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4 passos para emplacar seu clipe na TV
Publicado em 24/06/2019

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Saiba o que é necessário para chegar à telinha de canais por assinatura e confira contatos para mandar seu material 

De São Paulo 

Câmera, software de edição gratuito, conta no YouTube, e seu clipe ganha a rede sem complicações, exposto às joinhas ou negativações do mundo. Mas não quando a ideia é usar um meio que ainda tem grande peso na execução pública, com impacto direto sobre a audiência nacional. Estamos falando da TV, claro, que, em suas modalidades aberta e por assinatura, é a fonte pagadora de 39,5% de tudo o que a UBC distribui, segundo os dados do último relatório anual da nossa associação, o que mantém este veículo, isoladamente, como o mais importante para os direitos autorais. 

Se o objetivo, portanto, for emplacar o clipe num dos canais que dispõem de faixas — ou, às vezes, partes importantes da sua programação — dedicadas a esses produtos audiovisuais, há vários outros passos que têm de ser levados em conta. Nós os elencamos para você e, de quebra, damos alguns contatos de canais.

“Na TV, você vai alcançar lugares e pessoas que não possuem internet. E, por incrível que pareça, ainda é grande o número no Brasil. Vai estar dentro de uma programação que seleciona artistas de todos os gêneros e importância, seu clipe pode ser exibido entre um clipe do Caetano e outro da Luedji Luna. E ainda tem a possibilidade de você ser escolhido para entrevistas, prêmios e programas produzidos por esses canais”, enumera Cris Perez, divulgadora e empresária que já conseguiu emplacar em diversos canais clipes de seus clientes, entre eles o cantor e compositor Pedro Mann. “Acredito que o rádio é o que torna uma música um sucesso. A TV amplifica o que já está acontecendo no rádio. A imprensa qualifica o trabalho do artista. E a internet é mais uma nova forma de atingir os consumidores de música. O equilíbrio entre todas as mídias e a manutenção de um passo firme e constante de lançamentos é o que vai levar o artista a ter a resposta tão sonhada, que é uma turnê de shows lotados”, ela ensina.

Veja o passo a passo:

1º Busque sempre a qualidade profissional. Se a internet permite experimentações a preço quase zero, a TV tem um padrão de qualidade testado e retestado ao longo das décadas de desenvolvimento desse meio. Em outras palavras, não dá para mandar qualquer coisa. Capriche nos detalhes, na ambientação, contrate alguém que entenda minimamente de linguagem cinematográfica. O resultado fica outro. “Quanto mais cinematográfica for a forma na qual você fizer, mais as pessoas vão querer ver o clipe”, já ensinou Rabu Gonzales, diretor de clipes como “Te Ensinei Certin”, de Ludmilla, e “Retrô”, do Imaginasamba, numa reportagem que publicamos em 2017 sobre como fazer um clipe independente sem gastar tanto.

2ª Prepare-se para tirar as “certidões” do seu produto. Para que o videoclipe seja exibido na TV ou mesmo em salas de cinema, ele precisa de dois documentos emitidos junto à Ancine, em conformidade com as leis que regem o setor audiovisual. Eles são oCPB e o CRT, que também já foram tema de reportagem aqui no site. Primeiramente, solicita-se o CPB (Certificado de Produto Brasileiro), que é como uma “certidão de nascimento” do produto audiovisual, no qual constam informações como a equipe de filmagem, o financiamento da obra e a divisão de cotas patrimoniais. Depois, deve-se requerer o CRT (Certificado de Registro de Título), que permite à obra ser exibida mediante o pagamento da CONDECINE (Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional). Ao solicitar o CRT, deve-se discriminar em qual plataforma se pretende exibir a obra (TV paga, TV aberta, Cinema etc.). A partir daí incidirá um tributo, ou taxa, da Condecine, cujos valores variam em função do meio de exibição. Além disso, se o clipe for exibido em mais de um mercado, por exemplo TV aberta e TV fechada, é necessário um CRT diferente para cada um. 

As taxas de Condecine são*:

TV aberta - R$ 146

TV por assinatura - R$ 94

Salas de Exibição - R$ 146

*Os valores levam em conta obras de até 15 minutos e podem sofrer alterações. 

3º Prepare todo o material para enviar aos canais. Em geral, os canais exibidores pedem informações sobre a produção do videoclipe, sobre o fonograma, sobre a fotografia e a edição e, principalmente, avaliam se o conteúdo é adequado à proposta musical do canal e aos seu público-alvo. Saiba defender seu produto com dados e boa lábia. “Uma vez que o clipe é aprovado pela curadoria do canal, são enviados documentos para serem preenchidos e assinados pelo artista e/ou sua equipe, autorizando a exibição do mesmo e fornecendo dados adicionais para os programadores. Depois do envio destes documentos devidamente preenchidos, é só aguardar a data de estreia informada e caprichar na divulgação nas redes do artista”, diz Cris Perez. 

Importante: o material deve ter um acabamento profissional e jamais trazer aquelas informações sobre o diretor, o nome da música e a gravadora do lançamento impressos num canto da tela, como fazia a MTV nos anos 1990. Destacamos esse detalhe porque muita gente acha que deve mandar o vídeo com essa cartelinha, o que inviabiliza a exibição. 

4º Faça contato e espere pelos pedidos de mais informações. No Brasil, os canais principais que recebem materiais para veiculação são:

Multishow/BIS – Entramos em contato com os canais, mas, por uma política da Globosat, que os opera, fomos informados de que não podem ser divulgados e-mails dos analistas/curadores. Os profissionais de lá recomendam o envio do material através do link http://multishow.globo.com/fale-conosco.html. Todos os dias, há recebimento de pedidos de exibição por ali, que sempre são analisados. Caso os canais, sediados no Rio, se interessem, entram em contato direto para pedir mais dados. Portanto, jamais se esqueça de deixar um e-mail e/ou telefone de contato atualizado. 

Woohoo – Marina Gaete, do núcleo de qualificação do canal baseado no Rio, é a responsável por receber e analisar os pedidos de exibição de clipes. O e-mail dela é marina@woohoo.com.br. Se o seu material for aprovado, ela entrará em contato enviando o contrato e solicitando eventuais informações adicionais. 

Box Brazil — “As bandas podem enviar o link do clipe para minhabanda@boxbrazil.tv.br. Ele passa por uma curadoria do canal, e, caso seja aprovado, entramos em contato”, explica Thiele Aurich, analista do canal sediado em Porto Alegre. “Solicitamos CPB e CRT, logo após os dados para contrato, e então marcamos a data para estreia.”

PlayTV – O principal programa de exibição de clipes independentes do canal paulistano é o Udigrudi, e o e-mail para o envio do material é udigrudi@playtv.com.br. Como nos outros canais, aguarde o contato da equipe com o envio do contrato e a solicitação de informação adicional. 

MTV – Por anos, ela reinou soberana. MTV e videoclipe foram sinônimos até que mudanças no perfil do canal, com o investimento em programas de auditório, reality shows (sobretudo), noticiários e outros conteúdos, abriram espaço para programadores alternativos, que foram eclipsando os clipes. No Brasil, o fim da geradora local, ligada ao grupo Abril, fez com que a emissão passasse a ser feita pela Viacom, diretamente dos Estados Unidos. Ou seja, há pouquíssimo, quase nenhum, espaço para clipes nacionais na programação do canal. Mesmo assim, se quiser tentar enviar seu material, isso se dá através de um link no portal da MTV

 


 

 



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