Jéssica Pina, Nayr Faquirá, Sofia Hoffmann, Aiyra, Bixarte, Cristal, Dandara Manoela, Kaê Guajajara, Neila Kadhí e Pri Azevedo estrelam o projeto, com episódios semanais, todas as quintas, até outubro
Por Akemy Morimoto
Fotos: Isabelle Índia
O frio de junho tomava conta de São Paulo e o céu fechado parecia não querer abrir. Mas, no início do Songcamp Por Elas Que Fazem A Música, no estúdio da Headmedia, a cidade mudou de humor: o sol apareceu, a temperatura subiu e o calor humano tomou conta do espaço. Brasileiras e portuguesas se encontravam pela primeira vez, trocando sorrisos e palavras antes mesmo das primeiras notas. Assim nasceu a segunda temporada do projeto, realizado pela UBC e pela Sociedade Portuguesa de Autores (SPA). Uma edição inédita que atravessa o oceano para celebrar a criação feminina em um idioma comum, mas cheio de particularidades. Acompanhe pelo Youtube da UBC e pelas redes sociais da SPA.
Antes da estreia, o público foi presenteado com um episódio especial de reencontro das artistas da primeira temporada. Um ano depois, King Saints, Luiza Brina, Letícia Fialho, Lio Soares, Nath Rodrigues, Livia Nery, Coral, Ju Strassacapa, Larissa Umaytá e Bruna Souza voltaram ao Sonastério, em Minas Gerais, para relembrar como o projeto impactou suas carreiras e celebrar a parceria com uma versão acústica de “Deixa Florescer”, música que nasceu no primeiro songcamp.
ASSISTA AO REENCONTRO DA 1ª TEMPORADA:
“O Por Elas Que Fazem a Música é um projeto pioneiro porque ele começou como um levantamento inédito sobre a presença feminina na música e rapidamente se tornou referência para o mercado. Mas entendemos que era preciso ir além, e por isso criamos o Songcamp: primeiro reunindo dez artistas para um processo criativo coletivo e, agora, promovendo uma segunda edição com a Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), ampliando o projeto para um intercâmbio cultural entre brasileiras e portuguesas”, celebra Mila Ventura, head de comunicação e marketing da UBC e coordenadora do projeto.
A paulista Dandara Manoela em processo de composição ao lado das portuguesas Nayr Faquirá e Sofia Hoffmann
A importância desse movimento também é ressaltada pela presidenta da UBC, Paula Lima:
"Criado para dar visibilidade ao talento feminino no mercado fonográfico, o projeto é guiado por empoderamento, criatividade e representatividade. Os singles lançados são a prova de que união e força feminina geram músicas potentes, emocionantes e transformadoras. Parabéns a todas as associadas que fizeram história!"
Do outro lado do oceano, a parceria ganha ainda mais significado, como destaca José Jorge Letria, presidente da SPA: “No ano em que a SPA comemora o seu centenário, é uma alegria a concretização deste projeto a convite da UBC, sociedade de autores com quem partilhamos o desígnio da Lusofonia e celebramos o papel das mulheres na cultura.”
Nesta temporada, as brasileiras Aiyra, Neila Kadhí, Dandara Manoela, Cristal, Kaê Guajajara, Bixarte e Pri Azevedo se uniram às portuguesas Jéssica Pina, Nayr Faquirá e Sofia Hoffmann. Dores, delícias e amores foram transformadas em música, compondo um mosaico plural que reflete a força de suas trajetórias e identidades.
“Deveriam existir mais iniciativas como essa. Com certeza vai mudar a forma como eu componho, de um jeito mais espontâneo. Muitas vezes a gente pensa em fazer algo mainstream, porque também queremos retorno, mas aqui aprendi a me abrir para um processo mais livre. Queria ficar mais um mês com elas (risos), mas saio muito feliz”, conta Jéssica Pina, cantora, compositora e trompetista portuguesa, que já integrou a banda de Madonna e trouxe para o projeto todo o brilho do instrumento que é sua marca registrada.
Esse mergulho no processo livre e coletivo descrito por Jéssica se materializou em “Flor de Asfalto”, canção que fala de travessias, cura e resistência. Ali estavam mulheres dispostas a escutar o que a Deusa Música queria revelar. E a deusa não erra: na sincronicidade do processo, tudo se encaixou como um elo inevitável. “O tambor é o nosso encontro”, repetido em coro no refrão, atravessou o Atlântico e reafirmou que nenhuma distância é maior que a potência da criação coletiva.
“A música veio como um mantra, cheia de fé e espiritualidade. Foi fluido, natural, e trouxe um sagrado muito forte”, conta Cristal, artista do Rio Grande do Sul, que viveu sua primeira experiência em um camp de composição no projeto.
Paula Lima ao lado das artistas e da equipe durante a primeira audição da música
Já Sofia Hoffmann, de Lisboa, o projeto é "absolutamente único". Segundo ela, a composição simboliza o que o mundo precisa: unir diferenças e encontrar complementaridades. "Nasceu uma verdadeira família UBC/SPA", resume.
“Estou muito grata e emocionada, porque o projeto aconteceu justamente na semana do meu aniversário. Foi um presente especial, um sinal de que estou no caminho certo, com as pessoas certas e com o propósito certo. A música que criamos reflete pra mim exatamente isso”, completa a artista luso-moçambicana, Nayr Faquirá.
A experiência agora se transforma em série documental no canal da UBC no YouTube. Serão quatro episódios lançados sempre às quintas-feiras, às 18h (horário de Brasília), até outubro, quando a jornada se encerra com o clipe e a estreia oficial da canção composta pelas participantes. O primeiro episódio já está no ar, e o público pode acompanhar também os conteúdos nas redes sociais da SPA.
ASSISTA AO PRIMEIRO EPISÓDIO DA 2ª TEMPORADA:
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