Em visita ao Reino Unido, músico sueco defende equilíbrio entre inovação tecnológica e proteção aos criadores
Do Reino Unido
Björn Ulvaeus fala em série de encontros no Reino Unido. Foto: Reprodução/CISAC
O presidente da CISAC, Björn Ulvaeus, concluiu nesta semana uma série de encontros no Reino Unido com um apelo direto ao governo britânico: proteger os direitos dos criadores humanos em meio ao avanço da Inteligência Artificial.
Durante dois dias de reuniões, incluindo uma discussão aberta com membros do Parlamento e da Câmara dos Lordes em Westminster, o cofundador do ABBA destacou a importância de manter o Reino Unido na vanguarda das indústrias criativas, aliando inovação com respeito aos direitos autorais.
O pronunciamento de Ulvaeus foi feito após um encontro realizado na segunda-feira com o Secretário de Estado para Ciência, Inovação e Tecnologia, Peter Kyle, além de conversas com membros da Câmara dos Lordes, como o Lorde Kevin Brennan.
Ulvaeus participou das reuniões acompanhado por representantes da CISAC e da PRS for Music, sociedade de gestão coletiva britânica. Na terça-feira (29), seu pronunciamento integrou o debate sobre o uso e o acesso a dados no contexto da Inteligência Artificial e sua interseção com os direitos autorais, tema central da consulta pública atualmente conduzida pelo governo britânico.
Em sua fala, durante o debate público sobre o projeto de lei “Data (Use and Access) Bill – AI & Copyright”, presidido pela Baronesa Kidron, o artista sueco foi enfático:
“O direito autoral é o oxigênio do qual os criadores e a economia criativa dependem para existir e sobreviver. Eles não podem ser sacrificados.
Estou convencido de que a revolução da IA pode ser não apenas a maior, mas também a melhor revolução que as indústrias criativas já enfrentaram. Isso é possível, mas apenas se houver uma parceria legítima e de respeito mútuo entre criadores e operadores de IA.
Infelizmente, existe uma visão alternativa e, na minha opinião, mais perigosa, impulsionada por empresas de tecnologia em busca de lucro. Essa visão favorece uma estrutura de direitos mais fraca e exceções amplas aos direitos autorais.
Isso tiraria dos criadores o direito de negociar pelo uso de suas obras, e isso seria um retrocesso histórico tanto para os criadores quanto para o setor tecnológico.”
A transcrição do discurso completo está disponível aqui em inglês.
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