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Homenagem a Mario Zan
Publicado em 24/06/2013

Imagem da notícia Neste dia tão festivo de São João, uma homenagem a Mario Zan, grande compositor brasileiro e autor de diversas canções que embalam as quadrilhas. Mario nos deixou em 2006, aos 86 anos.

Conversamos com Mariangela Zan, cantora e filha de Mario. Ela fala sobre o título de "Rei da Sanfona" e da relação do pai com a Festa Junina.




-Mario é considerado o Rei da Sanfona, título ratificado pelo Gonzagão. Você gosta deste título atribuído ao seu pai? O que Mário achava?

Gosto muito deste título e acho justo. Foi o grande mestre Luiz Gonzaga que deu a meu pai a primeira oportunidade de emprego no Rio de Janeiro, no mesmo local onde ele tocava. Luiz dizia: Eu sou o Rei do baião, o rei da sanfona é Mario Zan, tamanha admiração que tinha pelo meu pai e por seu trabalho. Acho Mario Zan um dos artistas mais completos que já conheci, por compor e tocar em diversos ritmos, com uma riqueza musical imensa, sempre teve sede de conhecer, ouvir os ritmos dos locais onde visitava, por isso a amplitude de seu repertório, que vai do tango, clássicos internacionais a música caipira. Tinha uma técnica e uma interpretação incomparáveis, tanto que é fácil descobrirmos onde é Mario Zan tocando numa gravação, pelo estilo próprio que criou, inimitável. Por isso acho justíssimo o título de Rei da sanfona. Meu pai gostava de receber este título e procurava estudar sempre, constantemente para fazer jus sempre a este honroso título.






-Como era a ligação de Mario com as festas juninas?

Meu pai adorava festas juninas, essa tradição folclórica que herdamos de nossos colonizadores. Adaptou a quadrilha da corte francesa para a cultura caipira, incrementando-a as festas dos santos trazidas pelos portugueses. Compôs hinos como "Festa na roça", "Sapecando", "Quadrilha completa", músicas que com certeza todos nós já dançamos na vida e as gerações que vem surgindo continuam dançando. Ele esperava essa época o ano todo, trabalhava bastante, os meses de junho e julho praticamente inteiros. Não há festa junina sem as canções de Mario Zan. Ele sempre adorou, acho que por isso se destacou tanto com as músicas deste período do ano.




- A música "Festa na Roça" foi a mais executada em Festas Juninas nos últimos 3 anos. Como você tem avaliado a distribuição dos direitos autorais atualmente?

Fico muito feliz em saber que "Festa na roça" foi a canção mais executada nas festas juninas há 3 anos. É uma linda composição de Mario Zan e seu grande amigo e parceiro musical Palmeira (das duplas Palmeira e Luizinho, Palmeira e Biá). Essa música tem um mistério que logo em seus primeiros acordes, dificilmente alguém consegue ficar parado. É alegre, dançante, pra cima, a tradução perfeita do astral das festas juninas. Quanto à distribuição, temos a UBC que nos protege e estou muito satisfeita com o trabalho desta sociedade, a qual hoje sou também associada, recomendando-a também para todos os meus amigos músicos.

-Como seu pai influência em sua vida artística?

Comecei a cantar com meu pai há exatos 20 anos, quando eu tinha 13 anos de idade, na época das festas juninas, quando consegui que ele me levasse em seu show para fazer coro nas canções tradicionais juninas como "O balão vai subindo", "Pula fogueira", etc. Quando eu tinha 15 anos meu pai precisava de uma cantora na banda que soubesse todo seu repertório. Na época, a cantora havia saído para fundar uma banda própria. Eu timidamente disse a ele que sabia todo seu repertório. Cantei para ele, que ao ouvir disse-me que, mesmo precisando aprender muito, poderia seguir cantando com ele. E assim foi, cantei em seus shows e bailes por todo Brasil. Posso dizer que foi a melhor escola que poderia ter tido. Isso foi até 2006, quando ele passou para o plano Divino. Desde 2007, sigo em carreira solo com o show "Viagem pela música raiz", onde canto e conto as principais musicas caipiras de todos os tempos, incluindo os grandes sucessos de Mario Zan como "Chalana", "Os Homens Não Devem Chorar", "Ciriema", etc, acompanhada por uma linda banda, com ênfase nos instrumentos viola e sanfona. Tenho trabalhado constantemente nas unidades do Sesc, eventos de cultura por todo Brasil, praças públicas, procurando mostrar um pouco do que aprendi em minha infância, ouvindo as historias que os grandes compositores amigos de meu pai contavam em casa. Além, claro, das historias que ele próprio contava sobre suas composições. Sou associada da UBC com muito orgulho, assim como meu pai e gosto muito da forma atenciosa que sou tratada nesta sociedade.




No último dia 22, tive a honra de ser convidada pelo Sesc Catanduva a fazer um tributo a Mario Zan, acompanhada pela Orquestra Sanfônica de São Paulo. Neste lindo show, interpretamos os principais sucessos de meu pai, num show emocionante, para uma plateia lotada. Fiquei muito feliz em poder prestar esta linda homenagem a ele, justamente na região onde ele foi morar com a família quando chegou da Itália aos 4 anos de idade.

Quem quiser conhecer mais o meu trabalho, só acessar: www.mariangelazan.com.br

 

 



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