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Nas nuvens com Céu
Publicado em 25/11/2016

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Enquanto viaja para Portugal, onde se apresenta esta sexta, a vencedora do Grammy Latino de melhor álbum pop contemporâneo em língua portuguesa bate um papo com o site

Por Fabiane Pereira, de Lisboa

Céu está voando. Em mais que um sentido. Ela respondeu esta entrevista no meio do Atlântico, numa conexão aérea São Paulo-Lisboa, porque nesta sexta (25) se apresenta no Cine São Jorge, dentro da programação do Vodafone Mexefest, na capital portuguesa. Mas às nuvens chegou antes, na quinta-feira da semana passada, quando recebeu o Grammy Latino de melhor álbum pop contemporâneo em língua portuguesa, pelo seu discaço “Tropix”.

“Premiações são também uma forma de reconhecimento, isso é muito motivador. Claro que fico muito feliz!”, afirma a associada da UBC, cujo álbum, vencedor também de quatro troféus no Prêmio Multishow, é um mergulho num universo de texturas artificiais que atravessa diferentes experimentos da segunda metade do século passado: o trip hop dos anos 90, a discoteca do final dos anos 70, o R&B dos anos 80, o casamento do hip hop com a música eletrônica.

No entanto, não é uma viagem no tempo. O disco de Céu é um olhar do século 21 e traça uma genealogia pessoal de um mundo musical específico, um processo semelhante à viagem jamaicana feita em seu disco-irmão anterior, “Vagarosa”. “Gosto de escutar a opinião das pessoas uma vez que, quando a música é lançada, ela deixa de ser exclusivamente minha... Não sei exatamente se 'Tropix' se aproxima mais do 'Vagarosa' pelo conceito ou pela sonoridade. Penso que tenho uma maneira de compor que tem uma unidade, e isso os aproxima bastante”, explica a artista.

“Caravana Sereia Bloom”, outro ótimo disco dela, é uma festa quase circense. É solar. Já “Tropix” tem clima noturno. São universos complementares. Seu processo de produção, ela conta, é “muito leve e divertido”. Talvez isso explique que Céu tenha se transformado numa das principais vozes da atual música brasileira, dona de uma carreira sólida, claramente planejada e dirigida. Inclusive antes da gravação. Céu não é musa inspiradora nem intérprete à mercê de produtores ou outros compositores. Ela mesma cria suas músicas, escolhe seus rumos estilísticos, e sua formação musical vai do jazz ao hip hop, passando por samba, reggae, ritmos caribenhos, africanos e nordestinos.

Aproveitando a fase leve, de celebração, ela respondeu a um pequeno pingue-pongue durante o voo que a trouxe a Portugal.

Uma música que faz parte da sua formação musical:
“Sem Fantasia”, de Chico Buarque.

Um artista brasileiro:
Dilermando Reis.

Uma saudade:
O som do violão e do piano tocados na minha infância por meu pai, meu irmão, meu avô...

Uma conquista que lhe dá orgulho:
Ter tocado e gravado com Herbie Hancock.

Um desejo pra 2017:
Saúde, que do resto a gente corre atrás.


 

 



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