No canal da UBC no YouTube, confira as entrevistas com Paula Toller, Day, MC Tha e Paula Lima durante a edição especial do Por Elas em parceria com o programa Papo de Música
Do Rio
Fotos de Vanessa Schutt
A UBC lança um vídeo com os melhores momentos do evento Por Elas Que Fazem a Música-Papo de Música. Ao longo de quatro jornadas, no início do mês, a apresentadora do programa on-line, Fabiane Pereira (na foto, com Paula Toller), gravou suas edições na Casa UBC, no Centro do Rio, ouvindo quatro grandes criadoras que contaram seus processos criativos e analisaram a presença da mulher no setor musical: além da já mencionada Paula Toller, Day, Paula Lima e MC Tha. Os destaques dessa semana produtiva e divertida, coroada com uma jam session que reuniu jovens e talentosíssimas artistas, está na playlist Por Elas Que Fazem a Música, no nosso canal no YouTube.
Durante aqueles dias, divulgamos os números da edição 2020 do relatório Por Elas Que Fazem a Música, que, há três anos, vem compilando dados valiosos sobre a contribuição feminina para a criação musical. Entre as novidades apresentadas no documento, uma tendência positiva: o número de novas filiações de mulheres subiu 56% em um ano, enquanto o crescimento geral, somados eles e elas, foi de 34%.
MC Tha na Casa UBC: "Arrisquei e falei 'é isso, eu compus assim, e vai ser assim'
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“Falta autoestima (para as mulheres se arriscarem mais na composição)”, cravou MC Tha durante sua intervenção. “É muito difícil você escrever alguma coisa e bater o pé por aquilo. Surgem várias barreiras no caminho. Ninguém acreditou quando eu comecei a misturar funk e mais referências musicais brasileiras. Arrisquei e falei 'é isso, eu compus assim, e vai ser assim'.”
A cantora e compositora Day sabe bem do que ela fala. “Tenho muito orgulho de me autodenominar compositora. Depois que eu comecei a participar de acampamentos de criação, vi como tem tão pouca mulher. De dez pessoas na sala, é muito provável que nove sejam homens”, ela descreve.
Paula Lima: "A gente tem força, tem o direito de bater no peito e dizer 'eu quero ser dona disso tudo'
Apesar disso, a já veterana Paula Lima, com quase 30 anos de carreira profissional, vê uma transformação positiva e acelerada. Para ela, a maioria masculina de hoje já foi uma maioria esmagadora ontem. E o nível de voz das mulheres cresce sem parar. “Quando eu penso em cenários, hoje, mil mulheres vêm à minha cabeça. Eu as vejo dominando. Antes não tinha lugar para a gente. Mas a gente tem força, tem o direito de bater no peito e dizer 'quero ser a dona disso tudo'.”
Mesma visão tem Paula Toller, com 38 anos de carreira. “Fazer parte de banda e compor eram coisas para menino. Já não é assim. Não há diferença nenhuma entre homem e mulher para escrever, compor”, analisa ela, que vê uma caminhada sem volta na direção da paridade. “É uma questão de tempo.”
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Day durante a sua entrevista: "Tenho muito orgulho de me autodenominar compositora"
Gerente de comunicação da UBC, Elisa Eisenlohr faz um balanço mais do que positivo do evento. E exalta a iniciativa do relatório, que não só lança luz sobre a necessidade de diminuir a brecha entre os gêneros na indústria musical como propõe soluções e dá voz a elas. “Ao longo dos anos, entendemos que uma das razões para termos poucas mulheres neste cenário é a falta de referência. Foi isso que motivou essa semana que aconteceu na Casa UBC. Estou feliz por termos conseguido realizar este evento logo antes do tsunami que o coronavírus está se tornando na vida dos músicos. O importante agora é cuidarmos da nossa saúde e aproveitarmos o período de reclusão para criar ainda mais.”
Reclusão e preparação para dar um passo além na carreira. Durante a jam session que encerrou a semana de entrevista se reflexão, Constança Scofield, gestora do famoso estúdio Toca do Bandido, do Rio, anunciou o edital de aceleração do projeto LabSonica, do Oi Futuro, em parceria com a Toca. A ideia é descobrir - e potencializar - novos projetos artísticos. Consulte as condições no edital e inscreva-se!
>> Abaixo, confira fotos da jam session. Crédito: May Bandeira
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