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Jacques Figueras: 'Você precisa entender essa nova regra do jogo'
Publicado em 22/01/2020

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Músico e produtor vencedor de dois Grammy destaca quatro pontos primordiais que ajudarão você no seu próximo lançamento. Confira!

 

Por Jacques Figueras, de São Paulo

"Eu me lembro de quando “lancei” o meu álbum Botafogo.

Estamos falando de 2006!

De lá pra cá, tantas coisas mudaram...

Na minha época (nem sou tão velho assim não, mas parece mesmo que estou falando do tempo de neandertais!) não havia mídias sociais e nem plataformas de streaming.

Para escutar a sua música, alguém tinha que comprar o seu álbum numa loja de discos!

Gosto de relembrar esses tempos porque vejo muitos artistas criticarem as ferramentas atuais, mas sinceramente, eu não tenho muita saudade do passado quando se trata de lançamento de música.

Claro que adorava as lojas de discos como consumidor! O cheiro das capas de LP. Os encartes dos álbuns, o prazer de abrir o celofane antes de colocar o disco no leitor.

Mas como profissional da música, eu prefiro mil vezes a independência e o poder que a internet nos deu.

Atualmente, você tem nas mãos um aparelho chamado de celular, que te coloca em contato com o mundo inteiro. Você tem plataformas que em poucos cliques colocam sua música ao alcance de milhares de pessoas.

Eu acho isso fantástico.

Agora, é claro... como tudo na vida, você precisa entender essa nova regra do jogo para conseguir aproveitar esse momento único na história da música.

Decidi destacar aqui quatro pontos primordiais que te ajudarão no seu próximo lançamento. Claro que não é tão simples, mas digamos que se você focar a sua atenção nestes quatro pontos, você conseguirá ter mais alcance com a sua música.

1. A importância do pré-lançamento!

Nesses tempos de redes sociais e de atenção pulverizada do seu público, é fundamental o artista começar a envolver o público o mais cedo possível.

Vamos lembrar aqui sobre a importância de se estar presente em pelo menos 3 das principais mídias sociais:

- Facebook (não, ele não morreu);

- Instagram (no feed e no Story);

- YouTube (que hoje também se tornou uma plataforma de streaming).

Um dos erros que vejo muitos artistas cometerem é o de usar essas plataformas somente para divulgar ou vender um produto acabado. Isso se torna maçante e muito chato. E de fato, pouco eficiente.

Foi-se o tempo em que artistas ficavam reclusos em suas “cavernas” ou em estúdios e só saíam de lá para mostrar suas obras finalizadas. Claro que ainda existem alguns casos isolados que conseguem fazer isso. Vamos nos lembrar do Tiago Iorc, por exemplo.

Mas vamos também nos lembrar de que ele é uma exceção e que não é muito saudável construir seu planejamento em cima de uma exceção.

Apostar no sumiço das redes para conseguir um lançamento de sucesso, não é para todos. Sem contar que antes de sumir das redes, ele tinha estruturado uma turma enorme de seguidores muito engajados.

O que deve ser feito, então? Mostre o processo criativo, os bastidores e a obra sendo criada! Dessa forma, você consegue engajar o seu público o tempo inteiro e de uma forma muito mais leve e eficiente.

Muitos artistas reclamam que não conseguem assunto para postar com regularidade, mas esta é a solução para se comunicar com seu público regularmente. Lembre-se de que isso funciona tanto para lançamentos de álbuns quanto para lançamentos de shows!

2. Entender a importância e o funcionamento das playlists nas plataformas de streaming.

Voltando novamente ao passado: até poucos anos atrás, o fator que colocaria o seu álbum frente ao público seria uma matéria no jornal ou a presença do mesmo nas mídias tradicionais, em geral.

Claro que uma capa de jornal continua sendo importante, mas de uns anos para cá, surgiu uma novidade que mudou o mercado fonográfico: estou falando das plataformas de streaming e mais especificamente, das playlists.

Hoje, a presença da sua música em uma playlist pode ser a garantia de um aumento drástico dos seus plays!

Da mesma forma que antes um artista podia - e devia - se divulgar nas redes sociais quando conseguia uma matéria num jornal importante, o jogo agora é divulgar a sua aparição numa playlist para manter-se nesta, ou melhor ainda, conseguir uma playlist maior.

Existem diferentes tipos de playlists, mas aqui destacarei dois principais: editoriais e curadoria.

Na playlist editorial, as plataformas (Spotify, Deezer...) têm editores que decidem qual música entrará numa playlist. A ideia aqui é que eles colocarão as músicas em listas cada vez maiores, dependendo do “comportamento” de cada faixa.

Basicamente, editores utilizarão o skip rate (“taxa de pulo”) e o play rate (quantidade de audições de uma música) para determinarem se uma música ficará ou não numa playlist e se eventualmente o material entrará para uma playlist maior.

O skip rate mede se as pessoas “pulam” a sua música dentro de uma playlist. Acredito que não há muito o que se fazer para melhorar isso, a não ser melhorar a qualidade da sua obra! Mas este é um assunto para uma vida inteira, então deixaremos esta parte de lado para focarmos na quantidade de plays ou audições. Isso sim é algo que você pode influenciar com uma boa divulgação.

Para aumentar as suas chances de entrar nessas playlists, você deve:

- Enviar sua música com antecedência para o seu agregador, e assim dar mais tempo a ele para fazer o “pitch” (ou seja, a apresentação) para os editores apropriados;

- Fazer uma descrição precisa da sua música na hora de subir o material nas plataformas. A ideia aqui é ajudar os editores a entenderem melhor aonde poderiam “encaixar” a sua obra.

As playlists de curadoria, são aquelas criadas por curadores. O curador pode ser você, um jornalista musical, um influenciador digital ou até mesmo uma marca famosa.

Uma dica valiosa e eficiente, é que cada artista monte a sua própria playlist! Também fique atento(a) e pesquise quais são as mais importantes do seu mercado, afinal cada gênero musical tem os seus influenciadores e você precisa conhecê-los.

O jogo no seu pré-lançamento, é entrar em contato com o máximo de curadores para aumentar gradualmente a sua presença em mais playlists a cada dia.

Novamente, um bom planejamento realizado com bastante antecedência ajudará muito nessa hora.

3. Não há lançamento sem vídeo!

Eu falei que precisa investir em divulgação, mas então a sua pergunta pode ser:

- “Ok Jacques, mas como me divulgar no mundo digital?!”

Obrigado por perguntar, rs... e é claro que eu não poderia deixar de falar sobre a importância dos vídeos!

Atualmente, é simplesmente impossível pensar em lançamento de música sem ter um vídeo clipe. O melhor material para divulgar é o vídeo. Por muitas razões, mas principalmente por duas:

- Primeiro, porque um vídeo tem som!

Me canso de ver artistas divulgarem música com fotos e confesso que isso não faz o menor sentido para mim. O seu público precisa escutar a sua música. Parece óbvio, e é!

Então, por favor... menos selfie e mais vídeos!

- Segundo, porque as redes sociais gostam de vídeos.

Há alguns anos, o próprio Facebook colocou como prioridade ter mais vídeos na plataforma. O Instagram também prioriza o conteúdo em vídeo e assim beneficia com maior alcance os usuários que postam mais conteúdo áudiovisual.

E claro, o YouTube, que é 100% composto por vídeos!

Então, aposte em menos fotos e mais vídeos. De todos os tipos:

- Espontâneos, andando na rua e falando do seu próximo ensaio;

- Vídeo clipes com conteúdos mais artísticos e acabamentos mais refinados;

- Lives para aumentar o engajamento do seu público!

Enfim, vídeos, vídeos e... vídeos.

4. Saber usar e investir em anúncios nas redes sociais.

E se você tiver a ótima ideia de querer utilizar os anúncios pagos nas redes sociais, você rapidamente entenderá que o vídeo é o material mais eficiente para impulsionar.

Mas antes...

Você sabia que pode (e deve) investir em anúncios nas redes sociais?

Impressionante como ainda há poucos artistas investindo nessas ferramentas.

Atualmente, não conheço nada mais eficiente e mais barato do que anúncios em redes sociais para divulgar qualquer projeto.

Lembrando novamente, que as pessoas não “soltam o celular das mãos”, você tem a possibilidade de colocar a sua divulgação no lugar aonde está a atenção do seu público.

Outra coisa importante a se considerar é que a segmentação - possibilidade de selecionar quem verá a sua publicidade - está cada vez mais precisa e com isso você consegue unir dois fatores muito poderosos: os lugares certos com as pessoas certas.

No caso da música, fazer anúncio para ter visualizações dos seus vídeos é muito simples e super eficaz. Na sequência, você ainda tem a possibilidade de criar um público apenas com as pessoas que assistiram seu vídeo!

Isso te dará ainda a opção de fazer um remarketing, ou seja, anunciar novamente para essas pessoas para tentar finalmente conseguir a ação desejada (um clique para escutar sua música no Spotify ou para comprar um ingresso pro seu show). Você poderá também criar um público semelhante para conseguir alcançar ainda mais pessoas. Público semelhante, é uma opção que te dá a possibilidade de criar um público que “tem a cara” das pessoas que já ficaram em contato com sua divulgação.

Exemplo:

Digamos que você tenha conseguido mil visualizações do seu vídeo teaser no Facebook.

Primeiramente você criará um público com quem assistiu este vídeo e depois criará um público semelhante, então o Facebook buscará pessoas que têm as mesmas características daquelas que entraram em contato com seu vídeo! Digamos que o seu público é constituído em sua maioria por mulheres de 30 anos, que moram no Rio de Janeiro e que gostam do Milton Nascimento... neste caso, o Facebook encontrará outras mulheres de 30 anos, cariocas, e fãs do compositor e cantor mineiro!

Eu sei que pode parecer muitas coisas, mas acima de tudo quero chamar sua atenção sobre as inúmeras possibilidades atuais deste Novo Cenário Musical e das novas plataformas digitais.

Você precisa entender que essas plataformas são muito parecidas e quando você entende a regra do jogo do Facebook, não é tão complicado ir para o Instagram ou YouTube. Da mesma forma, o funcionamento do Spotify é muito parecido com o do Deezer. E ao final, o jogo dos algoritmos em geral, também tem muitas similaridades."

 

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