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Pela 1ª vez no México, Assembleia Geral da Cisac reúne 72 sociedades
Publicado em 05/06/2023

Evento discute desafios da IA e do streaming, o problema dos metadados e outros temas que impactam diretamente a vida de quem faz música

Da Cidade do México*

Fotos: Divulgação/Cisac

Momento de um dos painéis, formato inovador em assembleias gerais da Cisac: debate produtivo sobre desafios da gestão coletiva

Pela primeira vez no México, a Cisac realizou no final da semana passada sua Assembleia Geral 2023. Representantes de 72 sociedades de autores de todo o mundo puderam se encontrar pela primeira vez presencialmente desde 2019 e debater os desafios e oportunidades que os criadores e as organizações de gestão coletiva enfrentam agora, em um momento de mudança tecnológica sem precedentes.

Proteger os direitos dos criadores, aumentar a arrecadação de royalties e melhorar a eficiência da rede global da Cisac foram temas-chave no encontro, que abordou questões de direitos autorais no contexto da inteligência artificial, metaverso, NFTs e licenças de uso de obras no ambiente digital. Pela primeira vez, além dos discursos e da troca de experiência direta entre os membros, houve uma série de painéis moderados por membros da equipe da Cisac envolvendo uma ampla gama de perspectivas de sociedades que representam todos os repertórios.

Organizado pela SACM (Sociedade de Autores e Compositores do México), o evento foi seguido por uma reunião do CIAM, o Conselho Internacional de Criadores de Música.

Presidente do Conselho de Administração da Cisac e também diretor-executivo da UBC, Marcelo Castello Branco relembrou, em seu discurso, o quanto a pandemia afetou o mercado musical e marcou, em muitos sentidos, um antes e um depois. 

“É incrível eu ter sido eleito para esse posto na Assembleia Geral de Tóquio, em 2019, e, desde então, não termos tido, infelizmente, uma reunião (presencial). Creio poder afirmar com segurança que, de alguma maneira, todos somos diferentes hoje, e a pandemia mudou definitivamente a forma em que nossas sociedades operam. Todos, sem distinção, sofremos o impacto nas nossas comunidades de autores”, ele afirmou. “Não há dúvidas de que as pressões sobre as organizações de gestão coletiva membros da Cisac são maiores do nunca. O digital exigiu um investimento em grande escala em tecnologia; a competição é muito mais intensa no setor; os princípios tradicionais do sistema de gestão coletiva estão sendo questionados por novas entidades comerciais. Estes são só alguns dos novos desafios.”

Castello Branco durante seu discurso

Também sobre o primeiro encontro presencial desde o fim da pandemia, o presidente da Cisac, o compositor sueco Björn Ulvaeus, resumiu: 

“A cor retornou ao mundo Cisac na forma de interação humana e social.”

O mítico criador integrante do grupo ABBA chamou a atenção para os desafios enfrentados pelos jovens criadores hoje, incluindo não serem atendidos de forma justa pelo streaming ou a necessidade de procurar outros empregos em vez de poderem continuar seu trabalho como criadores. Ele destacou três áreas prioritárias: (1) corrigir metadados; (2) obter o reconhecimento adequado do criador no mundo do streaming; e (3) inteligência artificial.

O diretor-geral da Cisac, Gadi Oron, abordou a principal missão e prioridades da entidade, em um momento de desafios e mudanças sem precedentes, incluindo as transformações digitais no mercado, dentro da rede Cisac e em um mundo enfrentando o impacto da IA.

“Se quisermos sobreviver e permanecer relevantes – como sociedades, como comunidade e como guardiães dos interesses dos criadores –, devemos enfrentar os desafios que essa transformação traz. Não podemos deixar que forças fora de nossa rede ditem nosso futuro.”

Gadi Oron e Björn Ulvaeus num momento da assembleia

Também falaram dirigentes da anfitriã SACM. Em seu discurso de boas-vindas, o presidente da sociedade, Martín Urieta, agradeceu à Cisac por ter escolhido o México como país-sede do encontro. Ele destacou a importância do evento, lembrando a missão fundamental da comunidade CISAC: 

“O objetivo de todo artista é tocar o coração das pessoas. Portanto, eles merecem ganhar a vida em troca desse trabalho.”

Já o diretor-geral do SACM, Roberto Cantoral Zucchi, destacou as contribuições culturais feitas à cena cultural mundial pelos criadores do México, bem como o trabalho da sociedade mexicana para ajudar a desenvolver os direitos autorais ao longo do tempo. Ele destacou o sucesso excepcional do SACM em aumentar as coleções digitais, antes de convocar as sociedades a se unirem para apoiar umas às outras. 

“Somos tão fortes quanto nosso elo mais fraco”, disse o executivo. 

Durante a Assembleia Geral, foram anunciados os novos vice-presidentes da Cisac: o célebre pintor japonês Kazuhiko Fukuoji e o talentoso roteirista e diretor espanhol Ángeles González-Sinde Reig. O mandato deles será de 2023 a 2026. Fukuoji e González-Sinde Reig continuarão o trabalho de representação dos criadores realizado pelos agora VPs Jia Zhang-ke (diretor de cinema chinês) e Miquel Barceló (artista visual espanhol).

A Cisac é a maior rede mundial no setor criativo, incorporando 227 organizações de gestão coletiva de 118 países. Junta, essa rede global representa mais de 5 milhões de criadores de música, artes visuais, literatura, teatro e audiovisual.

Parte da plateia durante um dos painéis

*Com informações da Cisac

 

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