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Duas formas de usar o Spotify a seu favor
Publicado em 04/04/2018

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Veja por que criar (e saber entender as funcionalidades de) um perfil de artista, bem como influir nas playlists, podem dar uma nova visibilidade à sua música

De São Paulo

Sabendo que as rádios ainda têm um enorme poder de difusão de novidades nas cenas musicais país afora, uma coisa é certa: as playlists das principais plataformas de streaming as vêm substituindo, cada vez mais, nesse papel. E com uma vantagem: se, para um artista independente, emplacar sua música numa estação de FM ou AM tradicional poderia ser uma aventura — desde saber a quem mandar material a estatelar-se no feio, nebuloso, muro do jabá —, chegar às principais playlists pode ser menos custoso.

Para saber como tirar o melhor da presença numa plataforma como essas, vamos nos centrar em dois passos fundamentais para ter visibilidade na principal de todas, o gigante sueco Spotify, que espera alcançar até 96 milhões de usuários pagos no final deste ano (mais de 200 milhões, se somados os inscritos na versão gratuita) e, nesta terça-feira (3), quando fez sua oferta inicial de ações na Bolsa de Nova York, atingiu valor de mercado próximo aos US$ 30 bilhões.

1 – Criar um perfil de artista

Ter sua música numa plataforma de streaming não depende, necessariamente, de manter um perfil profissional lá. Mas isso ajuda muito. Para subir uma música sua ao Spotify, você precisará, antes de mais nada, contratar os serviços de um agregador digital, uma espécie de selo de garantia de que a obra cumpre com as licenças requeridas — em outras palavras, que não é pirata e que seu titular tem o direito de veiculá-la ali. No Brasil, operam Altafonte, OneRPM, ABMI, Tratore, Playax, Music Post, CD Baby e muitas outras. Em comum, elas cobram um percentual variável para administrar esse repertório. Depois de fechar com uma delas e publicar, você poderá acompanhar o resultado das audições que sua música terá através do seu perfil profissional no Spotify.

Lá, há funcionalidades que permitem saber exatamente quantas vezes a música foi ouvida, em que cidade, estado ou país e quanto essa audição pode gerar em pagamento. Também é possível subir fotos ao perfil, editar as informações/bio do artista, pedir que o Spotify acrescente aquele “tic” azulzinho que identifica os perfis oficiais e até administrar serviços como venda de merchandising (camisetas, canecas, o que você quiser) ou publicar datas de shows.

O perfil de artista é gratuito, a navegabilidade é intuitiva, e a possibilidade de controlar tantos dados atrai de independentes a gente mais do que bem assessorada e com carreiras consolidadas. É o caso de Marisa Monte. “Está tudo lá: quem ouve a minha música, onde, quando, quantas vezes... Saber interpretar esse volume de informação pode jogar a seu favor na hora de lançar, de oferecer um produto novo ao seu público”, ela diz. “O agregador digital com o qual trabalho (Altafonte) também destrincha isso para mim, me passa relatórios detalhados. Hoje em dia, é possível prever quanto você vai ganhar e pensar em estratégias para espalhar a música tendo esses dados em mão.”

Mapear os dados geográficos ou demográficos dos seus ouvintes é um passo fundamental. Outro é:

2 – Influir nas playlists

A pergunta do milhão, como aparecer nas mais populares listas do Spotify, tem uma resposta bastante decepcionante: não há uma forma única. Algumas das listas, como “Top Brasil”, “Esquenta Sertanejo” ou “Pop Up”, são administradas por uma equipe de curadores montada pelo próprio Spotify, que, no entanto, está sempre antenada às novidades e ao que é tendência. Portanto, uma boa forma de cair no radar deles é fazer-se tendência. A ação mais elementar para isso é criar, você mesmo, uma playlist e atualizá-la sempre que possível. Publicar um single ou uma faixa nova a cada x número de dias chamará a atenção dos seguidores da sua playlist, que, muitas vezes, inscrevem-se nelas apenas para receber alertas de novidades. Se você tiver muitas visitas, e muitas audições, das suas publicações, vai subindo nas estatísticas e pode conseguir um clique precioso: o de um dos curadores/editores que, eventualmente, lhe abrirá a porta para as maiores playlists.

A partir das estatísticas de acesso por zona geográfica, você pode entender quais faixas tiveram mais sucesso e onde. Então, na hora de publicar algo similar ou promovê-la, você poderá usar suas redes sociais para impulsionar entre os fãs daquele lugar. Também pelo próprio Spotify é possível impulsionar a criação entre os perfis de blogs, revistas ou outros curadores relevantes, de modo a tentar conseguir que a música acabe nas playlists deles.

Você também pode buscar ativamente editores de blogs ou influencers com perfis no Spotify e lhes escrever, enviando sugestão de alguma criação sua. Tente ainda contatar diretamente, através do Spotify, os perfis criados por grandes gravadoras que dão muito espaço aos independentes em suas playlists. Warner Topsify , Universal Music Digster e Sony Filtr são três delas. É a mesma lógica do sucesso junto aos seus próprios fãs — mas muito potencializada, claro: quanto mais vezes você aparece em listas de reprodução e tem suas canções executadas, mais chamará a atenção dos editores do Spotify e aumentará suas chances de ir para uma megaplaylist.

Por que tanto esforço?, estará se perguntando você que conhece a fama de “era dos centavos” das plataformas digitais. Especialistas são unânimes em afirmar que a possibilidade de ganhos maiores nesse ambiente são reais, nos próximos anos, à medida que a base de assinantes se expande exponencialmente. E recentes decisões, como a do CRB, o colegiado americano que determinou aumento de 44% no valor dos repasses a compositores e editoras pela execução de músicas em plataformas como o Spotify, são só um dos indícios de que eles têm razão.


 

 



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