Apresentação de "Debagarinho" com Gilsons e Mariana Volker
Sexta edição na Casa UBC reúne talentos, fortalece parcerias e promove integração na indústria da música independente no Rio de Janeiro
Por Akemy Morimoto, do Rio
Fotos: Zéca Vieira
Na última quarta-feira (20), a UBC Jam escreveu mais um capítulo em sua trajetória na Casa UBC, no coração do Rio de Janeiro. Em sua sexta edição carioca, o evento segue conectando talentos, revelando artistas e proporcionando um espaço para networking. Tradicionalmente dividida em três momentos – instrumental, showcases e palco aberto –, a jam contou com nomes como Gilsons, King Saints e Luciane Dom. Além de participação de figuras importantes do mercado, a diretoria da UBC também marcou presença.
“Gostei de ver o deslocamento de uma noção de genialidade artística para uma noção de coletivo trabalhando e construindo oportunidades, parcerias e viabilidades. O espaço tem a importante e necessária identidade de União. Isso, deixa os participantes em atenção para as colaborações, atentos aos sinais de aberturas e pode ocupar espertamente um diálogo e somar”, diz Anderson Linz, analista de música do Sesc RJ.
Jamm instrumental com Alana Alberg (baixo), Flávia Belchior (bateria), Diogo Costa (saxofone) e Samara Libano (violão)
Notoriamente na boca do mercado musical e cada vez mais disputado, o evento, que tem produção da Rebuliço, contou com cerca de 150 convidados. Em mais de dois anos das edições na sede do Rio, a indústria parece ter reconhecido a importância do espaço para a cena da música independente. É o que constata a coordenadora do projeto e líder de Novos Negócios da UBC, Vanessa Schutt:
"Essa foi a sexta edição no Rio e podemos notar com felicidade como o mercado vem abraçando o evento cada vez mais, fazendo virar realidade a proposta e concepção do projeto, criando a conexão que idealizamos."
Dando início a celebração, Alana Alberg, Flávia Belchior, Diogo Costa e Samara Libano subiram ao palco para a jam instrumental. Depois, foi a vez dos showcases de Luciane Dom, King Saints – que também participou do songcamp Por Elas Que Fazem A Música – e Gilsons, que contou com a surpreendente participação de Mariana Volker na apresentação da música “Devagarinho”.
Luciane Dom em seu showcase
“Eu fui apresentadora da primeira UBC Jam, antes da pandemia. Hoje, subi no palco e fiquei muito nervosa, mas eu acho que muito também porque tinham pessoas muitas especiais ali assistindo, né? Pessoas que eu ouço desde quando eu sou adolescente e que são referências da música. Fernanda Takai, Paula Lima, Marcelo Castello Branco ali no meio do pessoal... Eu gosto muito desse espaço principalmente porque aqui temos todo mundo que eu acho do primor da música brasileira”, afirma Luciane Dom.
King Saints soltando a voz no palco da UBC Jam
“É bom poder testar músicas em um ambiente em que o público está com os ouvidos atentos pra ouvir o que não conhece. Talvez eles não conhecessem o repertório todo, mas realmente estão ali para curtir a música. Então, pra gente que é artista, também é bom pra poder experimentar num lugar seguro”, desabafa King.
Com uma banda base composta somente por mulheres, Letícia Mayara (bateria), Carol Mathias (baixo) e Kamilla Berg (teclado) acompanharam mais de 20 performances durante o palco aberto.
O momento que encerra o evento não apenas complementa, mas também ilustra a essência vibrante da UBC Jam, como na performance de Elisa Fernandes, Carol Mathias e Cassiano Andrade. Paula Lima, diretora-presidenta da UBC, também subiu ao palco para performar “Olhos Coloridos”.
Além de artistas, participaram do encontro figuras proeminentes do mercado musical de empresas como Peer, Ingrooves, OneRpm, Peneira Musical, Sony, Warner , Mousik, Soho Music, Universal Publishing, Som Livre, ORB, Braslive, Fundição Progresso, SESC, Cesgranrio, Ecad, Sofar Sounds, Toca do Bandido e Dubas. Não menos importante, a diretoria da UBC marcou presença com Paula Lima, Fernanda Takai, Wilson Simoninha, Marcelo Falcão e Geraldo Vianna.
"A Jam Session da Casa UBC é um espaço criativo e super democrático, ela consegue reunir ao mesmo tempo: a cena independente, artistas com uma carreira já consolidada, mas que tem essa trajetória de como chegaram até ali muito viva em suas mentes e players do mercado. Ou seja, é sempre uma grande oportunidade para todos os envolvidos. E essa conexão é muito rica e fundamental para fazer essa engrenagem da música girar cada vez mais!”, conta Tatiana Pelegrino, A&R da Warner Chappell.
Púlbico presente na Casa UBC
Para a Vanessa Damasco, diretora do projeto "#estudeofunk" e cogestora da Fundição Progresso, o momento é importante para trocar informações do que está acontecendo na cena da música:
“Sempre rende um negócio, um contato novo, e me abre alguma possibilidade ou visão de mercado... e por isso, é óbvio: eu adoro estar nos eventos da UBC, não perco por nada! É muito bom estar vinculada a uma instituição que pensa e colabora fisicamente a ativação de seus artistas, esse é um enorme benefício que a UBC traz aos seus associados e também para Economia Criativa”, conta
O produtor musical da TV Globo, Mauricio Oliveira, acrescenta:
“A iniciativa é sensacional, acho que é um espaço pra novos talentos estarem se expressando em um ambiente que não está propício pra isso, né? Não existem tantos lugares para as pessoas mostrarem o seu trabalho e essa estrutura que a UBC oferece é maravilhosa.”
Gustavo Faria, diretor de A&R da Som Livre, também concorda:
"Sempre um prazer poder comparecer, desfrutar de tanta música boa, trocar com pessoas tão diversas e inspiradoras; além da forma tão carinhosa que vocês nos recebem. Não há um ambiente tão acolhedor quanto esse"
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