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Zélia e Zeca, juntos, em Portugal
Publicado em 06/10/2016

Parceiros num punhado de novas canções, Duncan e Baleiro dividem show só deles, pela primeira vez, com apresentações este fim de semana no Porto e em Lisboa

Por Fabiane Pereira, de Lisboa


Foto: Dudu Leal

Zélia Duncan e Zeca Baleiro se apresentam, juntos pela primeira vez, em Portugal nesta sexta (7), no Porto, e no sábado (8), em Lisboa. Os dois já dividiram o palco algumas vezes, mas nunca tinham feito um show todo só deles. Ambos se revezam entre voz e violão para interpretar canções do repertório afetivo de cada um, rebobinar canções autorais e mostrar suas parcerias. Além de “Se Acaso Me Quiseres”, gravada por Zélia em “Pelo Sabor do Gesto”, eles vão mostrar ao público português parcerias inéditas como “Seria”, “Museu Íntimo”, “Decidi” e “Fox Baiano” (parceria com o poeta Galvão, gravada pela dupla e lançada nas plataformas digitais).

VÍDEO: Veja Zélia e Zeca cantando “Decidi”

Este show já passou pelo Brasil e foi sucesso de público. Lotou o Teatro Castro Alves, em Salvador, e teve ótima recepção também em cidades como Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia, Natal, Maceió e Aracajú. O bom entrosamento que eles criaram desde que, em 2013, cantaram juntos no show do Detonautas em homenagem a Raul Seixas, em 2013, deu bons frutos e teve memoráveis passagens também na turnê Baile do Baleiro, projeto de Zeca que reúne convidados interpretando letras de Itamar Assumpção, Genival Lacerda e Jackson do Pandeiro. Zélia ainda viria a participar de outro projeto de Zeca, uma homenagem à poeta Hilda Hilst, no CD e no show “Ode Descontínua e Remota para Flauta e Oboé, de Ariana para Dionísio”.

Zélia Duncan começou a cantar profissionalmente nos anos 1980. Mas foi com o disco lançado em 1994, e que leva seu nome, que os holofotes se voltaram para a violonista, compositora e cantora de Niterói (RJ). Hits como "Catedral" (versão do sucesso da cantora alemã Tanita Tikaram) e “Não Vá Ainda” entraram definitivamente para o repertório da música pop brasileira. Zélia passou a lançar novos álbuns regularmente e a fazer turnês de sucesso por todo o Brasil e em temporadas por Japão, Europa e Estados Unidos. Desde o final dos anos 1990, Zélia tem se apresentado em Portugal, país que procura sempre manter em sua agenda. Além de levar os shows de seus discos autorais, Zélia passou por lá com o efêmero retorno dos Mutantes, quando assumiu os vocais do histórico grupo, e em turnê com a cantora Simone, com o espetáculo “Amigo é Casa”. Já tocou em palcos importantes, como o Coliseu de Lisboa e do Porto, nos Açores e em vários festivais, como o Festival de Verão de Cascais. Em uma de suas visitas ao país, gravou “Hoje é Tudo ou Nada”, com Pedro Abrunhosa, para seu disco de duetos “Momento”.

Já Zeca Baleiro lançou seu primeiro disco, “Por Onde Andará Stephen Fry?”, em 1997. Desde então, o cantor e compositor de São Luís lançou outros nove discos de inéditas, vários projetos especiais e oito DVDs. Compositor talentoso, de muita personalidade, timbre incomum, humor e verve afiados, com poesia original e uma maneira peculiar de tocar violão, o artista encanta as plateias onde quer que se apresente, conquistando público de todas as idades. Com apresentações constantes no exterior, já levou sua música a vários países de Europa, África e América do Sul. Em Portugal, Zeca Baleiro tem realizado bem-sucedidos espetáculos, em temporadas regulares, desde 2000. A convite de Sérgio Godinho, em 2001 participou da Festa do Avante, onde se apresentou com sua banda para um público de 20 mil pessoas. Tempos depois, arranjou ''Coro das Velhas'', uma canção de Godinho, que gravou com o cantor e compositor português para seu álbum de duetos "O Irmão do Meio". Baleiro também tem dividido o palco e gravações com diversos artistas portugueses, entre eles Pedro Abrunhosa, Sergio Godinho, Pedro Jóia, Susana Travassos e os grupos Clã e Ala dos Namorados. Em 2010, participou do Rock in Rio Lisboa ao lado do cantautor português Jorge Palma. Em 2012, cantou para um público estimado em 40 mil pessoas no show “Brasil abraça Portugal”, na Praça do Comércio de Lisboa. Nessa ocasião, em sua apresentação, Baleiro dividiu o palco com os portugueses Paulo Gonzo, Boss AC e Carminho.

O site da UBC conversou com os dois artistas sobre a parceria que estabeleceram e a expectativa para a miniturnê portuguesa.

 

Em que momento as carreiras de vocês se encontraram?

Zélia Duncan: Foi naturalmente. Fomos nos encontrando por aí, até começarmos umas primeiras parcerias e, finalmente, o projeto. Tenho imensa admiração por ele. Com a possibilidade de estarmos juntos no palco, fomos levando adiante, e muitas outras parcerias nasceram. Junto com elas, a vontade de continuarmos o projeto.

Zeca Baleiro: Já éramos amigos quando participamos de alguns shows juntos. Mas a ideia de fazer um show só nosso surgiu meio que por acaso, por conta de um projeto de encontros que não aconteceu em Salvador. Mas a parceria já vinha ganhando forma há algum tempo. Rola uma admiração mútua, e a parceria tem sido muito frutífera.

 

Quem for aos shows de vocês em Portugal, vai ver e ouvir o quê?

ZD: Eu e Zeca temos muitas parcerias, que já estão virando um álbum de inéditas. No show, devemos apresentar algumas delas, misturadas com sucessos nossos e algumas boas surpresas, de paixões que descobrimos ter em comum. O principal do encontro é a surpresa. Não esperávamos que nossa dupla fluísse dessa maneira, estamos muito felizes com este momento.

ZB: Compusemos muitas novas canções nos últimos dois anos. Queremos mostrar algumas delas, naturalmente. Mas o show também tem sucessos e, sobretudo, muito da nossa "discoteca afetiva". Temos referências próximas e compartilhamos um gosto pela música popular que é bem abrangente.

 

Com tantos anos de carreira solo e tantos sucessos, montar o roteiro deste show duplo foi complicado? Qual foi o critério de seleção das canções?

ZD: Eis uma boa surpresa, foi tranquilo. Escolhemos o que nos dá prazer, descobrimos gostos em comum, a fluidez dá o tom e a longevidade.

ZB: É sempre um pequeno grande dilema definir roteiros de shows quando se tem um "tempinho" de estrada já. Mas foi prazeroso o trabalho também.

Foto: Alexandre Moreira


 

 



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