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UBC participa de seminário internacional na Bolívia
Publicado em 11/08/2017

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Organizado com a aliança latino-americana de sociedades de autores Alcam e com a associação local Sobodaycom, encontro reuniu autores para debater criação e remuneração num mercado em permanente mudança

De Santa Cruz de la Sierra, Bolívia*

A UBC teve, mais uma vez, papel de destaque na realização de um debate internacional sobre o papel do compositor na era digital e o fortalecimento dos direitos autorais. Geraldo Vianna, conselheiro fiscal na nossa associação, esteve semana passada na Bolívia para uma série de encontros com criadores locais e com a sociedade de gestão coletiva do país andino, a Sobodaycom, levados a cabo pela Aliança Latino-Americana de Compositores e Autores de Música (Alcam). Idealizados por Vianna e pela diretora-executiva da Alcam, Barbara Nash, os seminários, entre 1º e 3 de agosto, em Oruro e Santa Cruz de la Sierra, mostraram, segundo Vianna, grande e profundo envolvimento dos criadores bolivianos no debate global sobre a justa remuneração numa era de tantas transformações.

“Eles sofreram, e ainda sofrem muito, com a pirataria, que provocou a extinção da indústria fonográfica local.

Geraldo Vianna, compositor e conselheiro fiscal da UBC.

Foi o segundo encontro boliviano num intervalo de três anos. E uma mudança significativa de lá para cá. “Foi impressionante a transformação da comunidade de autores local. Há, hoje em dia, uma participação intensa, um grande envolvimento dos autores em debates, em troca de ideias. Estão preocupados com as mudanças do mercado, com a questão da transferência de valor, da necessidade de um acordo com os grandes players do mundo digital”, afirma Vianna, para quem a Bolívia é um caso emblemático por estar vivendo uma dupla “reinvenção” do seu mercado:

“Eles sofreram, e ainda sofrem muito, com a pirataria, que provocou a extinção da indústria fonográfica local. Ainda há uma base muito grande de mídias físicas por lá, principalmente CDs, e, como já não se fabrica nada localmente, o índice de pirataria é altíssimo, eu diria que de mais de 80%. Então, além de lidar com esse mercado peculiar, eles também estão se adaptando, como todo o resto do mundo, ao digital. É um desafio duplo.”

Como sempre nesses encontros, que ocorrem desde 2015 e já passaram por diversos países, Costa Rica e Colômbia entre eles, as experiências positivas e as características intrínsecas de cada lugar ganharam destaque nos debates. No caso da Bolívia, onde o mercado de música folclórica é fortíssimo e, nas palavras de Vianna, um modelo para o mundo, os autores desse estilo falaram sobre suas ações de empoderamento. O trabalho de valorização da música local também ficou evidente no âmbito associativo, com a diretoria da Sobodaycom sendo reeleita por unanimidade.

“Eles têm uma junta diretiva muito séria, envolvida com as causas do autor e que busca acordos políticos com pessoas das estruturas do Estado que entendem a importância do respeito ao direito autoral. São, além disso, muito proativos. Criaram uma fundação que gere um teatro próprio em La Paz, onde há espaço garantido para novos compositores. Voltei otimista”, conta Vianna.

O próximo encontro da Alcam vai ser sua assembleia geral, dias 7 e 8 de dezembro, em Montevidéu. Na ocasião, também com a presença da UBC e de representantes das muitas sociedades que compõem a Aliança, será feita uma avaliação das ações de fortalecimento da classe que vêm sendo postas em prática. E, não se esqueça: o nosso site conta para você tudo o que rolar.

 

*Com informações de Geraldo Vianna, conselheiro fiscal da UBC


 

 



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