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Dadi Carvalho: 'Quando a música pega na gente, não tem volta'
Publicado em 21/12/2016

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Prestes a completar 65 anos, baixista que tocou com Novos Baianos, Jorge Ben Jor, Tribalistas e Mick Jagger celebra a carreira como mais gosta: em estúdio e na estrada

Por Fabiane Pereira, do Rio

Aos 12 anos, Dadi Carvalho, já tinha uma banda, amava e tocava Beatles, Rolling Stones, The Who e The Kinks em festas de amigos no Rio. Aos 18, uma amiga lhe apresentou a Baby - naquela época, Consuelo; hoje, do Brasil -, que procurava um baixista para um grupo novo que montava com amigos, uns certos Novos Baianos. Aos 20 já gravava com eles o mítico “Acabou Chorare”, que faz 45 anos de lançamento no ano que vem e, até hoje, é um divisor de águas no pop nacional. Agora, prestes a completar 65, um dos maiores baixistas da nossa música segue em turnê com Marisa Monte, uma de suas parceiras mais constantes nos últimos anos, fermenta o trabalho do seu selo, o Dadi Records (com o qual lançará seus discos japoneses jamais impressos por aqui), e faz planos de longo prazo - mais especificamente, para o resto da vida: continuar a tocar, não sair da estrada, não parar de criar.

A única concessão à nostalgia ele se permitiu em 2014, quando lançou o livro "Meu Caminho é Chão e Céu", em que relembra as experiências lisérgicas do sítio da Zona Oeste do Rio onde viveu com os Baianos, fala da sua carreira, das suas criações, da amizade com Caetano Veloso (que escreveu para Dadi, e sobre Dadi, a canção “O Leãozinho”), da fundação do grupo A Cor do Som, das participações em trabalhos de Jorge Ben Jor, Mick Jagger, Erasmo Carlos, Rita Lee, Tribalistas...

Numa pausa de uma viagem com Marisa Monte, trocamos dois dedos de prosa com Dadi, que fala sobre projetos e música.
 

São quase 47 anos de carreira profissional. Dá para destacar os momentos mais marcantes?

Dadi: Ter tocado pelo mundo com Jorge Ben e gravado  o disco "África/Brasil" (14º álbum de estúdio do mestre do samba-soul), o trabalho com a minha banda A Cor do Som e a parceria com Os Tribalistas (Arnaldo Antunes, Marisa Monte e Carlinhos Brown).¿

E a experiência com Jagger?

Foi bacana, foi num estúdio da antiga gravadora Polygram, na Barra da Tijuca, no Rio, nos anos 70. O Mick queria fazer uma gravação com músicos brasileiros, e o (produtor) André Midani me chamou para ser o baixista. Foi muito legal poder passar uma tarde gravando com um rolling stone e também me sentindo como um.

O mercado fonográfico mudou profundamente desde a época em que você começou. Nem todo mundo conseguiu se adaptar. E você?

De fato, tudo mudou demais com a internet. É incrível pensar que hoje não dependemos mais das gravadoras como antigamente. Eu acho maravilhoso poder gravar minhas coisas na minha casa, ter controle sobre tudo de modo independente. Hoje eu tenho um selo (Dadi Records) que tem distribuição digital pela The Orchard e posso lançar meu trabalho em todas as plataformas digitais, levando minha música a todos os cantos do mundo. (Dadi também usará seu selo para gravar trilhas sonoras, um dos grandes ramos do momento e que ele abraçou com força). ¿

Uma turnê inesquecível e por quê.

Jorge Ben Jor. Depois que saí dos Novos Baianos, o Jorge me chamou para tocar com ele  e comecei a viajar pelo mundo todo. O Jorge sempre foi meu mestre. A música dele é intuição pura, e com isso me identifico.

Você tem estado mais no seu estúdio ou na estrada?

Está tudo acontecendo ao mesmo tempo. Tenho feito shows comemorativos dos Novos Baianos, com A Cor do Som e com minha querida Marisa Monte. Tenho a sorte de tocar com ela desde 1994.

Daria algum conselho a um quem está começando hoje?

Deixe-se levar, simplesmente. A música é maravilhosa. Quando ela pega na gente, não tem volta.


 

 



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