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Ponte Aérea: 5 nomes do pop português que você precisa ouvir
Publicado em 11/11/2021

Projeto que conecta as cenas dos dois lados do Atlântico continua com artistas de sucesso comercial que poderiam brilhar também no Brasil

Por Fabiane Pereira, de Lisboa

Fotos de Divulgação

Bárbara Tinoco

Mais longa ditadura da Europa Ocidental no século XX, o regime de António de Oliveira Salazar (1933-1974), conservador e carola em seu DNA, manteve o pop e o rock limitados ao underground mais profundo em Portugal. Mas, quando as portas se abriram, não houve quem voltasse a fechá-las. O país do fado tem há várias décadas uma impressionante cena pop. Entre muitos outros, artistas como Dino D’SantiagoCarolina DeslandesMayra AndradeCapicuaMaro – presentes na websérie “Ponte Aérea”, no ar no canal Papo de Música e no canal da UBC no YouTube — são premiados, têm números expressivos nas plataformas de streaming e milhares de seguidores nas redes sociais. E a variedade de sons que compõem seus estilos — hip hop, rock, experimental, até mesmo pimba (o equivalente luso ao nosso brega) ou kuduro (como se esquecer do hit mundial “Vem Dançar Kuduro”, sucesso na voz do franco-português Lucenzo há alguns anos?) diz muito sobre a avidez com que o país consome novidades atualmente.

Porém, essa potência criativa nem sempre consegue cruzar o Atlântico e chegar ao Brasil, onde a música local é tão avassaladora que deixa pouco espaço para os sons de outros países lusófonos. Algo que uma novíssima geração pode mudar.

Bárbara Tinoco conquistou Portugal após apresentar uma música autoral no programa “The Voice”. Por ironia do destino, como ela descreve, não virou nenhuma cadeira — ou seja, não foi aprovada por nenhum dos jurados famosos que compõem a atração televisiva. Mesmo assim, estourou nacionalmente.

“Não virei nenhuma cadeira mas conheci o meu manager, Pedro Barbosa, e a partir daí parece que foi fácil, simples, mas nada disso é fácil. Para fazer música, é preciso duas coisas: ser muito corajoso e trabalhar muito”, disse recentemente à Rádio Campanário.

A cantora e compositora acaba de lançar seu primeiro disco, “Bárbara”, com dez faixas autorais que já foram testadas em lives e redes sociais ao longo dos últimos meses — e aprovadas, por público e crítica, fazendo prever a continuidade de uma trajetória que se desenvolve com sucesso.

OUÇA MAIS: O disco “Bárbara”, na íntegra

David Carreira

Outro jovem popstar português é David Carreira. Filho de Tony Carreira, um artista consagrado da música portuguesa, David tem feats com as brasileiras Kell Smith e Ana Vilela. O gajo que sonhava ser jogador de futebol tornou-se um dos artistas mais populares do país, e sua música costuma gabaritar nas paradas pop radiofônicas. Como muitos astros do seu gênero, tem sua vida detalhadamente descrita na imprensa e coleciona seguidores em redes sociais, com mais de 1 milhão de fãs só no Instagram. Parece pouco, se comparado aos padrões dos artistas pop brasileiros? Não quando se lembra que a população de Portugal é de 10 milhões de pessoas — ser seguido por dez porcento do país equivale a ter uma base de mais de 21 milhões no Brasil.

Na mesma “vibe” de Carreira, Diogo Piçarra também domina as programações radiofônicas com seus hits. Ganhou projeção nacional após vencer o programa “Ídolos”, em 2012, e hoje é um dos jurados mentores do “The Voice”. Com uma discografia variada, Piçarra é um artista que lota shows e vende centenas de milhares de discos, tem duetos com outras estrelas locais, como Pedro Abrunhosa, e é amplamente considerado um dos maiores casos de êxito de um nome revelado num talent show.

Com uma carreira menos midiática e ainda dando seus primeiros passos como cantora, IRMA chegou ao grande público atuando como atriz. Embora tenha nascido em Lisboa, sua identidade musical reflete a forte influência da cultura angolana, país de origem de seus avós. Seu álbum de estreia foi lançado em 2020 e apresenta canções autorais e algumas poucas releituras. É um nome interessante que mistura sonoridades locais às influências variadas trazidas pela diáspora africana ao cancioneiro português.

Lura Criola

Fusões assim também marcam a obra de uma artista consolidada em Portugal – são 25 anos de carreira – mas pouco conhecida no Brasil. Lura Criola, cantora nascida em Lisboa com ascendência cabo-verdiana, apresenta trabalhos fortemente conectados com a África. Com uma discografia vasta que mistura reflexões sobre contemporaneidade e ancestralidade, Lura é tida como uma herdeira de Cesária Évora – um dos mais importantes nomes da música de Cabo Verde ao lado de Tito Paris. Que cante a ilha dos seus antepassados a partir da capital portuguesa diz muito sobre o papel lisboeta de epicentro da nova produção musical na nossa língua.

LEIA MAIS: O novíssimo fado que espera chegar ao Brasil


 

 



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