor Bita e seus amigos Plots, “Dentro do Mundo Lá Fora”, em setembro, o estímulo às brincadeiras no quintal, à convivência com a família e à interação com os amigos dá o tom das canções e dos vídeos. 

“É uma demanda dos pais, da família, das nossas próprias observações como pessoas que convivem com crianças. Estamos nas telas, mas queremos mostrar às crianças como é bom viver o mundo real, com emoções reais”, diz o designer e músico pernambucano que se jogou de vez no universo da criação para crianças com o estouro do projeto, a partir de 2013, após a entrada do desenho animado na programação do canal Discovery Kids. 

Depois de uma turnê vertiginosa por 65 cidades do Brasil, ano passado, com o show “Viva as Descobertas”, em setembro começa a temporada de apresentações de “Dentro do Mundo Lá Fora”. A estreia é no próximo dia 15, no palco do Imperator, na Zona Norte do Rio de Janeiro. “Queremos bater o recorde de cidades. Nossa aposta não é só no audiovisual, é também nos shows, no teatro e no licenciamento. Felizmente, performamos bem em todos esses meios.”

 

Vocês têm uma pegada de sustentabilidade, de valorização da vida em contato com a natureza, com as pessoas. Chama a atenção esse novo lançamento num momento em que se fala tanto de uma deterioração, inclusive política, relacionada ao meio ambiente no país. Foi deliberada a escolha do tema?

CHAPS MELO: O Bita, desde que nasceu, tem pensamento voltado para falar de coisas que abordem essas questões. São fundamentais para a criançada, para o futuro delas e o do planeta. Além disso, são temas que aproximam as famílias. Este, claro, é um excelente momento para trazer esse tipo de conteúdo. Os temas, em geral, partem de uma demanda pessoal nossa, do dia a dia, Somos pais, temos nossas famílias. Então, lidamos com crianças, nosso público. Estamos por dentro e vivendo os anseios delas. O Bita nasceu muito disso: nós, como pais, queríamos criar um conteúdo para nossos próprios filhos. Pensávamos na demanda deles por cultura, entretenimento, informação. O que nos move é atender às suas necessidades. 

A questão da tecnologia já foi abordada? O uso, bom ou mau, que se dá a ela numa geração nativa digital e totalmente conectada desde muito cedo...

A tecnologia é um tema que a gente pensa em abordar com mais profundidade. Com nosso conteúdo, estamos nas telas, mas queremos mostrar às crianças como é bom viver o mundo real, com emoções reais, a brincadeira real, a união com a família. Mas queremos falar também de tecnologia e do seu consumo. 

Versão teatral: turnê por todo o Brasil a partir de 15 de setembro

Hoje parece ser obrigatório associar sons a imagens para captar a atenção das crianças. Encantá-las só pela música, só pelo som, já não é possível?

A gente tenta. Na verdade, não só pelo som. Mas pela interação, pelas apresentações ao vivo, pelos eventos fora de casa... A gente tenta que o produto não fique refém só da tela, apesar de a tela ser onde ele mais aparece. O conteúdo principal realmente é o audiovisual. A gente diversifica o máximo possível, sabendo que o público de hoje consome muito a tela. A força no YouTube é muito grande. São 3,5 bilhões de visualizações. Estamos com os vídeos muito bem posicionados no Netflix, no Amazon Prime Video... E isso nos leva a querer internacionalizar, a expandir nossa mensagem e nosso conteúdo. É um trabalho de formiguinha. Desde o ano passado, temos conteúdo em espanhol, com cinco álbuns, e conteúdo também em português europeu, com três álbuns. Mas ainda é tudo muito inicial. Fazemos com cuidado, como se fez no Brasil, pesquisando e procurando respeitar as tradições e a cultura dos lugares aonde nos expandimos. 

O momento é complicado para o audiovisual nacional, com cortes de verbas, ameaça de dirigismo relacionado à temática das produções e até a possível extinção da Ancine. Para vocês, algo mudou?

Ralamos muito no começo para conseguir fazer a parada com nossos próprios recursos. Nunca conseguimos financiamento público para o Bita, só um, o Funcultura, para shows aqui em Pernambuco. A empresa em si não teve aporte. Então, conseguimos, independentemente do poder público, ultrapassar essa barreira do financiamento. Mas sabemos e entendemos que o momento é péssimo para o audiovisual, muito conturbado. Ainda assim, não sei se, por ser música infantil, conseguimos uma vida econômica boa no Mundo Bita. Estabilizamos nossas contas, conseguimos nos pagar. E, este ano, conseguimos gerar um certo lucro. O momento econômico do país não é legal. Mas performamos muito bem.

Inclusive no tema dos direitos autorais?

A questão dos direitos autorais é boa. Diversificamos muito nossa produção e as formas de apresentá-la, mas somos 100% autorais, à exceção das parcerias da Rádio Bita, que são versões. Temos umas 80 músicas. Todas elas têm boa saída e bom retorno de direitos autorais. Pouco a pouco, com o teatro, o vídeo, os licenciamentos com a marca, que começamos agora, e os direitos autorais, conseguimos uma receita satisfatória que, mesmo neste momento tão complicado e com verbas sob ameaça, vai crescendo. 

 

 


 

 



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