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Brasil está entre líderes de streaming pago, diz estudo
Publicado em 02/05/2017

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Federação Internacional da Indústria Fonográfica divulga números dos 13 maiores mercados que mostram crescimento no consumo musical por smartphones e hegemonia do YouTube

Por Alessandro Soler, de Madri

Mais da metade dos usuários de internet do Brasil usou algum serviço de streaming no ano passado, revela um abrangente estudo mundial conduzido pela Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, na sigla em inglês). Entre os 13 maiores mercados globais para a música, o Brasil (nono no ranking) está em quarto tanto em uso de streaming (52% do total de usuários de internet de 16 a 64 anos de idade) como em streaming pago (26%). Bem à frente de mercados mais avançados como Japão (11% e 7%), Estados Unidos (41% e 20%), Reino Unido (37% e 18%) e França (43% e 12%). No quesito legalidade, aliás, estamos na companhia de países que há anos vêm revertendo a curva da pirataria generalizada que marcou o início do consumo musical pela rede. São nações como Suécia (sede mundial do Spotify), Coreia do Sul e Espanha, que, junto conosco, ajudaram o streaming pago a ter um salto de 20% em relação a 2015.

A difusão do consumo de música pela internet, que, no auge da pirataria, causou um terremoto na indústria musical – e que hoje é vista como sua salvação – se manifesta em diversos hábitos. Por exemplo, o aumento do uso de smartphones, que, com 55% do total das músicas escutadas na internet em 2016, superou os computadores de mesa ou notebooks (45% do total). No Brasil, o consumo por smartphones é ainda maior: 69%, atrás apenas dos mexicanos (77%) e sul-coreanos (75%) e bem à frente dos estadunidenses (54%) e dos japoneses (39%). Estes últimos, aliás, constituem o segundo maior mercado musical de música e um dos bastiões onde sobrevivem as mídias físicas (CDs e LPs, principalmente), o que explica a baixa penetração do streaming.

Entre os jovens, 93% escutam música no YouTube
O estudo traduziu em números algo que a indústria há muito já sabe: que o YouTube, com seu mais de um bilhão de usuários, é o maior serviço de streaming do mundo, apesar de se negar a pagar aos titulares das canções que hospeda, diferentemente do que fazem Spotify, Deezer ou Apple Music (em que, apesar do pagamento, ainda predominam as baixas remunerações). Na média dos 13 mercados pesquisados pela IFPI, 82% dos usuários da megaplataforma relatam tê-la acessado para ouvir música alguma vez nos últimos seis meses, sendo que 81% o fizeram em busca de músicas já conhecidas. Entre os usuários mais jovens (16 a 24 anos), nada menos que 93% acessam o YouTube globalmente para ouvir músicas. No Brasil, o número é ainda maior: 94%.

Os serviços “oficiais” de streaming também se destacam e representam uma esperança para a indústria. O mais consumido do mundo em smartphones em 2016 foi o Deezer em sua versão paga (78%), seguido do Spotify em sua versão paga (76%), o Pandora (65%) e o Apple Music (40%). Fechando a lista vêm as versões gratuitas de Spotify (60%) e Deezer (40%).

Apesar do crescimento notável e sustentável do streaming, preocupantes 35% dos usuários de internet dos 13 mercados mais importantes continuam a acessar conteúdos piratas, número que alcança 49% entre os mais jovens. O papel de sites de busca como o Google nisso continua inegável: 66% dos usuários que pesquisaram por músicas gratuitas no maior portal do mundo estavam procurando por conteúdos piratas, segundo o estudo. E aqui o Brasil faz feio: junto com México e Estados Unidos, lidera as buscas por conteúdos piratas.

Mas o capítulo final do longo documento publicado pela IFPI traz esperanças. É que 82% dos entrevistados entre 13 e 15 anos, que veem seus pais pagando cada vez mais para ouvir músicas na rede, desejam também consumir conteúdos legalmente. Essa faixa etária é a que lidera a percepção de que ouvir música pirata na internet é roubo (64% dos entrevistados de 13 a 15 anos concordaram com essa afirmação, números que vão caindo pouco a pouco nas faixas etárias seguintes, subindo novamente só entre os mais velhos). Mais da metade (54%) desses adolescentes já consomem músicas em streaming legalmente na internet, sendo 50% em serviços gratuitos e 26% em serviços pagos. Entre os usuários de 16 a 24 anos, o quadro é ainda melhor: 62% de consumo legal, sendo 55% grátis e 33% pago. Um panorama que vem melhorando ano a ano e dá um alento à indústria musical global.

O estudo completo (em inglês) está disponível no site da IFPI.


 

 



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