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Valesca: 'personalidade e luta por direitos igualitários'
Publicado em 08/09/2016

Funkeira que subverte estereótipos do estilo musical em que milita lança livro e novo single calcados no seu principal tema: o empoderamento da mulher

Por Fabiane Pereira, de São Paulo

Valesca não fala de empoderamento. Ela é o próprio empoderamento da mulher numa sociedade machista e conservadora. Funkeira, de origem pobre, subverteu os estereótipos ligados ao estilo em que milita e, explorando a sexualidade (seu nome artístico até recentemente carregava um anexo, Popozuda), atraiu para si atenção, fazendo valer sua voz. Acabou se destacando por seus comentários politizados e socialmente corretos nas redes sociais, conquistou respeito por meio de letras espertas e acabou até em prova de vestibular (sendo chamada de “pensadora contemporânea” no enunciado da questão). Com mais de 15 anos de carreira, Valesca tem, sim, o que dizer. Além do sucesso de suas músicas, que desde 2013, quando se lançou em carreira solo, enfileiraram uma série de hits nas rádios, a cantora acaba de lançar seu primeiro livro, "Sou Dessas: Pronta Pro Combate", uma biografia em que conta sua história e sua luta para mostrar que as mulheres podem ser livres sexualmente e usar essa liberdade a seu favor. A obra teve concorrida seção para a imprensa na Bienal do Livro de São Paulo.

Depois de deixar a Gaiola das Popozudas, grupo que a lançou no cenário musical, a carioca viu seu primeiro single, "Beijinho no Ombro", conquistar todas as classes sociais e explodir nas paradas de sucesso. "Eu Sou a Diva Que Você Quer Copiar" também foi bastante executada, e, atualmente, Valesca está trabalhando o já hit "Sou Dessas", em que faz um dueto com a cantora Cláudia Leitte.

A faixa, como já é de praxe em sua carreira, fala da força da mulher. Mas sempre do “jeitinho” de Valesca: com muito rebolado. "Busco passar mensagens expressivas para retratar a mulher contemporânea, aliando personalidade e luta por direitos igualitários. Tudo isso, claro, sem deixar de me divertir e aproveitar cada momento da vida", afirma a cantora. Para Valesca, que adora pesquisar tendências musicais e está sempre de ouvidos atentos para gente como Beyoncé, Rihanna, Lady Gaga, Alícia Keys, Ivete Sangalo, MC Gui, Guimê e Maria Betânia, ser consagrada pelo público brasileiro é uma honra, já que desde muito nova a música esteve presente em sua vida. Além da música e do livro, Valesca também transita por outros segmentos artísticos com desenvoltura. A artista está cada dia mais próxima da moda e da dramaturgia, seja estrelando campanhas publicitárias ou fazendo participações em seriados e programas de TV, e foi uma das estrelas da campanha de inserção da Netflix no país, ancorando o filme publicitário de "Orange Is The New Black", série americana com milhares de seguidores fiéis.

¿Ela mantém uma relação intimista com seus próprios seguidores, a quem chama de popofãs. "Faço questão que eles sejam sempre os primeiros a saberem das novidades em minha carreira. É gratificante ver que em cada pedaço do país tem alguém que me espera com um gesto de carinho, quando sigo em turnê de shows ou compromissos de mídia. Tento retribuir à altura, dando atenção, amor e compartilhando todo o meu tempo possível. Afinal, ser feliz, para mim, é estar cercada de quem eu gosto e de quem gosta de mim e do meu trabalho", afirma.

É difícil viver de música, ainda mais sendo representante de um gênero muitas vezes marginalizado como o funk, no Brasil?

Valesca: Não é difícil. O público é fiel e seguirá você se seu trabalho for de verdade e digno. Eu faço tudo pensando nos meus fãs e em quem ouvirá minhas musicas, talvez por isso não vejo o funk como marginalizado. É mais uma porta para falarmos o que temos engasgado.

Seu público é muito diverso e atinge várias idades. Como é, estrategicamente falando, passar uma mesma mensagem para tantas pessoas de classes sociais e idades diferentes?

Valesca: É incrível ver que atinjo - no bom sentido - tantas pessoas, de criança a idosos. Na Bienal do Livro de São Paulo, uma senhora de quase 70 anos estava na fila para pegar meu autógrafo. Enfrentou a fila feliz. Claro que eu a papariquei muito. Isso é o resultado do meu trabalho. Então, a mensagem na música é a mesma. A maneira de decodificá-la é que muda segundo o que for mais conveniente para cada um.

Quais são os planos profissionais da Valesca para o resto deste ano?

Valesca: Dar o meu melhor no quadro "Dança dos Famosos", no programa "Domingão do Faustão" (TV Globo), divulgar meu livro e lançar minha próxima música de trabalho. E já garanto que vem porradão por aí!


 

 



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