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Em 7 anos, associadas se multiplicam — mas participações delas nos ganhos, não
Publicado em 08/03/2024

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Total de filiadas cresce 186%, embora mulheres fiquem com só 10% dos valores distribuídos, revela relatório Por Elas Que Fazem a Música

Do Rio 

O número de associadas à UBC cresceu 186% em 7 anos, e elas alcançaram, pela primeira vez, 17% do total geral de filiados (contra 14% em 2017). Mas o percentual das receitas de royalties que fica com elas estacionou em 10%. E, dos 100 maiores arrecadadores de direitos autorais, só há 13 mulheres — sendo que a mais bem colocada no ranking está em 21º lugar.  

Estes são alguns dos números da nova edição do relatório Por Elas Que Fazem a Música. Buscando fomentar o urgente debate sobre a sub-representação feminina na indústria, a nossa associação não só vem realizando a pesquisa anualmente desde 2018 (com números de 2017); também dá passos efetivos pela equidade, como promover um inédito songcamp só de mulheres, tema da reportagem de capa da nova Revista UBC, que você poderá ler aqui no site na próxima segunda-feira (11). 

LEIA MAIS: O relatório completo 

LEIA MAIS: Relembre a reportagem de capa da Revista UBC #56, de outubro de 2023: Por que homem não grava mulher?

Cheia de jovens criadoras, essa semana inteira de criação musical em Minas Gerais espelhou uma realidade que o relatório volta a constatar: são as mais novas, entre 18 e 30 anos, as mulheres com maior peso entre as associadas: 32% do total. Na outra ponta, as filiadas com mais de 65 anos são apenas 7%. 

Se, por um lado, isso diz muito sobre o etarismo que castiga principalmente a mulher em diversos setores da sociedade, por outro sugere uma renovação e um maior interesse das criadoras mais jovens por se associar e participar ativamente do mercado.  

A participação regional continua desigual, como em edições anteriores. O Sudeste abarca 61% das associadas (mas só 44% da população brasileira), enquanto Nordeste (16%) e Sul (10%) são as outras únicas regiões que superam os dois dígitos percentuais de participação. Com 8% das associadas (e participação semelhante sobre o total da população brasileira), o Centro-Oeste exibe um panorama equilibrado. O mesmo não se pode dizer do Norte, que tem só 3% das associadas, mas 8% da população brasileira.  

DESIGUALDADE EM TODOS OS SEGMENTOS 

Em todos os segmentos de distribuição, as mulheres ficam muito aquém dos homens, sendo que, isoladamente, rádio (com 14% de participação feminina), digital (10%) e shows (10%) são aqueles em que elas têm melhor desempenho.  

Porém, há boas novidades dentro do universo das receitas distribuídas às mulheres. Entre 2022 e 2023, o segmento Shows disparou e passou a representar 20% de tudo o que é distribuído a elas. E o segmento digital (no qual está o streaming) também cresceu, atingindo 11,5%.  

VERSIONISTAS MAIS ‘PERTO’ DA EQUIDADE 

Outra métrica que ajuda a entender o tamanho do desafio da equidade de gênero na música é a participação de diferentes categorias dos titulares da UBC nas distribuições. Entre os autores, elas ficam com 10%, e os homens, com 90%. Entre os músicos executantes, o quadro é pior: nada mais que 6% de participação feminina. Mas  também há números positivos: disparou 8 pontos percentuais a participação das produtoras fonográficas. Em 2023, elas alcançaram 15% das receitas da categoria, contra 85% dos homens. E as versionistas, com 20% de participação, são as que chegam mais “perto” da equidade.  

Quando analisamos os cadastros de novas obras e fonogramas na UBC, a participação feminina teve um aumento expressivo: 17% a mais de fonogramas tendo mulheres como produtoras fonográficas; e 12% a mais de autoras e versionistas em obras cadastradas.  

LIÇÃO DE CASA 

Outro dado muito positivo do ano ficou com a própria UBC. Nossa associação, hoje, tem 58% de mulheres entre seus colaboradores em todo o Brasil. E elas ocupam simplesmente 63% de todos os cargos de liderança - sendo que são mulheres todas as gerentes regionais da UBC nos estados. Não menos importante: nossa associação é presidida por uma mulher, a cantora e compositora Paula Lima.  

“É uma honra fazer parte desta importantíssima instituição como diretora-presidenta, que acredita e valoriza as mulheres do seu quadro feminino, onde 63% das mulheres ocupam cargos de liderança, incluindo a gerência em todas as filiais”, disse Paula. “Nós, da UBC, acreditamos num novo mundo, na transformação. E buscamos de forma real o equilíbrio. Nós nos comprometemos com a música, com os nossos associados e seus direitos — e acreditamos no valor, na força e na potência feminina.” 

 

LEIA MAIS: 76% das mulheres na música já sofreram assédio, revelou, em 2023, levantamento exclusivo da UBC

 

VEJA MAIS: No canal da UBC no YouTube, o primeiro episódio da websérie sobre o songcamp só de mulheres realizado em Minas


 

 



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