Foto: Miguel Sá
Confira as releituras das obras do compositor nas vozes dos astros Ney Matogrosso, Silva, Marina Sena, Duda Beat, Saulo, Bala Desejo, Juliana Linhares, Almério e Martins
Do Rio
A ansiedade para assistir ao Prêmio do Compositor Brasileiro de 2022 finalmente acabou. Já está disponível no Youtube da UBC a celebração na íntegra, com direito as apresentações individuais e uma interpretação inédita de “Anunciação” com o mestre Alceu Valença na companhia de Ney Matogrosso, Silva, Marina Sena, Duda Beat, Saulo, Bala Desejo, Juliana Linhares, Almério e Martins.
Depois de um hiato de dois anos devido à pandemia, a Casa UBC, no Rio, voltou a ser o palco presencial do Prêmio UBC. Há um pouco mais de um mês, o recém vencedor do Grammy Latino na categoria Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa recebeu amigos e viu como alguns de seus hits ganharam releituras nas vozes de astros da música brasileira. A direção artística da festa foi de Zé Ricardo, curador do Palco Sunset e do Espaço Favela do Rock in Rio. Junto ao diretor executivo da UBC, Marcelo Castello Branco, Zé teve a difícil missão de escolher o repertório da premiação:
“Quando você pensa na obra de Alceu, o grande problema é escolher (só) oito músicas. Eu e Marcelo Castello Branco penamos para escolher oito músicas, porque, na verdade, podíamos fazer (o show) com 20.”
No vídeo, o diretor artístico também conta sobre a seleção dos intérpretes para as obras de Alceu:
“Quando eu pensei em ‘Como Dois Animais’, eu pensei na sensualidade da Marina Senna. Quando eu pensei em “La Belle de Jour”, eu pensei numa pernambucana que se apropriasse dessa música como a Duda Beat. Quando você pensa em ’Táxi Lunar’, que é a proposta de uma viagem para outra galáxia, você pensa no Silva cantando um reggae. Então, o pensamento foi tentar trazer pra cada artista um arranjo que lhes coubesse bem, que fosse uma roupa gostosa deles vestirem, e, ao mesmo tempo, sem descaracterizar em nada a música original, que é uma obra prima.”
Já para outros artistas, Zé sugeriu que interpretassem o arranjo original, como o grupo vencedor do Grammy Latino de Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa, Bala Desejo, em “Tropicana”. “Eu acho que tem esses dois caminhos. A gente pode surpreender o público e o homenageado com alguns novos arranjos e a gente também reforça a importância da obra dele, trazendo os arranjos originais”, conclui o diretor.
Ainda sem outras premiações brasileiras que celebrem o compositor, Marcelo Castello Branco reforça o compromisso da UBC em enaltecer quem faz a música:
“Quando eu vejo em alguns momentos o Prêmio UBC, eu lembro daquela frase do Carlos Drummond de Andrade ‘cansei de ser moderno, agora eu quero ser eterno’, então, eu acho que essas obras e esses artistas (homenageados no Prêmio) eles assinaram um compromisso lá atrás com a longevidade. A obra deles atravessa séculos e vai continuar atravessando, vai receber releituras, novas versões, novas interpretações... E acho que é esse mergulho que a gente faz no Prêmio UBC, que no final a gente provoca isso na sociedade e no próprio mercado, de valorização da obra do artista. É um momento muito íntimo, é um momento de valorização do autor.”
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