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Oito dicas para fazer uma websérie, a forma de divulgação musical do momento
Publicado em 12/09/2017

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Maíra Freitas, China, Lucas Vasconcellos, Illy e Thiaguinho, todos eles envolvidos em projetos audiovisuais com entregas periódicas, ensinam como capturar a atenção dos fãs de modo criativo e interativo

Por Kamille Viola, do Rio

Com um bilhão de usuários - cerca de um terço dos internautas do mundo -, o YouTube é a plataforma nº 1 de publicação de vídeos. No Brasil, estima-se que 98 milhões de pessoas passem por lá a cada mês. De olho nesses números, diversos artistas, entre independentes e consagrados para o grande público, têm apostado em webséries para fortalecer os vínculos com seu público e conquistar novos fãs.  “Diferentemente do que acontece nos países de língua inglesa, o Brasil precisa de uma produção de conteúdo local, o que torna a oferta de conteúdo muito interessante e amplia a base de usuários”, comentou a Product Marketing Manager do Google, Juliana Simão, no lançamento do YouTube Insights 2017, segunda edição do levantamento que reúne os principais dados da plataforma.

Para além dos problemas de remuneração aos produtores do conteúdo ali postado, das dificuldades relacionadas à pirataria e da insistência do Google em não reconhecer o streaming como execução pública, artistas independentes e consagrados vêm apostando no formato. Entre os associados da União Brasileira de Compositores (UBC) não é diferente. A cantora e pianista Maíra Freitas (na foto acima) lançou em agosto a série LáDoSiLar, em que recebe músicos em sua casa para tocarem juntos. Já o cantor China, desde abril, recria músicas de outros artistas sozinho em seu estúdio na série #ociocriativo. A cantora Illy também se apresenta sempre ao lado de algum artista em Illy e a MPB de Todos os Sons, mas não tem pouso fixo: o episódio pode ser feito na casa dela, do colega ou em qualquer outro lugar.

O compositor e multi-instrumentista Lucas Vasconcellos lançou em julho o projeto  “See You Long River”, com seis episódios, em que a cada um explora diferentes instrumentos e sonoridades. Recentemente, Thiaguinho também aderiu, mostrando em seu canal no YouTube os bastidores do seu disco mais recente, “Só Vem!”, através da série Minha Intimidade. “É essencial. Estar em plataformas como o YouTube e Vimeo é o jeito de levar o nosso trabalho a mais pessoas”, acredita Lucas.

Lucas Vasconcellos. Crédito da foto: Daryan Dornelles

 

A partir das experiências desses artistas, separamos oito dicas para inspirar quem quiser começar sua própria websérie.

1) Seja original

“No mundo artístico, quem copia é só mais um, e o público gosta sempre do original, então seja original, seja você”, defende Maíra Freitas, que, ao abrir sua casa para sessões musicais estreitou laços com seus fãs e viu sua base de seguidores crescer muito.

2) Estude sobre a internet, ainda que o básico

“Só ficar fazendo post hoje em dia já não funciona mais, infelizmente as pessoas nem veem mais, por conta dos algoritmos (que, em muitas redes sociais, restringem a uma pequena quantidade de fãs ou seguidores o recebimento de um conteúdo postado, obrigando o dono do perfil a pagar para “impulsionar” o post e, assim, ampliar sua base de leitores). Antes de tudo vem a elaboração do conteúdo, né?”, acredita Maíra. O que ela quer dizer é: não adianta postar notícias, dicas, promoções etc nas redes sociais e abandonar o conteúdo lá. Se achar que vale a pena, impulsione. E invista em conteúdos audiovisuais, que, como lembra Maíra, atraem muito mais a atenção das pessoas.

3) Busque se aproximar da realidade

Para a cantora Illy, quanto mais simples e verdadeira for a série, melhor. “A gente grava de uma vez só, não tem correção, não é editado. Isso aproxima cada vez mais, é o que o público quer ver. Fora que o fato de ser gravado dessa maneira simples facilita os encontros, facilita a maneira de acontecer”, explica ela, que, em seus encontros, já reuniu um catálogo bem interessante de diversas manifestações da música brasileira contemporânea.

4) Se tiver dificuldade, busque a ajuda de um especialista

“Minha dica é que o músico avalie se ele sabe fazer esse tipo de conteúdo, senão talvez seja melhor contar com alguém que saiba e formar uma parceria, para que ele apresente um conteúdo que tenha sinergia com seu trabalho musical e que seja, ao mesmo tempo, bem acabado, bem costurado, do ponto de vista da linguagem audiovisual para web”, sugere Lucas Vasconcellos, um dos cérebros da extinta banda Letuce e que, ligado em tecnologias, sabe explorar bem as potencialidades dos múltiplos formatos oferecidos em redes sociais e serviços de streaming.

5) Mostre algo que você gostaria de ver se fosse seu fã

Não sabe exatamente que conteúdo quer mostrar? Pense no que você próprio teria interesse em assistir. “Eu resolvi fazer a websérie porque eu sempre tive a curiosidade de saber como eram os bastidores da produção de um CD. Quis mostrar para o público como funciona”, afirma Thiaguinho, que reuniu pessoas envolvidas em “Só Vem!”, registrou gravações, momentos de criação, de descontração... O resultado é intimista, como se o fã estivesse junto com ele em estúdio produzindo o álbum.

China. Crédito: Leco de Souza

 

6) Se possível, atenda a pedidos do público

China aposta na interação com os fãs e aceita indicações de músicas que eles gostariam de ver reinterpretadas por ele. “Inclusive, a versão que lancei em 29 de agosto de 'Fico Louco', de Itamar Assumpção', foi sugestão da meninada que me segue”, conta.

7) Mantenha a periodicidade das postagens

“Percebi que ter uma regularidade nas postagens, apresentando cada episódio da série uma vez por semana, por exemplo, gerou uma expectativa pelo que viria. Além disso, surgiram novas pessoas interessadas no meu trabalho, que não teriam oportunidade de conhecê-lo se não fosse pela série”, ensina Lucas Vasconcellos.

8) Faça, não importa como

Se não tiver as condições ideais, arrisque-se mesmo assim. “Eu acho que o cara tem que fazer, independentemente da qualidade do material, da câmera que se tem, das condições do vídeo. Uma boa ideia sempre é bem recebida, não importando muito a qualidade técnica da coisa num primeiro momento. O lance é se comunicar, interagir”, aposta China.


 

 



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