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Thiaguinho, tradicional e contemporâneo
Publicado em 31/08/2017

Um dos artistas mais populares do samba e do pagode apresenta seu novo álbum, "Só Vem!", com defesa do formato físico do CD e divulgação com cara de século 21: através de uma websérie 

Por Kamille Viola, do Rio

Depois de lançar em janeiro o disco “Tardezinha”, Thiaguinho está com novo trabalho: o álbum de inéditas “Só Vem!”, gravado em junho em show só para convidados e fãs. No início do mês, ele lançou o disco nas plataformas digitais. No dia 22 de agosto, o CD físico chegou às lojas. São 21 músicas, a maioria pagodes escolhidos a partir de uma pré-seleção de mais de 200 composições possíveis. Ele reduziu para 40, gravou tudo e selecionou as canções que entraram no trabalho — e não descarta lançar as que sobraram. “São músicas excelentes. Elas não entraram agora, mas nada impede que tenham tudo a ver com um próximo trabalho”, conta Thiaguinho.

Com direção musical e arranjos de Prateado e produção também cantor Rodriguinho, “Só Vem!” traz Thiaguinho como coautor em 11 faixas: a despeito da rotina atribulada, ele consegue compor quando tem uma brecha na agenda. “Não tenho uma rotina, na verdade. Já acordei com uma letra inteira na cabeça, já compus durante o banho (risos), entre um compromisso e outro...”, diverte-se ele, que não tem um método para as parcerias. “Às vezes, cada um compõe uma parte da letra, ou um entra com a letra e o outro com a melodia. Outras vezes, componho junto presencialmente. E, no final tudo se encaixa”, comemora.

Apesar de ter liberado as músicas para streaming, ele conta que fez questão de lançar o disco em formato físico. “Hoje, as pessoas estão mudando um pouco a maneira de consumir música, tem ficado cada vez mais variado, mais eclético, o que é superpositivo. Mas, mesmo assim, ainda tem muita gente que, quando gosta muito de um trabalho ou de uma seleção de um mesmo artista, quer ter o CD físico para guardar e ouvir mais e mais vezes no carro, em casa. Hoje, eu faço as duas coisas.”

O disco traz uma única participação especial: a cantora Ludmilla, oriunda do universo do funk, na faixa-título. “Foi muito legal! Nós somos amigos, ela é uma querida e muito talentosa”, derrete-se. “Já queríamos fazer uma parceria há um tempo, mas só agora conseguimos concretizá-la. Nos divertimos muito gravando a música-tema do álbum”, conta o pagodeiro, que, ao convocar a funkeira, aderiu à onda dos feats que vem marcando a música nacional, como a gente mostrou semana passada aqui no site.

OUÇA MAIS: A canção “Só Vem!”, com participação de Ludmilla

Apesar de o pagode reinar, é claro, o álbum tem outras referências, como uma citação ao R&B em “Só Vem!”, além de trechos de outras canções num esquema meio mash up: em “Prepare o Seu Coração” ele cita “Disparada” (de Geraldo Vandré, famosa na voz de Jair Rodrigue) e, em “O Seu Tom”, “Águas de Março” (de Tom Jobim, gravada por ele e Elis Regina). “Eu gosto de ouvir de tudo, sou bem eclético. O que mais me influencia são sambas e pagodes antigos, mas sempre entra um pouco de MPB e bossa nova também”, diz Thiaguinho.

Outra influência vem do rap: é a capa do álbum, um grafite criado pelo artista Marcelo Ment a partir de uma foto do cantor quando pequeno. “Eu sempre gostei de hip hop, e o grafite é um dos elementos do ritmo. Fizemos uma pesquisa com o artista que tivesse mais a ver com o meu som, e a arte do Ment me conquistou de cara, me chamou a atenção por ser bem jovem e muito sofisticada. Ficou melhor do que eu sonhei”, comemora ele. “Quis passar uma ideia de que aquela criança tinha tantos sonhos e que hoje estão sendo realizados. O Thiaguinho da foto nunca imaginaria estar na capa de um CD um dia. Essa foto foi minha tirada pela minha mãe, e eu gosto muito dela. O brilho nos olhos ainda é o mesmo, e achei incrível ter esse meu olhar puro, feliz, na capa”, festeja.

Acompanhando o disco, Thiaguinho lançou também uma websérie mostrando sua rotina.

“Eu resolvi fazer porque sempre tive a curiosidade de saber como eram os bastidores da produção de um CD, então quis mostrar para o público como funciona”, explica ele, que ganhou experiência diante das câmeras comandando duas temporadas do programa “Música Boa ao Vivo”, no Multishow, e também como jurado do reality “SuperStar”, na Globo. “As duas experiências foram muito interessantes e agregaram bastante, tanto no aspecto pessoal como no profissional. Apresentar um programa ao vivo é bem puxado, então sinto que estou preparado para tudo agora (risos)! E a voz de cada pessoa é tão singular que julgar por esse aspecto é bem difícil”, ele admite.


 

 



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