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UBC estima que distribuição do Ecad será de R$ 1,166 bilhão, valor recorde
Publicado em 13/12/2022

Já um estudo da PwC mostra que mercado de mídia e entretenimento vive boom no Brasil — e que streaming global cresce com força

De São Paulo 

Multidão reunida na última edição do Rock in Rio, em setembro, no Rio de Janeiro: segmento de shows e festivais movimenta o mercado. Foto: A. Paes/Shutterstock

Três dados divulgados estes dias traduzem a força e a recuperação do mercado musical e audiovisual após o período mais duro da pandemia de Covid-19. No Brasil, a UBC estima um recorde na distribuição de direitos autorais: R$ 1,116 bilhão, maior valor em todos os tempos. E um amplo estudo da consultoria PwC (PriceWaterhouseCoopers) trouxe outras cifras positivas. Além de calcular que o mercado de entretenimento e mídia do país fechará 2022 com receitas igualmente recordes de US$ 33 bilhões, ou R$ 173 bilhões pelo câmbio atual, prevê que o setor de streaming de áudio mundial alcançará US$ 36,8 bilhões (R$ 193 bilhões) em 2026, 50% mais do que os US$ 24,5 bilhões (R$ 128 bilhões) deste ano.

Em comum a todos os dados está a impressionante recuperação do setor de shows ao vivo, que gera uma cascata positiva de movimentos a impactar as programações da TV (no caso de megafestivais como o Rock in Rio, por exemplo), a publicidade, as audições no streaming e, claro, a distribuição direta de direitos de execução pública para os titulares cujas canções são tocadas.

“Depois das dificuldades do isolamento, as pessoas estavam carentes de ver os artistas favoritos, o que movimentou a economia. Esse é um setor que puxou as projeções de crescimento", disse Ricardo Queiroz, sócio da PwC Brasil e porta-voz da empresa para mídia e tecnologias.

A distribuição do Ecad foi outra que se beneficiou diretamente da pujança do segmento shows, como analisou Fabio Geovane, gerente de Operações da UBC: 

“Comparativamente com o ano de 2021, tivemos um crescimento geral (na distribuição do Ecad) de 36,7%. Tudo isso em função da melhoria dos níveis de contágios por Covid e a consequente reabertura dos mercados, propiciando que voltássemos a ter grandes shows e festivais, como o Rock In Rio. Além da melhoria geral da arrecadação por conta da recuperação econômica e pela saudade que todos estávamos de nos reunirmos ao som de muita música.”

Os números do Ecad falam por si: das cinco rubricas, ou segmentos de arrecadação, que mais cresceram em 2022, na comparação com 2021, três estão ligadas à música executada em locais públicos, seja ao vivo, seja mecânica. Os outros dois segmentos estão vinculados diretamente à espinha dorsal do crescimento da indústria musical nos últimos anos: o streaming. 

  • SHOW – 245% de crescimento em 2022, na comparação com 2021
  • MÚSICA AO VIVO – 155%
  • CASA DE FESTAS – 66%
  • STREAMING DE VÍDEO – 70%
  • STREAMING DE ÁUDIO – 46%

Orgulhosamente, a UBC mantém seu claro papel protagonista na distribuição de direitos autorais de execução pública musical no Brasil, respondendo por nada menos do que 57% do valor total do Ecad

 

De olho na publicidade associada a podcasts, streaming de áudio, de vídeo e de games

A publicidade também vem experimentando um grande boom depois da reabertura e, não menos importante, com a consolidação de alguns segmentos que se beneficiaram do isolamento, caso do streaming (podcasts, vídeos e áudio) e dos games. Anúncios em podcasts (aposta de grandes plataformas como o Spotify e a Apple Musc) e em jogos online vêm tendo saltos expressivos, e há, segundo a PwC, oportunidades para crescer ainda mais. 

“Neste momento, o que podemos observar é um setor em grande transformação. Em 2021, tínhamos cerca de 40 milhões de ouvintes de podcasts no Brasil, e as estimativas são de que alcancemos 80 milhões de ouvintes ao final deste ano. Ou seja, é uma mídia que vem ganhando espaço. Há outro ponto interessante de observação sobre jogos. Com experiências imersivas e virtuais, se abre um caminho para o metaverso e a próxima geração de publicidade digital, entretenimento e experiência de marca. É um movimento ainda tímido no Brasil, mas o qual devemos colocar sob perspectiva nos próximos anos”, afirmou Queiroz. 

Atualmente, a publicidade vinculada aos podcasts no Brasil é da ordem US$ 19 milhões (US$ 99,5 milhões), pelas contas da consultoria. Em quatro anos, o crescimento previsto será de 36%. Se somadas todas as receitas dos setores de mídia e entretenimento (TV, cinema, música, games, jornais e revistas, livros e outros segmentos), os crescimentos anuais até 2026 serão, em média, de 5,7%, um aumento em relação à previsão de 4,7% de expansão anual feita pela própria PwC em 2021.

Direitos autorais vivem excelente fase

No mês passado, mostramos numa reportagem aqui no site da UBC que as receitas com direitos autorais no streaming cresceram 178% só em 2021, na comparação com 2020, em todo o mundo. Os dados são de um estudo da consultoria americana Musonomics, que apurou um total gerado de US$ 5,3 bilhões (R$ 27,8 bilhões), entre execução pública e direitos fonomecânicos.

Para além dos shows que catapultam a recuperação de agora, o trabalho assinado pelo pesquisador Larry Miller atribuiu ao streaming e às oportunidades ligadas a ele a enorme valorização do ativo música nos últimos anos. O aquecimento pós-pandêmico só dá o gás necessário a uma onda de grande otimismo em relação ao mercado musical e cultural em geral

“A resiliência mostrada pelo negócio musical se deve ao streaming, que também trouxe durabilidade, prolongando tanto o potencial lucrativo dos clássicos de todos os tempos como aumentando a janela de lucro dos novos lançamentos", disse Miller, antes de concluir: "Talvez o mais significativo seja que o streaming desencadeou uma forte mudança no ambiente de investimento da música como ativo de primeira ordem, permitindo aos titulares alavancar o poder dos seus esforços criativos e trazendo-lhes melhores retornos financeiros. Isto é o que garantirá um ambiente sustentável para a música poder sair da mente dos criadores e continuar a chegar ao ouvido dos fãs no futuro.”

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