Com participações de bambas como João Donato e Manoel Cordeiro, disco é o primeiro lançamento de nova fábrica de São Paulo
Por Fabiane Pereira, do Rio
"Dancê" foi feito para mexer o corpo sem limites de idade ou de gêneros, e isso fica claro já na primeira audição. Eleito Melhor Álbum de Pop Contemporâneo Brasileiro no Grammy Latino de 2015, o terceiro disco de Tulipa Ruiz se transforma em um vinil rosa fosco de 150g irresistível. E mais, esse álbum será o primeiro lançamento da fábrica Vinil Brasil, que nasceu em São Paulo com a proposta de revigorar o mercado brasileiro de discos.
É um disco que consegue ser moderno ao mesmo tempo em que homenageia lendas da música brasileira como João Donato, Manoel Cordeiro e Lanny Gordin (que estão nas faixas “Tafetá”, “Virou” e “Expirou”). "Uma das coisas mais maravilhosas de fazer um disco é que o processo te mostra o caminho. Antes de começar a fazer o 'Dancê', a única coisa que eu sabia é que seria um disco dançante e teria as participações do Felipe e do Manoel, tínhamos uma parceria especial juntos que ainda não havia sido gravada. Durante a fase de criação do disco, as músicas foram chamando as participações. Foi assim com Lanny, Metá Metá e João Donato", conta a artista mineira que mora em São Paulo há mais de uma década e nos conta mais sobre a novidade:
Como e há quanto tempo rolou o convite para "Dancê" virar vinil pela NOIZE Record Club?
Tulipa Ruiz: A NOIZE tem o "Record Club", que é tipo um clube do vinil onde o principal foco é valorizar a experiência de "ouvir música". A revista vem junto com vinil e com o editorial todo voltado ao universo do artista escolhido por eles. A escolha tem a ver com a identificação dos editores da revista e também do seu público. Desde o lançamento do "Dancê" eu já tinha como meta fazer o vinil. Quando o pessoal da revista entrou em contato com o convite, que foi no final do ano passado, eu adorei a ideia e topei na hora.
Ganhar um Grammy muda a sua expectativa sobre o próprio trabalho?
O Grammy é uma chancela muito grande. É um prêmio reconhecido mundialmente, e por meio dele entrei em um mercado que até então não conhecia tanto, que é o latino-americano. Por não fazer parte de nenhuma gravadora e não estar ligada a nenhuma grande "major", entendo que esse prêmio é coletivo e abre portas para todos os artistas que fazem música independente no Brasil hoje. Não digo que mudou minha "expectativa" em relação ao meu trabalho, mas aumentou a minha responsabilidade em relação ao meu ofício.
Alguma chance de o disco virar DVD?
Sim, todas as chances. Ainda não comecei a pensar nisso de forma prática, mas este é um dos nossos próximos passos.
Quais são seus próximos projetos?
Este ano sigo com a turnê nacional do "Dancê" e faremos turnê fora também. Em setembro temos Europa e também voltamos a México e Equador. Videoclipes também estão no forno!