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Em seis anos, número de associadas à UBC cresce 151%
Publicado em 08/03/2023

Participação de mulheres na distribuição se mantém em 10%; relatório Por Elas Que Fazem a Música analisa presença feminina na indústria

Do Rio 

O relatório anual Por Elas Que Fazem a Música 2023, que a UBC apresenta neste Dia Internacional da Mulher, lança mais uma vez um detalhado olhar sobre a participação feminina na indústria a partir de dados da nossa associação. Desde a primeira edição, de 2018 (com dados de 2017), o crescimento no total de filiadas foi de 151%, refletindo nossa campanha permanente por uma maior presença delas na cadeia produtiva musical. Por outro lado, houve estagnação no percentual feminino sobre o bolo total de distribuição de direitos autorais, com apenas 10%, o que dá uma dimensão do tamanho do desafio que temos à frente na busca por equidade.

Entre os maiores segmentos de arrecadação, elas ficam acima da média em apenas três: Rádio (16% de participação feminina), Show (15%) e Digital (11%), que inclui streaming. No caso de Show, o crescimento da presença delas foi de 4 pontos percentuais, o que pode ser atribuído não só à forte retomada dos concertos e festivais, mas também à elogiável decisão de muitos eventos de escalar mais mulheres — em alguns casos, com line-ups inteiramente femininos.

Do exterior vieram outros sinais positivos. Embora representem 16% do quadro total de associados, as mulheres corresponderam em 2022 a 17% do total arrecadado lá fora. E, entre os 100 titulares que mais receberam dinheiro de execução pública em outros países, elas foram 27. Isto sugere que, apesar de a participação feminina ainda estar muito aquém da ideal, nossas titulares conseguem extrapolar as fronteiras do Brasil com grande assertividade, despertando o interesse de audiências de vários territórios.

No que depender das associadas mais jovens, esse interesse tende a se renovar. Quando analisamos o quadro de associadas, a faixa de 18 a 30 é predominante, com 32% do total. Em seguida vêm as associadas de 31 a 40 anos: 29%.

Ainda grande, por outro lado, é a tarefa de promover maior equilíbrio regional. Mesmo tendo cerca de 42% da população brasileira, o Sudeste responde por 61% das mulheres filiadas à UBC. O Nordeste, com pouco menos de 30% da população, fica com só 16% das associadas. E semelhante distorção é verificada nas outras regiões.

Quando comparamos homens e mulheres por categoria de associado, vemos que os percentuais oscilam fortemente: se elas são apenas 9% entre todos os compositores, sobem a 15% entre os intérpretes e a 17% entre os versionistas. Isto deixa clara a barreira não declarada do mercado a mulheres de várias áreas de criação musical — e um claro símbolo disso é a quase invisibilizada carreira de produtora fonográfica. As mulheres que se dedicam à área ficaram com só 7% do total distribuído à categoria. Uma pequena luz no fim desse túnel é o fato de que, em um ano, houve um considerável aumento no total de fonogramas cadastrados que tinham mulheres como produtoras: 17%. 

“Vejo mulheres inspiradoras em posição de destaque na indústria, apesar dos números mostrarem que ainda há muito a avançar. Tanto na indústria fonográfica quanto fora dela, os números trazem um reflexo de toda uma sociedade. Mas estamos avançando. E é preciso ter esse olhar otimista em relação às conquistas, que são relevantes", afirma a cantora e compositora Paula Lima, diretora vogal da UBC.

Além de levantar esses dados, a UBC promove debates sobre o tema, apoia iniciativas de inclusão de mulheres na cadeia produtiva e, não menos importante, dá o exemplo dentro de casa: 57% do nosso quadro geral de funcionários são integrados por elas. E 60% dos cargos de liderança da associação são ocupados por mulheres, entre os quais se destacam as gerências de todas as nossas filiais fora da sede do Rio de Janeiro. 

Gerente de Comunicação da UBC e coordenadora do relatório, Mila Ventura afirma que, para gerar mudanças, é preciso gerar oportunidades.

"Entendemos a importância deste levantamento para o mercado. A partir dele, muitos projetos em prol da equidade de gênero são embasados e conseguem ganhar o mundo, gerando oportunidades e uma mudança ativa na nossa indústria. Como instituição, seguiremos fomentando o debate e apoiando ações comprometidas não só com a igualdade de gênero, mas com todo tipo de diversidade", explica.

LEIA MAIS: O relatório na íntegra

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