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João Carlos Martins comemora 81 anos com mostra sobre sua carreira
Publicado em 30/06/2021

Maestro, pianista e compositor é um dos grandes da música de concerto contemporânea

Por Isaque Criscuolo, de São Paulo

O maestro regendo. Foto: divulgação

 

João Carlos Martins, um dos grandes pianistas do século 20 e dos mais renomados maestros brasileiros, comemora 81 anos em 2021 com uma mostra dedicada à sua brilhante carreira. A exposição “João Carlos Martins: 80 Anos de Música” estreou no último dia 16 e ficará em cartaz até 29 de setembro na Galeria de Arte do Centro Cultural Fiesp, em São Paulo. Passeando pela vasta biografia do artista, a curadoria e direção artística de Jorge Takla explora sua infância, suas grandes apresentações no Brasil e exterior, os lançamentos de álbuns, depoimentos de amigos e artistas e uma experiência holográfica, na Sala da Orquestra, com um concerto virtual. 

Na primeira fase em que foi dividida a mostra, chamada de O Pianista, o público é conduzido através de corredores musicais e pictóricos, numa viagem entre os anos de 1940 e 2003, descobrindo fatos e curiosidades da vida de João Carlos Martins. Já na segunda parte, O Maestro, o foco é a determinação de um homem que passou por 24 cirurgias após dois diferentes eventos que afetaram seu braço direito: um acidente em 1965 e um assalto sofrido na Bulgária, em 1995, quando foi golpeado pelo assaltante com uma barra de ferro, o que mais uma vez afetou os movimentos desse membro. 

Em ambas, Martins deu a volta por cima, apaixonado pela vida e pela música.

“É uma experiência maravilhosa ver minha obra transposta a uma galeria. É uma forma de unir o conjunto da obra de uma vida dedicada à música integralmente. Não só no piano, mas na regência e de vez em quando na composição”, ele define. 

Com uma quantidade extraordinária de material reunido – entre fotos e vídeos, além de inúmeras críticas, artigos e documentários produzidos sobre o artista –, a exposição oferece ao público música em todos os ambientes da Galeria de Arte do Centro Cultural Fiesp.

Todos esses elementos históricos ajudam a reconstruir a importância e a grandiosidade da carreira de João Carlos Martins, também reconhecido mundialmente por suas gravações das obras de Bach. Recentemente o maestro se filiou à UBC, trazendo para a nossa associação um trabalho autoral de múltiplas inspirações. 

“A inspiração é algo que você pode trabalhar em função de uma obra, mas são momentos mágicos que surgem na vida. Aqueles momentos nos quais você consegue ter a inspiração para realizar não só uma melodia, mas para planejar uma orquestração que dê sentido à obra que está na sua cabeça. A inspiração tem que ser o conjunto do coração, do cérebro e da alma”, afirma o maestro e compositor, que começou a estudar piano desde criança e, aos 11 anos já praticava por cerca de seis horas por dia. 

Seu talento chamou a atenção não só de seus professores, mas da crítica mundial, ao participar de festivais. Aos 20 anos, estreou no Carnegie Hall, patrocinado por Eleanor Roosevelt.

O acidente de 1965 que perfurou seu braço direito, provocando atrofia em três dedos e dificultando a carreira como pianista, foi um grande ponto de inflexão. Por esse motivo, decidiu embrenhar-se pelo duro mundo da regência, onde obteve grande êxito. Em 2001, gravou o álbum “Só para Mão Esquerda”. Em 2004, regeu a English Chamber Orchestra, uma das maiores orquestras do mundo. 

Em 2017, sua história foi contada no filme "João, o Maestro", produzido pela LC Barreto e dirigido por Mauro Lima. 

E, como num giro final de roteiro com final feliz, ano passado o maestro voltou a tocar com as duas mãos, graças a uma luva biônica desenvolvida pelo designer industrial Ubiratan Bizarro Costa. Novas apresentações e composições virão aí, pela cabeça, pelo coração e pelas duas mãos de um artista que não cansa de se reinventar.

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