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Parceria entre o mítico grupo carioca e o cantautor panamenho Rubén Blades, o disco saiu uma década depois de ser gravado

De Madri 

Foto de David Tygel, Zé Renato e Rubén Blades - Reprodução Instagram @zerenatooficial

O mítico grupo Boca Livre deu ao Brasil o troféu de melhor álbum pop latino da 65ª edição do Grammy. A maior festa de premiação da indústria musical mundial foi realizada na noite de domingo (5), em Los Angeles (EUA), e teve ainda a estrela Anitta indicada à curiosa categoria de artista revelação. Presentes à cerimônia, dois dos fundadores do Boca Livre, Zé Renato e David Tygel, comemoraram muito a vitória, compartilhada com o cantor e compositor panamenho Rubén Blades, cujos clássicos foram regravados em releituras feitas pelo Boca no álbum premiado, “Pasieros – Rubén Blade con Boca Livre”. 

“Ganhamos o Grammy Internacional! Que alegria! Muito obrigado a todos que torceram, vibraram e mandaram boas energias! Muito obrigado, Rubén Blade e meus parceiros do Boca Livre! Muito obrigado à Recording Academy”, celebrou Zé Renato, logo após o anúncio, pelo Instagram, onde também compartilhou uma série de Stories e imagens tanto das parabenizações como da pré-festa realizada ainda no sábado. 

Tygel também fez posts sobre a indicação e a pré-festa, elogiando o nível técnico e artístico dos concorrentes:

“Incrível passar um dia convivendo com a diversidade e a força criativa de grandes músicos e produtores, dessa gente toda, muitos deles ídolos”, escreveu, antecipando o grande dia de domingo, do qual saiu efetivamente vitorioso: “Amanhã vamos saber (…). Nós, do Boca Livre, e Rubén Blades (estamos) no olho do furacão, torcendo pra levar um prêmio para casa.”

O panamenho foi outro a festejar a escolha do seu projeto conjunto com o Boca Livre, que desbancou nomes como Christina Aguilera e os colombianos Camilo e Sebastián Yatra.

“Aos meus colegas e amigos do grupo Boca Livre, do Brasil, meus parabéns e abraços por este merecido reconhecimento ao seu talento. Desde que a primeira vez que os escutei, por intermédio de 'Nano' Alemán, membro do grupo de rock panamenho Son Miserables, sou um fiel admirador. Trabalhei primeiro com o Boca Livre em 'Mundo' (Grammy Latino 2002 e Grammy 2003) e, agora, neste álbum entitulado 'Pasieros', no qual eles fizeram arranjos vocais para composições que antes gravei no gênero salsa. Ouçam 'Sin Tu Cariño', 'Dime' e/ou 'Juana Mayo' e compreenderão por que 'Pasieros' é especial, apesar de que poucos o compraram e menos ainda o escutaram, a despeito da sua qualidade”, escreveu Blades no Instagram, num longo desabafo em que critica a ausência da sua música das grandes rádios e gravadoras e reivindica tanto o seu trabalho como o do Boca Livre, descrevendo-o como algo que está longe de ser “um produto da propaganda”.

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De fato, o longo tempo entre a gravação, em 2011, e o lançamento, no início de 2022, corrobora o que ele diz. Produção sofisticada, de qualidade, mas independente, o disco requereu muito esforço de todos os envolvidos até ser finalizado. E, neste meio tempo, o próprio Boca Livre se separou — segundo noticiou a imprensa, por divergências políticas entre, de um lado, Zé Renato e Lourenço Baeta e, de outro, Maurício Maestro, também um cofundador.

Versão em português

Além do original, premiado neste domingo, "Pasieros" ganhou também uma versão em português, “Parceiros – Rubén Blade com Boca Livre”, composto por preciosas versões de canções já mencionadas por Rubén e outras como “Caminando”, “Vida” e Buscando Guayaba”. Curiosamente, nem no material informativo do álbum nem nas plataformas de streaming as pessoas responsáveis pelas versões estão identificadas. 

Das gravações, realizadas nos estúdios Toca da Raposa e MP, no Rio de Janeiro, e no PTY Studios, na Cidade do Panamá, participaram João Carlos Coutinho (piano, piano elétrico), Pantico Rocha (bateria), Marcos Suzano (percussão), Marcelo Costa (percussão), Marçalzinho (percussão), Robertinho Silva (bateria), Jorge Helder (baixo acústico), Jessé Sadoc (trompete, fliscorne), Iura Ranevsky (violoncelo), Wanderson do Cavaco (cavaquinho), Carlinhos 7 Cordas (guitarra de sete cordas), Chiquinho Chagas (acordeão), Luis Enrique Becerra (piano) e, como convidado especial, João Donato tocando o piano da faixa “Buscando Guayaba”.

A produção é assinada por Rubén Blades, Maurício Maestro, Roberto Delgado e Boca Livre. 

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