Com cerca de 130 convidados, a Jam contou com showcases, show instrumental e palco aberto
Por Akemy Morimoto, do Rio
Fotos por Zéca Vieira
Prestes a completar 81 anos, a UBC realizou mais uma edição do evento que se tornou tradicional para a comunidade da música, dando espaço para novos talentos e revelando artistas: a UBC Jam. O evento aconteceu na última terça-feira (20), na Casa UBC, no Rio de Janeiro. Com cerca de 130 convidados, a noite foi dividida em três momentos principais: jam instrumental, showcases e palco aberto.
Cristine Ariel (guitarra), Facundo Estefanel (baixo), Letícia Santos (bateria) e Ricardo Rito (teclado) hipnotizaram o público presente na jam instrumental. O encontro inédito dos artistas resultou em um som único, com influências do jazz, da milonga e do forró.
“Eu sou do Uruguai, então, eu trouxe uma influência do tango e da milonga fazendo uma mistura com o forró. Cada um trouxe sua energia, sua forma de ser e de pensar, sua experiência de vida. Também temos uma diferença de idade, que também influencia, mas a gente se entrosou muito bem.”, afirma o uruguaio Facundo Estefanel.
Jam Instrumental com Cristine Ariel (guitarra), Facundo Estefanel (baixo), Letícia Santos (bateria) e Ricardo Rito (teclado)
Sem ensaios prévios e com apenas 15 minutos de passagem de som, o resultado do encontro foi de arrepiar. “Escolhemos a música no sábado à noite, todo mundo concordou e fluiu. Foi minha primeira experiência no evento e minha primeira experiência tocando baião”, conta a baterista Letícia Santos.
Já para a guitarrista Cristine Ariel, que fez parte da banda base da primeira UBC Jam no Rio de Janeiro e sempre marca presença no evento, estar no sarau é uma oportunidade surpreendente:
“Sempre que tem UBC Jam eu acho o máximo, tanto tocar quanto assistir, porque a gente sente como é essa coisa de reunir pessoas de lugares diferentes da cidade, tocando coisas diferentes e botar no mesmo palco. Essa troca é muito legal. É o que dá sentido a gente fazer música.”
Responsável pela organização e definição do setlist do grupo, o tecladista Ricardo Rito confessa que ficou nervoso com a apresentação:
“Faço música desde muito cedo, estou indo pros meus 40 anos e ainda me pego em situações que fico nervoso, criando uma expectativa. Um nervoso do desconhecido, porque você sai um pouco da sua bolha. Eu pensei que (a Jam) seria uma ‘parada’ meio auditório, bem formal, mas é uma grande festa. Foi uma grata surpresa, achei divertidíssimo e quero tocar com eles mais várias vezes.”
BiaB no palco da UBC Jam
Depois da apresentação da jam instrumental, foi a hora dos showcases. Ainda que com tempo limitado e curto, BiaB, Rafa Pinta e Thais Macedo apresentaram grandes performances e encantaram o público presente.
“Foi uma recepção muito boa, muito confortável. A vista é linda e eu me senti super bem recebida aqui de todas as formas“, diz BiaB, que estava completamente à vontade em sua primeira vez no evento.
Rafa Pinta soltando a voz com sua banda
Lançando seu primeiro álbum autoral, Rafa Pinta viu na jam a oportunidade de mostrar seu novo projeto para o mercado a música:
“Eu trabalho há 20 anos com música, mas faz 4 anos só que decidi buscar o meu trabalho autoral. Então, acho muito importante ter esse espaço de troca com outra galera do ramo, com os músicos, com a galera de produção, com a galera das agências... Pra gente é uma grande ajuda nessa grande roda que a gente sabe que é bem difícil, né?! Ainda mais para o músico independente, então, cada oportunidade é muito importante. Muito obrigada, UBC!”
Thaís Macedo soltando a voz
Ao som de muito pagode, Thaís Macedo encerrou os showcases e colocou os convidados para sambar.
“Eu estou tendo a oportunidade também de conhecer o trabalho de outros artistas, jovens como eu, que estão começando como eu, e isso de certa forma também é inspirador. Fico muito feliz principalmente por estar vivendo esse momento em que o movimento das mulheres no pagode está ganhando força, nesse cenário que é tão dominado por homens, homens que são minhas referências, mas acho que agora chegou a vez da mulherada dominar esse espaço também.”
Para finalizar a noite, o palco aberto contou com as vozes de nomes como Marcos Sacramento, Adil Frando, Tomaz, Lu Mattos, Pedro Mann, Evy, Brina Costa e Victor Mus.
Com produção e curadoria conjunta da UBC com a Rebuliço, depois de uma temporada de sucesso no Rio de Janeiro e edições em São Paulo, Goiânia, Belo Horizonte e Salvador, o projeto segue gerando espaços de visibilidade e aproximação entre artistas independentes e indústria musical.
LEIA MAIS: Nova lei confirma isenção de impostos para eventos pelos próximos 5 anos