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Como boas estratégias aumentaram o lucro do Sepultura em 35%
Publicado em 05/05/2018

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O empresário Tom Gil conta que uma série de ações, da melhora da própria comunicação interna a uma aposta total nas mídias digitais, fizeram a banda expandir sua base de fãs, ter shows mais cheios e rentáveis e não 'bater cabeça' na hora de se organizar

Por Roberto de Oliveira, do Rio

Trinta e quatro anos de carreira, milhões de fãs e de discos vendidos nos quatro cantos do planeta, dezenas de sucessos, um nome forte e, ainda assim, os negócios não andavam tão bem quanto poderiam. Quando começou a trabalhar com a banda Sepultura, o empresário Tom Gil observou que havia algo a ser melhorado para que as finanças e a imagem pudessem ser compatíveis com a marca forte construída ao longo de anos de estrada. Segundo Tom, o problema foi resolvido com um planejamento estratégico global, que aumentou em 35% o faturamento da banda.

E como chegaram até esse resultado? Tom Gil, que é oriundo do mercado publicitário, explica: “(Foi) reorganizando alguns pontos estratégicos, como a agenda de shows, para tocar em lugares melhores e com mais rentabilidade, e a comunicação digital, que hoje é fundamental, inclusive para falar com o público mais jovem.”

Em sua participação na última edição do Rio2C, na palestra “Com a palavra, os empresários”, ele disse, com toda a razão, que o Sepultura não é apenas uma banda, mas uma marca com várias manifestações além da música, como camisetas, canecas, documentários e outros produtos. Havia, contudo, um sério problema que parecia um freio de mão puxado: a comunicação interna. “Nós temos três escritórios que cuidam da carreira mundial do Sepultura, e eles não se falavam. Às vezes, uma estratégia para a Europa tinha que ser cancelada porque o escritório dos Estados Unidos fazia coisas que a gente só sabia depois de prontas, o que parecia até uma competição dentro do mesmo produto. Uma das coisas que fiz quando cheguei foi alinhar a comunicação entre nós, e, hoje, gerencio tudo aqui do Brasil. Os três escritórios têm funções definidas, além de falarem a mesma linguagem”, disse o empresário.

Esse desencontro dentro da própria equipe fazia com que os shows, por exemplo, fossem mal divulgados e rendessem pouco ao Sepultura. Um exemplo foi uma apresentação feita em Santos (SP) em 2014, que colocou apenas 700 pessoas na plateia, segundo Tom, porque foi mal divulgada. Em março deste ano, a banda retornou à cidade, e o público foi de mais de 1500 pessoas. “Tocar em lugares melhores e negociar com bons contratantes aumenta a rentabilidade, porque possibilita um aumento na quantidade de shows. Hoje, a agenda mundial do Sepultura, com o álbum 'Machine Messiah', está mais bem planejada.” 

Planejar é, antes de tudo, conhecer as cartas que estão nas próprias mãos, definir um ponto de chegada, o tempo dessa viagem e quanto ela irá custar. Depois, é preciso avaliar o que a estratégia trouxe de retorno para fazer os ajustes necessários com plena consciência do que está rolando. O primeiro artista a se dar conta de que o publicitário poderia fazer a diferença no mercado artístico por conta de sua visão de negócios foi o cantor Nando Reis. Depois, Tom trabalhou com Seu Jorge, até entrar para o time do Sepultura.

A reorganização da comunicação digital também fez a diferença. Tom Gil colocou um responsável pela organização das plataformas digitais e obteve um aumento surpreendente de 50% no número de fãs na faixa etária entre 18 e 25 anos. Portanto, com a reavaliação dos contratos e locais de shows, melhorando a comunicação interna, a divulgação, a loja e a comunicação digital, o Sepultura está pronto para encarar mais algumas décadas no topo do heavy metal mundial, com melhores resultados financeiros.


 

 



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