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O expediente triplo de Carlinhos Brown
Publicado em 24/02/2017

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Um dos principais nomes do carnaval de Salvador, ele fala sobre o trabalho durante a folia, sobre sua faceta televisiva como jurado no “The Voice Kids” e ainda anuncia novos projetos com a Tropicália e o grupo Timbalada

Por Fabiane Pereira, do Rio

Os últimos meses têm sido agitados para Carlinhos Brown. E não exatamente pela aproximação do carnaval. Um dos nomes mais intrinsecamente ligados à folia baiana, ele tem, sim, é se dedicado com afinco ao lançamento de uma banda de sonoridades poderosamente percussivas e negras, a Mukindala, integrada por uma ex-participante do programa de TV “The Voice Brasil”, no qual Brown se tornou um dos jurados mais destacados. Agora no “The Voice Kids”, onde ajuda a revelar crianças talentosas, continua envolvido com prospecção de sons, tendências, novidades. Não que não vá ter tempo para se jogar nas ruas soteropolitanas neste fim de semana. Comemorando os 25 anos da Timbalada, com disco novo no forno, ele promete um percurso especial, emotivo, amanhã, sábado de carnaval.

Aos 53 anos, Brown é, há anos, um dos artistas mais livres e sem amarras do nosso país. Embaixador da boa música e da cultura negra, tomou emprestado o sobrenome artístico a James Brown, ícone do funk e da soul music, e a H. Rap Brown, ativista dos direitos civis. Nos anos 1990, projetou-se nacional e internacionalmente como líder da Timbalada, formada, em sua maioria, por meninos pobres do bairro do Candeal, onde ele nasceu. Continua a produzi-los (foram já 14 álbuns), e a perícia e a sensibilidade com que o faz o autorizaram a abraçar a persona que mostra na TV. Viu tanto talento em Paula Sanffer, ex-participante do “The Voice”, que a colocou no Mukindala, superbanda com oito músicos e dois vocalistas (além de Paula, Rafa Chagas está na linha de frente). Na cozinha, o percussionista Gato Preto brilha com sua curiosa guitarra de tambor (ou guitarra percussiva). E, no repertório, composições de Carlinhos Brown feitas especialmente para a banda.

“Há 30 anos a Axé Music levou a música da Bahia para o mundo, o mundo se apoderou dela, e hoje ela não pode ser vista como regional. Queremos mostrar que, onde nasceu a Axé Music, tem muito mais. A Mukindala veio para provar isso”, realça Brown, que, este ano, cheio de compromissos profissionais, não sairá no Arrastão da Quarta-Feira de Cinzas, que ele criou, lá pelos idos de 1990.

UBC: Quais são exatamente seus planos para a folia deste ano?

Carlinhos Brown: O carnaval deste ano será muito especial. Farei uma saída única, hoje (24/2). Farei um camarote andante e chamarei vários amigos para cantarem comigo. Vou trabalhar bastante os grandes sucessos da Timbalada que, este ano, completa 25 anos.

Como surgiu o convite para participar do “The Voice Kids”?

Eu estava fazendo o programa “The Voice Brasil”, e a produção queria uma figura que tivesse carisma com crianças. O Boninho percebeu que eu tinha este carisma e me convidou. Fiquei superfeliz!

O que uma voz precisa ter para você virar a cadeira?

Emoção e a segurança suficiente de que é aquilo mesmo que ela quer. Uma voz não pode duvidar, porque cantar bem todo mundo canta, mas quem quer cantar bem, e enfrentar avião, madrugada, hotel, gente pedindo fotos e autógrafos, precisa ter certeza do que quer. Não é apenas cantar bem e não passar por estas situações que uma carreira profissional exige. Cantar com o desejo de vencer e não a sensação de que está apenas curtindo. Quem está curtindo vai ao karaokê. Quem quer fazer coisa séria pode ir para o “The Voice” ou “The Voice Kids”. Lá só cabem os que querem se profissionalizar.

Você já se arrependeu de não ter virado a cadeira alguma vez?

Muito. Várias vezes. Todas as edições tiveram arrependimentos, e são horríveis, porque eu nem dormia, ficava morrendo de dó da pessoa. E outra coisa: às vezes, fico no afã de já ter escolhido minha equipe, passa um campeão, e já não posso mais escolher. Bate muito arrependimento. E quando ficamos sabemos a história da pessoa? A produção não conta nada antes, e quando, depois que o candidato passa, ficamos sabendo da história do candidato, dá mais sofrimento ainda. Este mês teve um menino da Paraíba que cantou tão bem, eu não virei, e depois bateu um arrependimento forte.

Quais os seus planos profissionais para depois do programa com as crianças?

Este ano eu vou gravar bastante, e serão muitas surpresas. Mas preparem-se porque teremos projetos importantes e um dos projetos que eu mais desejo realizar este ano é o “Tropicália 3”. Caetano e Gil já me deram carta branca, e agora falta eu conversar com o Tom Zé e outros grandes músicos. Mas este projeto é um dos meus sonhos. Quero também gravar o disco dos 25 anos da Timbalada e o disco da banda Mukindala.

Carlinhos Brown relembra seus sucessos de Carnanal em sua página no Facebook:


 

 


 

 



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