Notícias

Ana Carolina, Sandy, Ivete Sangalo e Anitta participam de '1977', que cita lutas operárias

Por Fabiane Pereira, de São Paulo

Que o mundo sertanejo é marcado por canções românticas é mais do que sabido. Mas o cantor Luan Santana, expoente de uma geração que renova o gênero, foi além e resolveu gravar um DVD-exaltação à mulher. Todo marcado por canções – a maioria composta por ele mesmo – que homenageiam o universo feminino, “1977” já se encontra em fase de pós-produção e, segundo o cantor sul-mato-grossense, deve surpreender pela grande quantidade de estrelas em participações especiais. Ana Carolina, Sandy, Ivete Sangalo, Anitta e Marília Mendonça subiram ao palco em duetos com ele durante o pacote de gravações que aconteceu em Paulínia, no interior paulista.

O cenário onde se deram os shows para o DVD, aliás, é um ambiente industrial que remete às operárias e às históricas batalhas por igualdade de direitos para as mulheres. O caráter político da obra fica explícito já no seu nome. Foi em 1977 que a ONU instituiu no calendário mundial o Dia Internacional da Mulher, em homenagem às lutas das operárias russas por melhores condições trabalhistas.

“Peguei a referência da Beyoncé, que chamou o disco dela de ‘Limonada’ porque era o que diziam que os negros nos EUA tomavam para 'ficarem brancos'. Achei triste, mas de uma genialidade... Então pensei: vou chamar de '1977'. Ninguém vai entender nada, e terei que explicar”, afirmou em São Paulo o cantor de 25 anos.

Assista ao teaser do DVD "1977"

O tributo ao universo feminino vem num momento em que as duplas e cantoras sertanejas alcançam sua maior popularidade, e Luan, que já está neste mercado há anos, reconhece o fenômeno. “Os últimos estouros da música brasileira vieram nas vozes femininas, e acho muito legal chamá-las para cantar. Ouvir uma mulher cantar músicas do cotidiano é uma sensação nova”, disse.

Questionado se é feminista, Luan explicou sua visão sobre a valorização da mulher: “Não é necessário entrar em um movimento para celebrar a igualdade. Isso é muito legal. Todos nós viemos de mulheres, é a coisa mais importante. Acho que a luta é importante, as mulheres conquistaram muito espaço, e, se depender de mim, vão conquistar ainda mais”, afirmou.

O projeto, mais uma vez, teve produção musical de Dudu Borges. Além das parcerias com as cantoras acima, Luan também canta em dueto com a atriz Camila Queiroz e ainda apresenta algumas interpretações solo. O sul-mato-grossense contou que seu critério para a escolha das convidadas foi básico:  “todas são cantoras com quem sempre quis dividir o microfone”. Das onze faixas do repertório, todo inédito, somente três não são dele. “1977” será o quinto trabalho de Luan Santana gravado ao vivo e deve ser lançado em novembro.