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Educação financeira: este tema dá boa música
Publicado em 19/11/2021

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Igor Bonatto, da fintech noodle, explica por que saber gerir as receitas e os gastos é um elemento básico da carreira artística

Do Rio

Uma carreira musical se constrói com sensibilidade, muito trabalho criativo, formação técnica/instrumental mas, também, com a capacidade de administrar o que se ganha e gasta. Sem isso, a aventura na arte simplesmente não é sustentável. Dada a ausência de uma abordagem desde a infância, nos colégios, a deficiência na educação financeira se torna um problema que afeta todos os âmbitos do mercado brasileiro, mas impacta de uma forma particularmente dura as indústrias criativas — um setor em que a esmagadora maioria dos profissionais não tem contratos fixos de longa duração e convive com frequente instabilidade econômica. 

"O papel dos grandes participantes da indústria, como é o caso da UBC, com relevância política, financeira e comportamental, é grande. É preciso educar a massa que compõe esse mercado", explica Igor Bonatto, empreendedor social e fundador da noodle, primeira fintech dedicada ao setor artístico e criativo no país. "Gravadoras, secretarias de Cultura e grandes empresas da área também deveriam se envolver, estimular o mercado a tratar a educação financeira da mesma forma que se trata um curso de canto ou o aprendizado de um instrumento. É básico."

Bonatto dá quatro dicas (e meia) para tentar conquistar uma maior estabilidade nas contas, "coisas repetidas infinitamente em qualquer curso de educação financeira", como ele acentua. Começa pela "meia dica": "tenha interesse genuíno em correr atrás da sua educação financeira, em aprender a lidar minimamente com o dinheiro, tanto quanto se corre atrás das aspirações estéticas e artísticas."

Depois, siga estas regras de ouro: 

  1. Gaste menos do que ganha. Sempre. É inegociável.
  2. Tenha controle de tudo o que entra e tudo o que sai economicamente da sua carreira pessoal ou da sua empresa. 
  3. Estabeleça metas claras: onde você quer estar, quanto vai querer ganhar e quanto vai querer gastar daqui a x tempo. 
  4. Crie um planejamento (quanto terá que trabalhar? Como conseguir fazê-lo?) para que o presente e esses objetivos sejam conectados com um caminho concreto. 

Ele conta que a noodle, sua empresa, com atuação como um banco que se associa a projetos artísticos para financiá-los e/ou criar colaborações de longo prazo, sente muito diretamente os reflexos da falta de educação financeira dos artistas. "Ao tentar fazer uma parceria com um artista ou projeto, mergulhamos nos dados financeiros deles e vemos que há muita falta de entendimento sobre como gerir as finanças."

O impacto não é apenas imediato: "Claro que um mercado educado nos gerará maiores oportunidades de negócios. Mas não é só isso. Educar financeiramente é o único caminho para criar uma indústria mais justa, com menos diferenças. Num momento em que pesquisas e analistas preveem um crescimento de 200% para o mercado nos próximos anos, a única forma de garantir que esse dinheiro não se concentre nas mãos dos mesmos players é através da educação. É empoderar os participantes para que a competição por uma fatia do mercado seja mais justa", ele analisa.

Foi nesse contexto que surgiu a parceria entre a noodle e a UBC no Projeto Impulso 2.0. A fintech desenvolveu a solução tecnológica e aportou seus conhecimentos do mercado para auxiliar nas diferentes etapas da iniciativa de mentoria, capacitação e networking da UBC, cujas inscrições para esta segunda edição terminam no domingo (21). 

Um dos insights que as equipes conjuntas tiveram foi entender que a maneira de consumir conteúdos — sejam artísticos, sejam educativos — muda aceleradamente.

"Depois de dois anos de pandemia, as pessoas estão com uma fadiga de conteúdos digitais. A gente entendeu que a nossa disputa é com esses aplicativos altamente viciantes que têm vídeos de 15 ou 30 segundos. As pessoas passam meia hora assistindo a vídeos de 15 segundos, mas não vendo um curso aprofundado. Então, desenhamos do zero um formato de aprendizado com vídeos extremamente curtos, mas assertivos, seguidos de quizzes", conta. 

A plataforma criada do zero, na qual os participantes terão acesso aos conteúdos, tem integração com a ferramenta de inteligência da noodle, de maneira que a análise dos desempenhos, do comprometimento e dos objetivos dos participantes permitirá que realmente os melhores passem para as próximas etapas. 

"Estamos medindo o engajamento dos participantes de várias formas e, por fim, cruzaremos a base do Projeto Impulso 2.0 com a base da noodle, que consegue analisar a performance em mais de 20 fontes de dados. Com isso, poderemos auxiliar a UBC na seleção dos participantes para as próximas fases. A ideia não é escolher os artistas mais bem-sucedidos, mas sim os que estão mais comprometidos com sua carreira. Isso pode ser medido de várias formas: engajamento no processo de aprendizagem e consistência de performance serão fatores cruciais no processo seletivo, e os dados estão aí para evitar interpretações subjetivas ou pessoais", conclui. 

LEIA MAIS: Saiba tudo sobre o projeto no hotsite especial do Impulso 2.0 e faça sua inscrição até domingo (21 de novembro)


 

 



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