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Erros e acertos na relação dos artistas com seus fãs na internet
Publicado em 02/08/2016

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Usar ou não usar hashtags? E newsletter, vale a pena ter? Falo diretamente com os seguidores ou deixo minha equipe fazê-lo? Compilamos opiniões de especialistas para ajudar você a melhorar seu marketing na rede

Por Fabiane Pereira, do Rio

O marketing veio mesmo para ficar. Se, até os anos 1990, eram as gravadoras as responsáveis pelas principais estratégias de divulgação de um artista da área musical, hoje é preciso que todo mundo seja meio “independente” e saiba caminhar sozinho nesse mundo. A era digital trouxe uma infinidade de possibilidades – e outras tantas armadilhas – que nós compilamos para você a partir de opiniões de especialistas.

Rentável, com resultados facilmente mensuráveis e com uma aplicabilidade descomplicada, o relacionamento direto dos artistas com os fãs estreita as relações e se reverte em ganhos. O caminho é lógico: mais seguidores – mais espectadores – mais clientes – mais lucros. Mas não vale qualquer coisa na hora de se comunicar pela internet.

O som é importante. A imagem também

O sucesso de aplicativos como Snapchat e Instagram – dois dos que mais crescem entre os antenados – não deixa dúvidas: vivemos a era da imagem. Esteja em contato com seus fãs por meio deles e poste fotos que lhes ofereçam “algo mais”: um momento de bastidores, um detalhe que revele algo sobre os hábitos da banda, um registro de uma gravação nova. Mas não cometa estes erros:

  1. Não usar hashtags: Querer se conectar com seus fãs, atrair mais seguidores e fazer posts virais entre eles pode ser fácil se o artista usar hashtags. Exemplo: um usuário pesquisa por #bandaemturnê e pode encontrar sua página acidentalmente se você usar a hashtag #BandaEmTurnê. Este usuário pode, quem sabe?, começar a seguir você e se transformar em mais um fã.

  2. Usar hashtags demais: Ninguém fala com hashtags, então não as use em excesso. Se você exagerar nas hashtags, especialmente aquelas #SemSignificadoNenhum, vai ser ridicularizado.

  3. Postar fotos sem sentido: Tente publicar somente conteúdos que realmente interessem. Como saber o que interessa? Pois usando ferramentas de métrica de interação e resposta, oras! Há algumas, como LikeAlyzer (bom para medições em fanpages), Iconosquare (para Instagram), Followerwonk (Twitter), Google Analytics (sites) e HowSociable (Facebook, Twitter, YouTube), entre diversas outras, que fazem essa tarefa chata. Basicamente, esses aplicativos, todos gratuitos, dizem exatamente quantas pessoas clicaram em cada conteúdo publicado por você. Alguns comparam ainda seus resultados com páginas ou fanpages “rivais”.  De posse dessas respostas você saberá direcionar melhor os conteúdos que subir.

Facebook (e suas fanpages)

Não há como evitá-lo: o Facebook continua sendo o lugar de encontro, a Ágora do nosso tempo. Use-o para uma comunicação mais “pessoal” com os fãs, para dar detalhes sobre novas turnês, novos projetos, clipes, músicas... Mas cuidado: esse meio também tem suas armadilhas:

  1. Mantenha a coerência na linguagem: Uma linguagem mais íntima, que não pareça filtrada por uma equipe de marketing de 10 pessoas, costuma ter mais impacto. Se suas músicas são populares, e se seu público está acostumado a vê-lo em programas de auditório e a ouvi-lo em rádios com grande audiência, um post muito rebuscado sobre determinado assunto que não tem, diretamente, a ver com o que você está acostumado a apresentar pode soar estranho e ser um tiro no pé.

  2. Não use o Facebook como canal de vendas: O objetivo principal da comunicação por meio de uma rede social é engajar os fãs, envolvê-los, fazê-los torcer por seu sucesso ou aguardar um novo lançamento. Coisas como “ouça minha música no site de streaming X” ou “clique aqui e compre na minha loja on-line” não são bem-vistos, não têm bom retorno.

  3. Não terceirize a relação: É comum ver isso no Facebook, mas, principalmente, no Twitter. Depois da respostas, uma hashtag #equipe revela que não foi o artista que respondeu. É antipático e não cria engajamento. Os fãs não querem falar com a assessoria de imprensa do artista, mas com ele próprio. Mostre ao seu seguidor que ele é especial porque o segue e se importa com a sua arte.

Em qualquer plataforma

Especialistas destacam outros pontos em que é preciso ficar atento:

  1. Faça e-mails marketing ou newsletters... mas sem abusar: Estudos mostram que e-mails e mensagens “personalizados” vindos dos artistas costumam ser abertos pelos fãs. Use com parcimônia a estratégia (ao lançar um novo produto, por exemplo), mas JAMAIS entupa a caixa de entrada do fã com mensagens inúteis, ou o impacto perde totalmente o sentido.

  2. Não lance um produto em plataformas diferentes em dias distintos: Quando planejar seu lançamento, conecte todas as suas redes de modo que quem o segue no Instagram saiba sobre a novidade simultaneamente aos fãs do Facebook, do Twitter ou do Snapchat.

  3. Não dê ordens: “Ouça agora minha música”, “clique aqui”, “compre”, “veja”... O melhor é não ordenar. Bata um papo, envolva, crie posts divertidos. O engajamento é bem maior.

  4. Não suma: Não adianta ter fanpages, sites e contas nas redes sociais e nunca aparecer. Se for apelar para estratégias de marketing digital, saiba: o investimento de tempo e energia é fundamental para criar uma boa relação com os fãs. Responder as dúvidas dos fãs, mesmo as críticas, é uma ótima maneira de se mostrar mais acessível.

“Sites não são o meio de informação mais acessado”

Tulio Brasil, analista de marketing digital da Sony Music Brasil, uma das maiores gravadores do planeta, fala sobre a importância das newsletters e das fanpages.

Na sua opinião, as fanpages no Facebook e em outras redes substituíram o site do artista?

Túlio Brasil: As fanpages substituíram no sentido de ser o lugar onde o fã se informa sobre as novidades na carreira dos artistas. O fã de música já está no Facebook, é mais fácil para ele ter todas as informações lá. Os sites ainda são importantes para concentrar informações sobre datas de show, por exemplo. Mas não são mais o meio de informação mais acessado.

O envio de newsletter para mailing especializado ainda é importante ou só enche a correspondência digital das pessoas?

Quando bem feito, o e-mail marketing funciona. Muitas marcas enchem a caixa de e-mail das pessoas com ofertas pouco interessantes ou informativos inúteis. A reação quando você recebe um e-mail vindo diretamente do seu artista favorito é completamente diferente. A gente tem certeza sobre isso porque as taxas de abertura desses e-mails são maiores que a média do mercado.

Quais as formas mais eficazes de monetização on-line?

Posso dizer que hoje, na Sony, uma das nossas prioridades é estimular a assinatura de serviços premium de streaming.

Como acertar no marketing digital?

Investir um tempo respondendo as mensagens de fãs, principalmente no Twitter. Fazer transmissões ao vivo no Facebook. Buscar entender o comportamento dos fãs e, por exemplo, criar uma playlist nos serviços de streaming para divulgar a própria música e “vender” parte de seu estilo de vida –  playlists como ‘Para Viajar’, ‘Curtindo Preguiça’, ‘Minha Balada’ etc. ajudam a estreitar a relação do artista com seu fã.


 

 



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