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Acusados de pirataria, Google e Facebook começam a se mexer
Publicado em 06/03/2017

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Gigantes da internet anunciam remoções de links ilegais, negociação com gravadoras e fechamento de perfis com conteúdos piratas

Por Alessandro Soler, de Madri

Dois dos gigantes da internet mais frequentemente acusados de violações sistemáticas de direitos autorais parecem dar os primeiros passos efetivos para reverter sua má imagem. O Google anunciou ter removido, em um ano, 913 milhões de links do seu mecanismo de busca por infração de copyright. Já o Facebook bloqueou, em pouco mais de uma semana, uma dezena de grandes páginas da sua rede (algumas com mais de um milhão de seguidores) que transmitiam de modo pirata partidas da Liga Espanhola de futebol e da Liga dos Campeões da UEFA. Além disso, teria dado início a negociações com gravadoras para passar a pagar pelas músicas que usuários publicam na recém-inaugurada funcionalidade de transmissão de vídeos ao vivo.

Desde 2011, o Google recebeu 2,3 bilhões de solicitações de remoção de conteúdos com músicas, vídeos, imagens e textos reproduzidos sem autorização dos criadores. Desses, 90% teriam sido atendidos.  A maior parte dos pedidos de remoção de conteúdos piratas, segundo um relatório publicado semana passada pelo Google, partiu da BPI, a maior sociedade musical do Reino Unido. Também estão entre os 20 maiores reclamantes gravadoras do Brasil, dos Estados Unidos e da Colômbia, além de estúdios de televisão.

O relatório, contudo, mostra uma postura dúbia do conglomerado Google. Não há qualquer menção ao YouTube, líder absoluto de queixas no mundo musical, pela reprodução descontrolada de conteúdos protegidos sem pagamentos. A filosofia do Google é a de que o YouTube é um site de conteúdo colaborativo, ou seja, com publicações a cargo dos seus usuários, o que crê eximi-lo da responsabilidade pelo pagamento de direitos autorais.

No caso do Facebook, a enxurrada de conteúdos publicados por seus usuários por meio da ferramenta de vídeos teve diferente postura. Fontes do gigante criado por Mark Zuckerberg declararam à agência Bloomberg estar negociando com gravadoras uma “superlicença” global para permitir a reprodução dos vídeos que contenham músicas e, assim, garantir algum pagamento aos titulares.

“Temos esperança de que essa licença valha para o conteúdo inteiro do Facebook”, afirmou David Israelite, presidente da poderosa National Music Publishers' Association, dos Estados Unidos. Com a medida, o Facebook espera ganhar terreno sobre o YouTube como plataforma de publicação de vídeos – sem a mancha da pirataria.

A cruzada contra os pouco mais de dez perfis espanhóis que reproduzem ilegalmente as partidas de futebol pode ser interpretada como uma jogada de marketing, mas permite entrever a diferença de postura em relação ao Google. Com fanfarra e estardalhaço, o Facebook divulgou ter fechado páginas que, juntas, reuniam mais de cinco milhões de seguidores para assistir às transmissões pirateadas de canais legalmente habilitados. Procurada, a representação do Facebook na Espanha não atendeu o pedido de entrevista. No seu comunicado de imprensa, contudo, a empresa afirmou que “ampliará o combate às violações de copyright”, numa filosofia que fontes do mercado esperam impregnar também o YouTube, diante da dura competição que se avizinha entre as duas plataformas no mercado de publicação de vídeos na internet.


 

 



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