Vocalista e líder do Mombojó lança primeiro disco solo, uma amostra bem acabada do que passa pela sua mente: de tudo um pouco
Por Bruno Albertim, do Recife
Foto Ícaro Castilho
Felipe S (de Silva) é vocalista e um dos cérebros da já referencial Mombojó, dona de uma musicalidade sui generis, turbinada por guitarras, computadores e cavaquinhos, uma banda que, no começo dos anos 2000, se inscreveu como a primeira grande estação na linha evolutiva do pop pernambucano depois do mangue beat de Chico Science e Nação Zumbi.
Aos 33 anos, o músico recifense acaba de lançar “Cabeça de Felipe” (Joia Moderna), seu primeiro disco solo. Não que ele não estivesse habituado a criar. No início do Mombojó, trazia as composições, e a banda as assimilava. Aos poucos, o processo foi mudando, ficando mais coletivo, se esparramando para o estúdio. Isso, claro, alterou significativamente a maneira como o próprio Felipe cria.
Escute o álbum “Cabeça de Felipe” na íntegra
Dá para notar uma expansão notável em termos de musicalidades, de vozes diferentes (e contribuem para isso as parcerias com letristas de fora do mercado). Com nove inéditas e uma regravação, o álbum passeia da lambada lenta ao afoxé, do samba ao reggae. Tem de tudo um pouco, e é tudo bom. Antes de pegar a estrada em shows de divulgação, Felipe bateu um papo rápido com o site da UBC sobre o álbum.
Por que só agora esse primeiro disco solo?
FELIPE S - Foi a primeira vez que tive vontade de verdade. Eu achei que, até para a minha carreira como compositor, seria importante ter um espaço em que pudesse colocar as tantas músicas que faço na vida.
Há parcerias com não músicos, entre eles sua própria mulher, Ana Maria Maia. Como surgiram esses encontros?
É uma busca minha por boas letras. Venho tentando escrever com muitas pessoas diferentes, incluindo pessoas de fora da música, e tenho obtido um resultado de que gosto muito.
Por que resolveu regravar "Vão", de Juliano Hollanda?
“Vão" foi uma música que eu me viciei em cantar. E, na primeira oportunidade que tive, acabei gravando. Juliano tem produzido coisas junto de jovens talentosíssimos do Recife e conduz isso muito bem. Além de ter colaborações com várias pessoas que estão há décadas em Recife.
Como vai o trabalho com a Mombojó? Que projetos a banda tem para este ano?
Estamos no começo da turnê "Mombojó Lo-Fi", cujo repertório revisita músicas de toda a nossa discografia em um clima despretensioso.