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Niclas Molinder, do Session Studio, tem semana de imersão em SP
Publicado em 17/02/2023

O produtor sueco conhece a máquina de hits do funk paulista e visita estúdios de gravação para ver de perto a nova produção brasileira

De São Paulo

Fotos de Marcos Artoni

Niclas Molinder durante um papo na Kondzilla: surpresa diante do profissionalismo desta e das outras produtoras de SP, como GR6 e Portuga Records

A potente máquina de criação do funk paulista, alimentada por produtoras como GR6, Kondzilla e Portuga Records, está fazendo algo totalmente original e único em termos de estrutura e modo de operação. É o que pensa Niclas Molinder, produtor, compositor, engenheiro de som e editor sueco, um dos criadores da plataforma Session Studio, uma ferramenta que permite uma melhor identificação dos autores de uma faixa — e, consequentemente, melhores pagamentos de direitos autorais. Ele esteve em São Paulo há alguns dias visitando estúdios, dando workshops e conhecendo artistas desta nova e, por ele, antes totalmente ignorada cena. Voltou impressionado para o seu país. 

“Foi minha primeira vez no Brasil, e minha impressão sobre o país e São Paulo foi realmente incrível. Eu não tinha a menor ideia da quantidade de gente que vivia lá e do tamanho da cidade, tão enorme. Foi ótimo ver aquilo com meus olhos. E as pessoas tão legais da indústria, os artistas, o pessoal dos estúdios... Mas nada me surpreendeu mais que os estúdios de funk. Como eles produzem música! Não consigo nem processar”, brinca. 

O sueco durante o workshop no estúdio Midas

A máquina altamente azeitada de produção e lançamentos, a enorme repercussão nas plataformas de streaming e nas redes sociais e o bolsão de criatividade que converge ao redor dessas produtoras são um celeiro de oportunidades, segundo o especialista, que tem como sócios na Session os compositores Max Martin e Björn Ulvaeus, um dos membros da banda ABBA. As misturas do funk a sonoridades variadíssimas, como o sertanejo e o forró, além de novos subgêneros, como o chamado mandelão, lo-fi e com batidas pesadas e mais repetitivas, são, para ele, uma mostra do talento que circula na cena:

“Eu perguntei a eles sobre qualidade. Porque tempo e qualidade normalmente não vão de mãos dadas. Mas o público deles parece amar o que eles fazem, ou seja, esses lançamentos cumprem seu propósito. A vida útil de uma mesma canção parece ser curta, quando você lança, não sei, 500 na semana. Mas, de alguma forma, eles dão uma nova vida às criações deles. Fazem novos mixes e vídeos, dão muito uso ao que fazem, às bases. Impressiona.”

Além das visitas a produtoras de funk, Moliner também deu oficinas em estúdios importantes da cidade ao longo de uma intensa semana, como Midas, YB Studio e Clap Me Studios. Conhecer novos artistas, novos produtores e novas formas de trabalhar fizeram o sueco ter vontade de voltar para explorar melhor os gêneros que vão além daqueles que conquistaram mais sucesso no exterior. 

“Sou um grande fã do jazz. Então, não dá para não pensar na bossa nova. Quando você faz jazz brasileiro, com elementos do país que são tão especiais, isso é algo que eu ouço e adoro normalmente. Eu já conhecia tudo isso. Agora, tive essa imersão no funk. E quero muito voltar para conhecer novas cenas e o que está sendo criado em diferentes partes do país.”

Cercado por artistas, produtores, pessoal técnico e representantes da UBC: integração com a cena brasileira

Para ele, sua plataforma, a Session — que tem uma parceria com a UBC para que seu sistema de identificação esteja ao alcance dos nossos titulares através do Portal do Associado — oferece oportunidades no universo do funk. 

“Quando você vê uma produtora de funk com 30 estúdios gravando 400 ou 500 canções por semana, quem vai estar no controle da administração das participações, da parte que cabe a cada um? Como saber quem criou o quê, quem gravou o quê e onde? A Session é essa ferramenta. Pode ser usada no celular e no computador. Vejo uma enorme oportunidade para minha ferramenta. A administração é a parte mais chata da produção musical. Mas é muito importante. No final das contas, uns cinco links e identificadores precisam ser vinculados a cada faixa. Só tem que escanear um QR code e, bum!, cada criador já está vinculado à obra. E pode ser encontrado e remunerado pelo que fez.”

Outra funcionalidade da Session, segundo o produtor, poderia ser aproveitada por um gênero cujas parcerias, às vezes, podem passar de 10 compositores: 

“A Session permite a cocriadores encontrarem uns aos outros, dividir partes da criação... Tem tudo a ver com o modo de produzir do funk."

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