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Mais de 6 mil pessoas prestigiam o Women's Music Event
Publicado em 29/03/2019

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Segunda edição de feira e festival de música que dá protagonismo às mulheres tem participações marcantes delas sobre o palco, nos bastidores, em palestras e painéis; a UBC, claro, também passou por lá

De São Paulo

Foto de Sidney Lopes

Pelo segundo ano consecutivo, o festival e feira Women's Music Event (WME) ocupou o Centro Cultural São Paulo, na capital paulista, pondo em pauta a urgência de uma maior representação feminina na indústria musical. Se elas são só 9 entre os 100 maiores arrecadadores de direitos autorais — como mostrou a segunda edição do relatório Por Elas Que Fazem a Música, da UBC —, sua voz, suas ideias e sua tomada de espaços decisórios inspiram e fazem prever um panorama futuro mais igualitário. 

Mais de 6 mil pessoas passaram pela WME, de 22 a 24 de março, para mostrar que estamos no caminho. Painéis como “O Feminino Além do RG” — com Ledah MartinsMulher PepitaCandy Mel Raquel Virginia (d'As Bahias e a Cozinha Mineira) —; “Inspiração x Composição” — com Tulipa RuizJosyaraJuçara Marçal Mahmundi—; e “O Som das Refugiadas” — com o grupo Santa Mala (Bolívia) e a cantora palestina Oula Al-Sagir — foram algumas das atrações mais disputadas do evento. 

Entre as protagonistas dos shows, Paula LimaJosyaraLinn da QuebradaAnelis AssumpçãoLei di DaiCarne Doce Mahmundi

O número de mulheres foi também recorde na organização e na produção. Cem delas participaram das palestras, painéis e shows e, no backstage, 39 atuaram como produtoras, roadies e técnicas de som, numa declaração de princípios da jornalista Cláudia Assef, criadora e organizadora do evento, que reconhece a sub-representação feminina em funções técnicas. 

“No nosso evento, a mulher tem protagonismo no palco e também nos bastidores. Quisemos abordar discussões sobre gênero, sustentabilidade, composição artística, entre outros temas. O mais lindo foi ver, ao longo do evento, o número crescente de homens que estão totalmente conectados com o que precisa ser feito: buscar a igualdade”, descreveu Cláudia. “Existe esperança de que, um dia, a desigualdade entre gêneros se torne um assunto tão obsoleto que um evento como o WME deixe de fazer sentido.”

A UBC passou por lá e registrou três vídeos com depoimentos interessantes de três mulheres que fazem diferença em suas áreas de atuação.

Karla Megda, diretora de Negócios e Relacionamento da Sympla, plataforma mineira de shows e eventos, comentou o mapeamento de festivais de música que ela liderou e apresentou recentemente. “Os dados colaboram bastante para justificar ou buscar incentivos públicos e privados para projetos musicais, sejam festivais, sejam festas... As pesquisas, hoje, dentro do mercado da música não são recorrentes. A iniciativa de estruturar esses dados vai fazer com o que pessoal do mercado, os gestores de bandas e os festivais planejem melhor seus projetos”, ela crê. 

Outra que conversou com a gente foi Eliane Dias, advogada de formação e produtora e empresária de Mano Brown e Racionais MCs. Para ela, que precisou lidar com o fato de ser mulher e negra num universo masculino e, em grande parte, branco como é o dos que comandam a cadeia musical, o segredo é o networking. “As mulheres precisam conhecer mais umas às outras, aprender das suas experiências, fazer networking. É difícil ter acesso às empresas que patrocinam, que apoiam. Deveríamos ter uma plataforma que trouxesse essas informações. Ou um evento que reunisse essas empresas.”

Flávia Cesar, gerente de licenciamento da editora Warner Chappell, vê maior participação feminina no mercado da música, mas prega: há espaço para muito mais. “Sou fã das autoras por trás das grandes músicas, mas elas ainda não conseguem se mostrar como poderiam. Deveria haver um song camp só de mulheres. O grupo de mulheres criadoras Women in Music está vindo para o Brasil para trocar informação, compartilhar experiências. Será um lugar de entendimento e empatia. Quero muito participar.”

VEJA MAIS: Na nossa página no YouTube, confira os vídeos com os depoimentos de Flavia, Eliane e Karla. Nos próximas dias, mais vídeos serão publicados nessa playlist acima com depoimentos de outras profissionais e artistas da música que passaram pelo WME. Fique ligado!


 

 



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