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A ‘cooperativa’ de Murilo Huff, um astro que se cercou dos melhores
Publicado em 10/10/2023

De volta à UBC, sertanejo comenta a importância das parcerias para a construção de uma carreira repleta de grandes números e conquistas

Por Laura Miranda, de Campo Grande

Os modelos de sucesso se constroem desde muito cedo. A história do cantor e compositor Murilo Huff é prova disso. Com 10 anos de carreira e 27 de idade, se consolida no mercado musical e coleciona grandes números: 300 composições, gravadas por ele mesmo e por alguns dos maiores do sertanejo; 8,2 milhões de ouvintes mensais no Spofity; e 1,5 bilhão de visualizações de seus vídeos no YouTube, por exemplo.

Nascido em Goiânia, Murilo Huff começou a fazer aulas de violão aos 12 anos, por influência de um amigo de infância. Adolescente, já compunha. E, ainda bem jovem, começou a se cercar de outros talentos, numa espécie de “cooperativa de criação” entre amigos que o ajudou a catapultar ainda mais seu trabalho.

Entre os mais novos membros da União Brasileira de Compositores (UBC) — aonde está retornando, na verdade, já que foi sua primeira associação —, Huff parece ter um faro certeiro para o sucesso, o que as dezenas de hits que emplacou nas vozes de nomes como Marilia Mendonça, Michel Teló, Anitta e Bruno e Marrone, Lucas Lucco, Israel e Rodolfo, entre muitos outros, deixam bem claro.

“Sinceramente não tenho uma preferida (entre todas), mas claro que aquela que foi o divisor de águas, ao abrir diversas portas na composição, acaba se tornando especial, então acabo ficando com a ´Modão Duído´ e também com a ´Dois Enganados´, que deu um empurrão incrível na minha carreira musical”, diz.

Coautores de “Modão Duído” com ele, os irmãos mineiros Ricardo Vismark e Valdimar Martins, artisticamente conhecidos como Ricardo e Ronael,  fazem parte da “cooperativa”. Amigos há quase 10 anos, os cantores e compositores costumam dividir criações com o goiano.

“Nos unimos a Huff e Rafael Augusto assim que chegamos a Goiânia. Deu certo porque as experiências musicais distintas nos complementaram. ‘Modão Duído’ foi o início de tudo”, explica Ricardo.

Outra criação conjunta deles,“Transplante” (Huff, Ricardo, Ronael, Jean Carlos e Elias Costa) fez parte de um momento de ascensão particularmente importante de Murilo ao ser interpretada, em 2017, por Bruno e Marrone com Marília Mendonça (que viria, mais tarde, a ser a mãe do filho dele).

Dois anos depois, uma nova composição de Huff com parceiros (Danilo Dávilla, Gustavo Martins e Wallace de Melo), de novo com participação de Marília Mendonça, foi outro ponto de virada. O hit “Dois Enganados” chegou a 254 milhões de visualizações no YouTube e 126 milhões de reproduções no Spotify. Era mais um passo na direção do primeiro álbum completo do artista, lançado em 2021, “Dois Enganados”. E não só essa faixa como outra do disco,“Idiota Favorito”, acabaram na trilha sonora de “Amor de Mãe”, novela das 21h da TV Globo, sedimentando o status de pop star de Murilo Huff.

Ronael relembra que foram centenas de músicas até chegar aos grandes nomes do cenário, como Michel Teló, Maiara e Maraísa e Marília Mendonça.

“Mais do que uma turma para compor, um grupo de amigos, que, mesmo com seus respectivos projetos na arte, nos unimos na composição. Inspiração não só para a obra, mas também para a vida”, ele define. “Murilo merece todo o sucesso, acreditamos que vai brilhar ainda mais”, completa Ricardo.

Huff se tornou um dos mais requisitados compositores, mas também brilha como intérprete e tem feito questão de aparecer em projetos de artistas que ainda estão começando ou que não alcançaram o patamar dele:

“Quando percorre diversos caminhos e processos atrás de um sonho, você sabe apontar as maiores dificuldades e também o quanto pessoas foram importantes ao longo do caminho. Então, eu sempre procuro dar espaço pra galera mais se jovem, ou com uma expressão musical menor, porque lá atrás fizeram isso comigo, e só eu sei o quanto me ajudou. Enquanto puder, vou continuar abrindo espaço para novos talentos da música brasileira.”

Desde 2020, pelo menos, ele não para de emplacar canções no Top 50 nacional do Spotify e explora a estratégia das entregas de DVDs e EPs ao vivo, gravados em lugares tão diferentes como São José do Rio Preto (SP) e Fortaleza (num show que será realizado neste mês de outubro), além de feats com a nata sertaneja: Zé Neto e Cristiano, Maiara e Maraísa, Matheus e Kauan…

Murilo e Marília em cena. Foto: reprodução

Embora seja uma carreira de apenas uma década, mas com um nível de estrelato evidente, amigos continuam descrevendo Huff como maduro e “pés no chão”. Entre eles, Iago Caique Lima. O parceiro trabalha com o artista há quatro anos.

“Deixei a arquitetura depois de projetar uma festa de réveillon, iniciativa despretensiosa de Huff que surpreendeu. Dali pra frente os caminhos se abriram, e o sonho dele na música se tornou o nosso também.”

Ele, que é uma peça numa enorme engrenagem de criação ao redor do astro, fala sobre a facilidade com que Murilo Huff vai agregando talentos em torno de si. A “cooperativa” não é só um modelo de composição; é um estilo de vida. “São 80 famílias que, de forma direta e indireta, sonham esse sonho juntas”, define Lima.

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