Um dos compositores mais ecléticos da nossa música, ele usa seu olhar sem preconceitos para lançar novos talentos em um programa de rádio
Do Rio
Continue lendo abaixo a entrevista com Marcos Sabino na Revista UBC #32. (Clique aqui para ler o início da matéria)
E a parceria como o seu filho, Felipe Ferreira, produtor da atração? Como funciona na prática?
O meu filho Felipe (Ferreira) desde pequeno se mostrou interessado pela música, conviveu com muitos músicos que vinham gravar no meu estúdio, começou cedo a tocar bateria e violão... Com 14 anos, coloquei ele na minha banda, e caímos na estrada. Chamei-o para produzir o programa comigo, e ele tem desempenhado muito bem esse papel.
Tem projetos de criação musical atualmente em desenvolvimento? Disco novo, por exemplo?
Tenho feito muitas canções usando uma afinação que aprendi, na verdade muitas bandas do rock dos anos 70 a usavam, principalmente o Led Zeppelin. Fiz 20 músicas assim e estou enviando para os parceiros letristas. Compus uma canção chamada “Dia Simples”, que pretendo lançar nas plataformas e num single em breve. Fiz uma amostragem dela na Festa Nacional da Música, ano passado, no Ninho da Criação, um show/bate-papo de que participaram eu, o Sá (da dupla Sá & Guarabira), o Nando Cordel, o Paulo Massadas e o Michael Sulivan. O público gostou muito, e os companheiros de palco também. Acho que foi um bom teste.
E entre as novas parcerias, o que pode nos contar de bacana?
Tenho conversado com alguns compositores da nova geração, minha intenção é achar um letrista que conheça bem o trabalho de minha geração e que entenda a nossa maneira de fazer a música. Temos a espontaneidade como marca vital, fazemos música por instinto. Claro que trabalhamos para o mercado, mas a música flui, e eu só sei compor assim. Mas tenho algumas que já estão com endereço certo: enviei uma para o Sá, outra para o Aloysio Reis, um dos parceiros mais antigos, ao Paulo Sérgio Valle, com quem já compus algumas, ao Dalto, que é velho de guerra… E tenho muita vontade de compor outra vez com o Cláudio Rabello, com que já fiz muitas canções, e com o Cacá Moraes, com quem compartilhei sucessos como “Uma História de Amor” e “Dia de Rodeio”.
E o streaming? Pensa em disponibilizar sua obra em alguma plataforma? Que opina do formato?
Por enquanto, é um misto de sensações. Só agora resolvi entrar nesse mundo de cabeça. Tenho canções que são exploradas no YouTube com milhões de acessos, e eu não recebo nada por isso. Resolvi não perder mais tempo, estou digitalizando tudo, já que as gravadoras não colocaram os catálogos nas plataformas. Por isso, vou colocar o que é meu. Às vezes nem sabem quem cuida das matrizes. Difícil demais. Fico imaginando a dificuldade que o Guilherme Arantes teve para juntar toda a sua obra, continuamos a matar alguns leões por dia. Como digo na abertura do programa, “vamos navegando porque não podemos mudar a direção dos ventos, mas podemos ajustar as velas para conquistar novos horizontes.”