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Conexão Fortaleza-São Paulo
Publicado em 14/05/2018

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Com um pé sempre na sua cidade natal e usando o principal polo cultural nacional para reverberar seu som, o Selvagens à Procura de Lei se prepara para estourar 

Por Fabiane Pereira, de Fortaleza

Foto de Dário Matos

Guardem este nome: Selvagens à Procura de Lei. É bem provável quea música produzida por este quarteto cearense esteja prestes a bombar nos dials de todo Brasil. Com quase dez anos de estrada, a banda de Fortaleza já conquistou milhares de fãs pelo Nordeste, e seu público, de tão apaixonado, faz lembrar os fãs da banda Los Hermanos, no início dos anos 2000. 

Formada por Rafael Martins (vocal e guitarra), Gabriel Aragão (vocal, guitarra e teclado), Caio Evangelista (vocal e baixo) e Nicholas Magalhães (vocal e guitarra), a Selvagens tem três EPs — “Talvez eu Seja Mesmo Calado, mas Eu sei Exatamente o que eu Quero” (2010); “Suas Mentiras Modernas” (também em 2010) e “Lado C” (2011) —, além de três álbuns lançados: “Aprendendo a Mentir” (2011), “Selvagens à Procura de Lei” (2013) e “Praieiro” (2016). Na última edição do Festival Maloca, que aconteceu no final do mês de abril em Fortaleza, a banda gravou seu primeiro conteúdo audiovisual, com direção de Paul Ralphes (ex-diretor da Universal Music).

A canção “Tarde Livre”, faixa do álbum mais recente da banda, foi eleita como a melhor música do ano (2016) pelos leitores da revista “Rolling Stone” no Brasil, e isso deu à banda uma visibilidade nacional. No ano seguinte, o quarteto se dedicou à turnê de “Praieiro” e fez mais de uma centena de shows em todo o país — agenda de banda mainstream —, além de se apresentar em Buenos Aires e, por lá, gravar o clipe da música "Gostar Só Dela", recém-lançada. A banda prova saber abraçar o underground e o mercado. Em março deste ano, por exemplo, tocou pela segunda vez no festival Lollapalooza, um dos maiores do país. 

VEJA MAIS: O clipe da canção "Gostar Só Dela"

Além de ter conquistado um grande e fiel público, o que mais chama atenção é a força da banda de se reinventar a cada álbum. O trabalho que abre a discografia é mais indie. Já o segundo, que leva o nome da banda, é mais introspectivo e remete a uma pegada beatleniana. O terceiro e mais recente faz jus ao nome. Dá para sentir o groove praieiro, a vontade de dançar, alimentada pelo surpreendente tempero reggae mostrado pela banda. 

Para entendermos mais do som dos Selvagens à Procura da Lei e o momento atual da banda, Gabriel Aragão (vocalista, compositor, guitarrista e pianista da banda) falou com o site da UBC.

 

Vocês têm três discos lançados e, na última edição do Festival Maloca, gravaram seu primeiro DVD. Por que escolheram o festival para fazer esse registro?

Gabriel: Já havia uma vontade grande de gravar o registro ao vivo em Fortaleza, por ser a nossa terra e onde tudo começou. Naturalmente, é onde temos mais fãs e é onde são os shows com maior público. Tentamos gravar no ano passado, mas acabou não rolando. Este ano surgiu o convite do pessoal do Dragão do Mar, que é quem organiza e faz o Festival Maloca. Contamos com a produção musical especialíssima do Paul Ralphes e a direção de vídeo do Clever Cardoso, junto com nossa equipe nos corres de produção, e deu tudo certo. Um show para 20 mil pessoas em Fortaleza eternizado. 

O que diferencia vocês de outras bandas?

Acho que o lance de os quatro cantarem é muito especial e faz total diferença. Por onde a gente passa, nos festivais e em shows pelo Brasil, as pessoas comentam isso. Também nunca fizemos questão de tirar o nosso sotaque do cantar ou de escolher palavras que não fossem do nosso linguajar para as letras. Enfim, somos do Nordeste: está no som, na letra e na atitude.

Vocês moraram em São Paulo por um tempo e retornaram ao Ceará...

Ainda estamos em São Paulo. Durante estes seis anos lá, também conseguimos fortalecer nossa carreira no Ceará e no Nordeste. Várias bandas que saem da sua cidade para ir para São Paulo cometem o erro de deixar de fazer shows nos seus lugares de origem. Sempre tomamos cuidado para isso não acontecer. As coisas estão sempre mudando, e a gente também, não existe uma regra de onde moramos: estamos sempre na estrada e mantemos moradia tanto em São Paulo quanto em Fortaleza. As experiências em São Paulo e no Brasil nos possibilitaram esse jeito de trabalhar e fazer música. Me sinto privilegiado por ter dois endereços (risos). 

Que bandas ou artistas os influenciaram?

Beatles, Pink Floyd, Daft Punk, Fagner, Belchior, Alceu Valença, Novos Baianos, Os Mutantes, Led Zeppelin, Time Impala, Bob Marley, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Funkadelic, Red Hot, The Strokes, Arctic Monkeys, Mac Demarco, John Frusciante, Rolling Stones, David Bowie, White Stripes, Tim Maia… 

E quais os próximos passos da banda? O que vocês estão preparando para este ano ainda?

Estamos finalizando o DVD para lançá-lo da melhor forma. Vamos lançar uma música em agosto. E queremos muito começar a gravar o nosso próximo disco. Ah, durante todo esse tempo vamos rodar e fazer shows pelo país.


 

 



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