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Assembleia latino-americana da Cisac é realizada em Bogotá
Publicado em 05/05/2016

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Encontro discutiu questões urgentes dos países latino-americanos. Legado de Fernando Brant para os direitos autorais foi lembrado em homenagem

O fortalecimento da gestão coletiva de direitos autorais de música foi assunto da Assembleia do Comitê Latino-americano e do Caribe - Cisac (Confederação Internacional das Sociedades de Autores e Compositores) que aconteceu em Bogotá, na Colômbia, nos dias 19 e 20 de abril. O processamento online de licenças multiterritoriais, a campanha pelo direito de sequência nas artes visuais e o direito à remuneração para os criadores de audiovisuais também foram pautas do encontro.

Segundo o diretor secretário geral da UBC Geraldo Vianna, durante a assembleia ocorreram também as reuniões da ALCAM (Aliança Latino Americana de Autores e Compositores de Música), onde foram abordados temas que envolvem questões urgentes de países que passam por um momento complexo de indefinições em sua lei autoral. Como é o exemplo do Equador, que está à mercê de possíveis medidas que comprometem os direitos dos autores. “Abordamos também a nova era da música digital e streaming. Ainda há certa desinformação nas formas de repasse de direitos autorais e conexos e, principalmente, sobre os valores pagos. Nesse item continuamos o trabalho do Fair Trade Music lançado em Nashville em 2014”, explicou o diretor da UBC. (O Fair Trade Music está disponível no site da UBC, traduzido para o português).

Geraldo também prestou uma homenagem ao compositor Fernando Brant durante a abertura da Assembleia do Comitê Latino-Americano e do Caribe - Cisac. O texto, que pode ser lido logo abaixo na íntegra, relembra sua luta na defesa dos direitos dos autores e contra as injustiças.

Também estiveram presentes no evento representando a UBC, Marcelo Castello Branco (diretor executivo), Marisa Gandelman (consultora) e Sydney Sanches (advogado).
 

Fernando Brant foi um lutador incansável pelos direitos do autor e compositor. Uma das mais belas frases ditas por ele foi: ‘O autor existe’.

Observando hoje sua trajetória, percebo que sua forma de conduzir essa bandeira dos autores e compositores, ao longo de sua vida, nos revela um homem, sobretudo, comprometido com as causas humanas. Para ele a justiça se aprende, inicialmente, no ambiente da família, dentro de casa. Depois, no âmbito escolar e no exercício das relações humanas no dia a dia. Respeito, solidariedade e união dando suporte para a luta e busca de melhores dias.

Ele pensava, por exemplo, que o sofrimento de uma criança, em qualquer parte do mundo era responsabilidade de todos os seres.  Que todos nós deveríamos combater sempre o mau, o desprezo pelas causas nobres e as injustiças causadas pela inabilidade na condução política. Porém, utilizando sempre de armas amparadas pela nossa constituição, que nos garante os direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna. Guiada pelo nosso desejo de um mundo mais justo. Onde a razão nos dê suporte para uma vida em comunhão com todos os seres que povoam esse nosso planeta.

À frente da UBC (União Brasileira de Compositores), Fernando seguiu o caminho daqueles que o precederam e lutaram para tornar a vida dos autores e compositores mais digna. Daqueles que exigiram o respeito e a valorização desses profissionais que dedicam suas vidas à criação. Incansável, viajou por todo o mundo e lutou dentro de seu país, enfrentando grandes dificuldades nos âmbitos políticos e na atitude irresponsável de vários poderes que tentavam diluir um direito conquistado com muita luta.

Um homem que passou pela história do direito autoral cumprindo sua missão e deixando um rastro de esperança para todos os criadores. Para as novas gerações.

Ele escreveu: ‘Quero a utopia, quero tudo e mais. Quero a felicidade dos olhos de um pai. Quero ver nas ruas, muita gente feliz. Quero que a justiça reine em meu País’.

Como amigo e parceiro na música, que conviveu com Fernando Brant durante aproximadamente 26 anos, eu somente posso dizer que, caso a vida não tivesse sido tão boa para mim e eu tivesse que seguir outro caminho, senão o da música, eu me sentiria sempre honrado e feliz por ter tido a possibilidade dessa convivência. Fernando sempre viverá em meu coração e na lembrança daqueles que acreditam em tempos melhores para os criadores, em todo o mundo. Viva para sempre Fernando Brant.


 

 



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