Para celebrar a história das mulheres no gênero, a artista se junta a uma conversa com a autora do livro 'Funk Delas - A história contada pelas mulheres', Michele Miranda, e a fundadora do selo Hervolution e sócia-diretora da KondZilla, Alana Leguth, no Museu de Arte do Rio, nesta sexta (12)
Do Rio
O Museu de Arte do Rio (MAR) será palco de uma celebração inédita nesta sexta-feira (12) para o Dia Nacional do Funk, instituído em dezembro de 2023. Com apoio da UBC, o evento contará com um pocket show da cantora Valesca Popozuda e um bate-papo com Michele Miranda, autora do livro "Funk Delas - A história contada pelas mulheres", e Alana Leguth, fundadora da Hervolution, um selo dedicado a garimpar talentos entre as mulheres e promovê-las no universo do funk, e cofundadora da KondZilla. A mediação será feita por Tamiris Coutinho, curadora da exposição “Funk: Um grito de ousadia e liberdade”. A programação, gratuita, ocorrerá das 16h às 21h.
Para celebrar a cultura do funk e destacar o papel significativo das mulheres nesse movimento, Valesca Popozuda não apenas cantará sucessos de sua carreira, mas também apresentará faixas inéditas de seus novos EPs, "De Volta Para Gaiola: Amor" e "De Volta Para Gaiola: Amor De Verdade", lançados em 5 de julho.
“Comecei como dançarina na Gaiola [das Popozudas]. Quando a gente dançava, só tinha homens querendo assistir. Quando peguei o microfone, ter as mulheres na frente do palco era meu objetivo. Eu cantava para elas, por elas. Não tinha muitas mulheres. Tive que aprender muita coisa na raça mesmo, enquanto ia fazendo. Na época, as mulheres faziam muitas músicas estilo ‘resposta’, sabe? Porque o MC cantava o que quisesse sobre a gente. Naquela época, os conceitos de machismo e feminismo não eram muito discutidos e divulgados, então, fomos feministas antes até de saber o que era isso”, relembra Valesca em um trecho do livro "Funk Delas".
O evento também marca o lançamento do livro "Funk Delas - A história contada pelas mulheres", adaptação da dissertação de mestrado da jornalista e pesquisadora musical Michele Miranda. A obra, baseada em entrevistas com grandes nomes do funk feminino, traz pela primeira vez para a literatura a perspectiva das mulheres sobre o movimento que nasceu no Rio de Janeiro.
“As mulheres, seus corpos e seus comportamentos são temas recorrentes das letras de música dos principais hits do funk compostos por homens, mas raramente elas têm oportunidade de contar suas versões. O objetivo do livro 'Funk Delas' é justamente dar protagonismo a essas mulheres, para que elas sejam donas de suas próprias histórias", destaca Michele.
O Museu de Arte do Rio, localizado na Praça Mauá, atualmente abriga a exposição “Funk: Um grito de ousadia e liberdade”, que explora a rica história e a impactante cultura do funk.
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