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76% das mulheres na música já sofreram assédio, revela levantamento da UBC
Publicado em 02/05/2023

85% das profissionais da música também afirmaram que já foram vítimas de discriminação no ambiente de trabalho; relatório Por Elas Que Fazem a Música levanta dados e depoimentos exclusivos sobre a misoginia no mercado musical 

Do Rio 
 
Mesmo depois da divulgação anual do Relatório Por Elas Que Fazem A Música 2023, em março, a UBC continua levantando dados e incentivando o debate sobre a presença feminina no mercado musical. Dessa vez, mais de 250 autoras, cantoras, produtoras, intérpretes e profissionais do setor da música do Brasil ilustraram a misoginia na indústria. A edição complementar do relatório 2023, lançada nesta segunda (1), mostra que 76% das mulheres já sofreram assédio em algum momento da carreira no mercado fonográfico. Muitas deixaram depoimentos sobre situações de discriminação e assédio ligados ao simples fato de serem mulheres. Veja na íntegra. 

"Março, o ‘mês da mulher’, acabou, mas o debate deve ser fomentado o ano inteiro. Temos acompanhado casos recentes de discriminação e assédio na indústria do entretenimento e essa análise mostra que no mercado musical não é diferente. Recebemos relatos fortes de mulheres igualmente fortes que participaram da pesquisa. Transformar essa dor em dados, nos mostra a urgência de debatermos novos modelos de pensamentos e relações", ressalta Mila Ventura, gerente de comunicação da UBC e coordenadora do projeto. 

 

Quando se trata de discriminação de gênero na indústria musical, o número também é alarmante: 85% das participantes contaram já terem sofrido algum tipo de discriminação no meio. Na pesquisa, as respondentes tiveram espaço para compartilharem os episódios misóginos vivenciados e também puderam escolher pela divulgação da resposta – anônima ou pública – ou não. Todos os depoimentos abaixo tiveram a divulgação autorizada por suas autoras, de forma anônima ou não. Confira: 

 (Atenção! Alerta para conteúdo sensível e possível gatilho mental.)
 


 

 
Seguindo as classificações do IBGE, a maioria das participantes da pesquisa se identificou como branca (67%), seguidas de pardas (18%) e pretas (13%). Participaram também mulheres indígenas (1,5%) e amarelas (0,5%). 
 
Quase a totalidade das respostas vieram de mulheres cisgênero, sendo a maioria delas heterossexuais (65%), seguidas de bissexuais (21%) e homossexuais (10%). As mulheres transgênero representaram 2% das respostas, sendo 1,5% delas bissexuais e 0,5% heterossexuais. 

A maior parte das respondentes tem entre 31 e 40 anos (36%), seguidas de um número também expressivo de mulheres na faixa entre 41 e 50 anos (24%). As idosas foram minoria, representando 2% apenas, e nenhuma menor de idade respondeu à pesquisa. Do total, 63% não tem filhos e 51% são solteiras. 
 
Disponibilizado nas redes sociais da associação entre os dias 16 e 29 de março, as mulheres participaram do levantamento através do preenchimento de um formulário digital. Como se trata de uma pesquisa respondida por iniciativa própria das profissionais, sem que tenham sido aplicados critérios científicos de representação geográfica, etária ou étnica na seleção das participantes, os resultados devem ser lidos como um retrato do universo específico das respondentes.  

Com iniciativas como o relatório anual Por Elas Que Fazem a Música, a UBC pretende ressaltar a necessidade urgente de equiparação de direitos, condições de trabalho e rendimentos entre homens e mulheres no mercado musical, o que beneficiaria toda a cadeia produtiva. 

"A UBC apresenta um relatório de grande importância para o mercado fonográfico, que vai além e é também um retrato da sociedade. Um olhar profundo sobre a realidade da profissional mulher, musicistas, compositoras, intérpretes, produtoras, neste lugar. Os dados e os relatos mostram o quanto ainda estamos como mulheres, erroneamente, sendo vistas e tratadas. O relatório é mais um importante passo a ser dado rumo a um futuro mais justo para todas as mulheres do mercado. É preciso, precioso, esclarecedor, inteligente, impactante e empoderador. A UBC tem o compromisso e segue acreditando na inclusão, diversidade e principalmente no respeito entre todos, entre profissionais e no protagonismo feminino, em busca de equilíbrio e equidade." afirma Paula Lima, artista e presidente da UBC. 

 

LEIA MAIS: O Relatório Por Elas Que Fazem A Música 

 


 

 



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