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Lúcio Maia, do manguebeat a um mergulho na música latina
Publicado em 14/10/2019

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Guitarrista da Nação Zumbi lança seu primeiro disco solo, todo instrumental, reúne timaço de músicos e evoca Chico Science: “ele está em todos os momentos”

Do Recife

Como um petardo n'água, cujas ondas de reverberação vão crescendo com o passar do tempo, os integrantes da Nação Zumbi, banda fundamental no manguebeat e em toda a cena musical pernambucana dos anos 1990 em diante, continuam a inovar e fazer barulho. Agora é o inquieto guitarrista Lúcio Maia quem se embrenha numa fase solo assinando com seu nome e lança um álbum instrumental homônimo. 

Antes, ele já havia investido num projeto musical paralelo, o Maquinado, com o qual lançou os discos “Homem Binário”, em 2007, e “Mundialmente Anônimo: O Magnético Sangramento da Existência”, em 2010. Desde 2016, investiu na composição de sete faixas e na releitura de um clássico do Nirvana, “Lithium”. Na empreitada, que funde sons pernambucanos, brasileiros (guitarrada paraense), latino-americanos (salsa, merengue, rumba) e globais (surf music, pop), Maia dá mostra do domínio da guitarra que desenvolveu nestas quase três décadas de carreira. 

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“Não foi de propósito virar instrumental. Até cheguei a pensar em colocar alguma letra, convidei uma pessoa ou outra, mas não aconteceu. Acho que a guitarra assumiu o lado do canto, é a voz das músicas”, ele define. 

Acompanhado por Maurício Fleury (tecladista e guitarrista do Bixiga 70), Fábio Sá (baixista), Felipe Roseno (percussão), Thiago Silva (bateria) e Dengue (baixo), Maia gravou aos poucos, com calma, ao longo do ano passado. Queria que o resultado, produzido por ele, refletisse seus interesses musicais tão variados e o cuidado que deveria marcar as execuções. 

“A história da inclusão da 'Lithium' veio do meu interesse pela história do Kurt Cobain, a partir de um documentário que vi sobre no Netflix. Voltei a escutá-lo, coisa que fazia muito quando era mais jovem. Quando comecei a fazer shows mais solo, não tinha repertório autoral para segurar uma hora e meia, então incluí covers como 'Lithium'. Teve tanto sucesso que resolvi incluir no disco”, explica o músico, que tem no currículo apresentações e gravações com Marisa Monte, Seu Jorge e outros bambas. 

Ao portal Terra, ele comentou os recém-comemorados 25 anos de “Da Lama ao Caos”, disco que pôs a Chico Science e Nação Zumbi na história da música brasileira. “Para mim, é tido como o primeiro trabalho, nosso primeiro grito, o manifesto inicial de tudo. É um disco que a gente tem um apreço muito grande, boas lembranças, boas recordações, más recordações… Na real, posso falar que foi uma intervenção na vida, não só uma intervenção artística. Foi uma coisa que mudou a vida da gente, sabe? Como artista, como pessoa, como ser humano”, define o artista, que evoca Science neste seu disco solo de estreia. “Na real, Chico está em todos os momentos de nossa vida.”

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