Público, crítica e artistas exaltam alto nível da estreia do evento evento, que terminou há dois dias e teve grandes apresentações de brasileiros e estrangeiros de diversos estilos
Do Rio
Foto do trio A Guitarra e o Tambor feita por Marcos Hermes
A capital da bossa nova foi, por quatro dias, a capital do jazz (e de muitos outros estilos, que se diga). Na primeira edição do Rio Montreux, espécie de filial tropical do famoso festival suíço, grandes nomes se revezaram nos quatro palcos montados no Píer Mauá, na Zona Portuária da cidade, de 6 a 9 de junho, com notável sucesso de público (mais de 18 mil pessoas) e crítica — o que garantiu a segunda edição, em 2020, já anunciada pelo produtor Marco Mazzola.
Além do jazz, houve rock, pop, salsa, r&b e uma porção de outras coisas que, de tão plurais e inclassificáveis, costumam ser classificadas sob o guarda-chuva pouco específico chamado world music. Representando o jazz, o contrabaixista Stanley Clarke e o guitarrista Al Di Meola, ambos americanos, foram grandes destaques internacionais com seus respectivos shows. Assim como a cantora britânica de soul Corinne Bailey Rae e o célebre guitarrista de rock Steve Vai, entre diversos outras atrações de peso internacional.
Mas, como a ideia era mostrar a integração entre os sons globais e a admirável música nova do Brasil, não faltaram performances de impacto entre os muitos artistas locais escalados.
Caso de Pedro Baby e Júnior Tolstói (que se apresentaram com Davi Moraes no projeto A Guitarra e o Tambor), Amaro Freitas, Quarteto Jobim & Maria Rita, Hamilton de Holanda Quarteto & Paulinho Costa, Bianca Gismonti Trio, Adaury Mothé, Andreas Kisser e convidados, Fernando Vidal Trio, Pitty e Zeca Baleiro (com Frejat), Dani Spielmann (AMAR) e orquestra Gafieirando convidam Bebê Kramer em homenagem a Paulo Moura, Sergio Diab Stratoman, Ricardo Marins, Deborah Levy e André Vasconcellos Quinteto, só para citar algumas entre as muitas atrações que marcaram os quatro dias de evento.
Hamilton de Holanda num momento do seu show
“Só fizemos um gol, precisamos de outros cinco, seis, sete. Vamos fazer o Rio Montreux em 2020, no mesmo lugar e da mesma forma, com ou sem lei de incentivo”, afirmou Mazzola, conhecido produtor musical que descreveu como mágico o clima entre público e músicos. “Os músicos (estrangeiros) saíram chorando do Brasil”, ele disse ao jornal “O Estado de S. Paulo”.
"Um ponto extremamente importante para reforçar é que, além da importância cultural que um evento desse porte tem para a cidade, há o impacto econômico e de imagem. Um estudo feito pela FGV fez uma estimativa de impacto na cidade de R$ 52,3 milhões, com a criação de 1,22 mil empregos diretos e indiretos", afirmou Cláudio Romano, diretor executivo da Dream Factory, empresa responsável pelo evento.
A reação de Al Di Meola em seu Instagram, apenas algumas horas depois de sua potente apresentação, corrobora o que Mazzola diz: “Eu já toquei em muitos festivais na minha vida, mas tenho que dizer que fiquei completamente impressionado com a organização desse Rio Montreux.”
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