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Biquini Cavadão lança disco produzido por Liminha: “orgulho por tudo que fizemos”
Publicado em 24/01/2017

Num papo com o site da UBC, o vocalista Bruno Gouveia revisita as mais de três décadas de sucesso desde o primeiro álbum, “Cidades em Torrente”

Por Kamille Viola, do Rio

Ao formar a banda, nos anos 80, os músicos do Biquini Cavadão não imaginavam o sucesso que estaria por vir, quando “Tédio” estouraria no país e seu compacto venderia 60 mil cópias. Muito menos que, 31 anos depois do lançamento do primeiro álbum (“Cidades em Torrente”), eles estariam firmes e fortes, com mais de 2.200 shows e 1,5 milhão de cópias vendidas no currículo, prestes a lançar o 16º disco de sua carreira, “As Voltas Que o Mundo Dá”.

“[Não imaginávamos] de jeito algum!”, confessa o vocalista Bruno Gouveia, 50 anos, que integra o Biquini ao lado de Carlos Coelho (que, no disco, toca guitarra, violão, dobro e bandolim), Miguel Flores da Cunha (piano, synth e órgão) e Álvaro Birita (bateria e pandeiro). “Temos muito prazer em compor e, principalmente, fazer shows. Portanto, enquanto existir esse prazer, com certeza nós estaremos nos estúdios e nas estradas”, garante Bruno.

Ele conta que, olhando em retrospecto para o caminho trilhado pela banda, tem um sentimento de orgulho e agradecimento. “Orgulho por tudo que fizemos, por sermos uma exceção à regra, já que não é nada fácil fazer música neste país. E o agradecimento a todos que adotaram as nossas músicas, tornando-as trilhas sonoras de suas vidas”, comemora.

“As Voltas Que o Mundo Dá” traz 12 faixas inéditas e foi produzido pelo lendário Liminha (baixista dos Mutantes, compositor e produtor de discos de grandes nomes no Brasil, de Gilberto Gil a Nação Zumbi), que tocou baixo em todas as músicas, já que o grupo não tem baixista em sua formação desde que André Sheik saiu, em 2010, além de ter feito gravações adicionais de violão, bandolim, guitarra e loops. “Liminha era uma lacuna na nossa carreira. Nunca tínhamos gravado com ele. Fazer esse trabalho foi simplesmente ter o produtor certo, com as músicas certas, na hora certa”, elogia Bruno.

Dedicado às esposas

O amor permeia o álbum e é o tema de canções como “Beijar Sem Fim”, relato dos primeiros encontros de Alvaro Birita com sua mulher, Moana; “Como Te Conheci”, que fala sobre Bruno e Izabella Brant, parceria dela com a banda e com Theo Lustosa, e “Para Sempre, Seu Maior Amor”, inspirada nos casamentos vividos pelos integrantes, parceria do Biquini com o neozelandês Simon Spire. A mulher de Bruno, por sinal, é vocalista da banda de forró Menina do Céu e participa de “Beijar Sem Fim”.

“Estou num momento muito feliz da minha vida, casado, com uma linda filha. Os outros integrantes também passam por esse momento especial de seus relacionamentos. Por isso mesmo, o disco é dedicado às nossas esposas”, explica Bruno. Mas o amor é apenas uma das inspirações do grupo, ele garante. "O CD, na verdade, fala sobre as mudanças que podem acontecer em todos os relacionamentos. Seja a descoberta de um novo amor ou o brusco encerramento de um", diz.

A boa fase veio depois de Bruno sofrer com as mortes trágicas do filho Gabriel, de apenas 2 anos, e da ex-mulher, Fernanda Kfuri, na queda de um helicóptero, em junho de 2011. O cantor estava nos Estados Unidos, acertando detalhes do trabalho comemorativo de 30 anos do grupo (o CD/DVD/blu-ray “Me Leve Sem Destino”) e veio ao Rio às pressas, mas sem saber o real motivo de sua volta repentina. Ele conta que a música o ajudou a lidar com a dor.

“A música e o palco me ajudaram a superar, com certeza, porque, se tivesse ficado em casa, acabaria ficando maluco. O palco, os fãs, os amigos, a família e a banda me ajudaram muito a superar esse momento, que não desejo pra ninguém”, desabafa o vocalista.

Três anos depois, Bruno renasceu, nas palavras do próprio, com a chegada de Letícia, sua filha e de Izabella, em 15 de agosto de 2014. “Assim que soubemos que estávamos esperando uma menina, minha mulher sugeriu que o nome dela fosse Letícia. Letícia quer dizer 'alegria'. E, desde que ela nasceu, a alegria voltou para nossa casa”, lembra Bruno, que revela: Letícia já assistiu a shows seus e da mãe.

Tudo a ver com uma banda que viu a carreira marcada por sucessos em diferentes épocas, conquistando gerações após gerações. “Eu acredito que hoje nosso público é bem família, gosta de boa música e, principalmente, de compartilhá-la, seja de pai para filho ou vice-versa”, avalia o artista.

Provavelmente, o fato de o grupo ser muito ativo na internet tenha ajudado o grupo a ter uma base de fãs tão fiel. “Desde o começo de nossa carreira, nós agimos assim. No começo, usávamos uma caixa postal e enviávamos fanzines pelo correio”, recorda o vocalista. “Com o advento da internet, vimos que todo esse processo poderia se acelerar muito. Não por menos, o Biquini Cavadão foi pioneiro na internet, com uma participação em listas de discussão, em sala de bate-papo, comunidades no Orkut, fanpages no Facebook e presença no Instagram e Twitter. Gostamos de saber opinião de quem nos ouve.”


 

 



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