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YouTube estreia nova ferramenta para excluir trechos sob disputa
Publicado em 02/01/2020

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Agora, com apenas um clique, autor de vídeo que utilize material “flagrado” pelo ContentID poderá remover trecho automaticamente, evitando que o trabalho total saia do ar por infração de direitos autorais

De São Paulo

O ano começou com a estreia de mais uma ferramenta do YouTube para remover automaticamente conteúdos sob disputa de seus vídeos. Tradicionalmente calcado na “política das três ações” (derrubar o conteúdo supostamente infrator, monetizar com ele ou simplesmente acompanhar o seu uso), o megaportal aposta pela agilidade na exclusão dos trechos polêmicos, de modo a manter o mais livre possível de problemas seu fluxo de publicações. 

Agora, com apenas um clique, o autor do vídeo pode autorizar a remoção automática de um trecho de titularidade sob suspeita encontrado pela ferramenta ContentID. Se se tratar de uma música, por exemplo, ela pode ser eliminada sem que o criador do vídeo tenha que tomar medidas adicionais — e, o mais importante para filosofia do portal do grupo Google: sem que o vídeo saia do ar em nenhum momento. Segundo fontes do mercado, a medida seria uma resposta à insatisfação de titulares de direitos autorais musicais com outras mudanças implementadas recentemente pelo YouTube. 

A mais polêmica delas foi a introdução do conceito de “utilização justa” em agosto de 2018. Como noticiamos aqui no site, agora, se o trecho da obra em disputa é considerado “muito curto” (e o exemplo dado pelo YouTube foi de algo como cinco segundos ou menos), ou se a canção aparece como fundo de uma gravação e claramente não tem importância direta para o vídeo (caso de um carro que passa ao fundo tocando uma música), o titular já não pode monetizar. Ou seja, não pode ficar com parte dos ganhos com anúncios a que o autor do vídeo tem direito. 

Na época, a mudança provocou mal-estar no mercado. “Não dá para ficar contente com uma coisa dessas. Eles não podem tomar uma decisão assim sem consultar todos os interessados. Há toda uma cadeia de produção musical que depende de rendimentos, de qualquer natureza, para se manter. Não é possível que os titulares de músicas usadas, qualquer que seja a sua duração, sejam excluídos simplesmente”, criticou Mauricio Tagliari, produtor musical e dono do selo e distribuidor paulistano YB. “Numa era de tantos formatos de publicidade, por exemplo, há vídeos de propaganda relâmpago de poucos segundos de duração, e que contêm músicas. Da mesma forma, pode perfeitamente haver um vídeo viral de poucos segundos de duração e que use uma música. O titular, nestes casos, não precisará ser remunerado?”

Outras mudanças que trouxeram dúvidas ao longo de 2018 foram o fim da monetização em vídeos infantis (nada mudou na execução pública, ou seja, os titulares continuam a receber normalmente se suas músicas são usadas em vídeos para crianças) e um endurecimento nas disputas entre titulares e autores dos vídeos. Para fazer uma denúncia manual de mau uso de uma obra, o suposto autor da canção passou a ter que provar que é o dono dela. Na prática, isso não afeta sobremaneira o fluxo de vídeos do portal, já que nada mudou na ferramenta ContentID, que varre a plataforma automaticamente e é responsável pela esmagadora maioria dos encontros de uso não autorizado de conteúdos. 

A mudança de agora, segundo o YouTube, foi especialmente desenhada para os casos encontrados pelo ContentID, que podem ser muitos. “Você pode cortar com só um toque o conteúdo protegido encontrado pelo ContentID, após receber uma mensagem automática de que há um problema ali”, explica o portal num comunicado. “O ponto de edição se abrirá diretamente no trecho sob disputa.”

Susan Wojcicki, diretora-executiva do YouTube, publicou um post no blog do portal no qual admite que a nova ferramenta, embora ágil, não é a ideal do ponto de vista do acabamento do vídeo, já que o trecho eliminado simplesmente desaparece, o que pode derivar numa edição final estranha. O portal trabalha numa nova ferramenta que permita uma melhora do acabamento ali mesmo, com poucos cliques. Tudo para que o YouTube mantenha o fluxo contínuo de publicação que, em 2018, alcançou a colossal marca de 500 horas de vídeos subidas a cada minuto em todo o mundo. 


 

 



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